Twitter começa a pagar criadores de conteúdo, e valores chegam a US$ 40 mil

Monetização tinha sido anunciada em fevereiro por Elon Musk; para receber pagamento, usuário precisa assinar o Twitter Blue

Giovanni Santa Rosa
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Logotipo do Twitter
Twitter (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O Twitter é mais uma rede social que vai passar a remunerar criadores de conteúdo. Nesta quinta-feira (13), alguns usuários receberam uma mensagem dizendo que vão receber dinheiro nas próximas 24 horas. As quantias chegam a US$ 40 mil, mas é preciso pagar o Twitter Blue para ser verificado.

A promessa de pagar criadores foi feita em fevereiro por Elon Musk, mas o assunto tinha caído no esquecimento. Agora, o dinheiro chegou de surpresa.

Os usuários que foram avisados dizem que as quantias a receber vão de US$ 1 mil a quase US$ 40 mil. Só que para receber, é preciso ser pagar para ser verificado.

O Twitter Blue, que inclui o selo de autenticação, custa R$ 60 mensais pela App Store ou pela Google Play, ou R$ 42 mensais diretamente no site.

Não se sabe exatamente como os valores são calculados, nem qual a fatia que é destinada aos criadores, nem a que período eles correspondem.

Segundo a rede social, é necessário ter 5 milhões de impressões (como são chamadas as visualizações) em seus tweets em cada um dos últimos três meses.

Também há uma série de exigências para se inscrever no programa de monetização, como ter 18 anos, um perfil completo, e-mail verificado e histórico sem violações dos termos de uso, entre outras condições.

Twitter tem Super Follow para quem quer ganhar dinheiro

A monetização não é uma estratégia exclusiva do Twitter. TikTok e YouTube Shorts são dois exemplos de plataformas que pagam usuários com conteúdos muito vistos.

Super Follow
Super Follow Imagem: Divulgação/Twitter

O próprio Twitter oferece o Super Follow, em que os usuários podem pagar para receber conteúdos exclusivos para assinantes de uma conta. O recurso existe desde 2021.

A monetização do Twitter, porém, levantou algumas suspeitas. Uma reportagem do Washington Post mostra que muitos dos que disseram que receberão o pagamento são influenciadores da extrema-direita.

Além disso, ex-funcionários da empresa consideram que as métricas que a rede social tem exibido são mentirosas, e que a distribuição de dinheiro é um golpe de marketing.

Queda de tráfego e chegada do Threads podem preocupar

O programa de monetização chega em um período conturbado do Twitter. No dia 1º de julho, Musk anunciou um limite diário de visualização de 600 tweets para usuários gratuitos e 6.000 para assinantes.

O número foi ampliado, e a restrição passou a afetar uma pequena porcentagem dos usuários, diz a empresa. Segundo o dono da rede, a medida foi necessária para impedir que empresas de inteligência artificial coletassem dados do Twitter para treinar seus modelos.

Ícone do Threads na App Store do iPhone (Imagem: Thássius Veloso/Tecnoblog)
Ícone do Threads na App Store do iPhone (Imagem: Thássius Veloso/Tecnoblog)

Além dessa medida, o Twitter está enfrentando mais concorrência. A Meta lançou na quinta-feira passada (6) o Threads, rede “irmã” do Instagram com foco em texto. A plataforma já tem mais de 100 milhões de usuários.

Por outro lado, o Twitter tem um número não muito animador. Segundo a empresa de serviços de hospedagem Cloudflare, a audiência da rede social do passarinho azul está em queda desde janeiro.

Com informações: The Verge, The Washington Post

Atualizado às 15h33 de 14 de julho com informações complementares

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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