UFRJ cria plataforma que usa IA para diagnóstico de COVID-19 mais preciso
Plataforma CovidScan, desenvolvida por empresa criada na Coppe/UFRJ, usa IA para comparar exames com banco de imagens e avaliar o caso
Plataforma CovidScan, desenvolvida por empresa criada na Coppe/UFRJ, usa IA para comparar exames com banco de imagens e avaliar o caso
A luta contra a COVID-19 pode ter um novo aliado em breve: o CovidScan, um algoritmo de IA que tentará diagnosticar a doença com mais precisão. Desenvolvido pela Petrec, uma empresa criada na Coppe/UFRJ, o software analisa imagens de exames de pulmão e facilita o diagnóstico. A nova plataforma será testada na Fiocruz.
O CovidScan reúne imagens sequenciais de tomografias e raios-x de pulmão, que ficam classificados de acordo com diferentes patologias. O algoritmo, desenvolvido com a colaboração do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (Lamce) da Coppe, filtra as imagens dos exames do paciente e ajuda a identificar a doença com mais rapidez e precisão com base nesse banco de dados.
Segundo Josias José da Silva, CEO da Petrec, esse processo é hoje feito “no olho”. Com ajuda da tecnologia, vai ser possível definir de maneira mais exata o percentual de comprometimento do pulmão. Assim, dá para avaliar melhor se existe necessidade de internação ou de algum tratamento.
O primeiro teste do CovidScan será na Fiocruz. Lá, a Petrec configurou um computador com software de processamento gráfico e criou uma “nuvem interna”, que ficará conectada ao sistema da Fiocruz. Dessa forma, a máquina com o programa poderá importar os exames de pacientes, realizar as análises e exportar os resultados para a equipe médica sem a necessidade de upload para a internet.
O algoritmo também será testado no Hospital Municipal Miguel Couto. Porém, o procedimento será diferente: exames dos pacientes serão hospedados na nuvem, e a empresa terá acesso a eles para rodar o CovidScan. Depois, os resultados ficarão disponíveis no mesmo sistema, e os médicos poderão acessá-los pela internet de qualquer lugar. Silva explica que a mudança no fluxo foi feita porque o Miguel Couto tem unidades externas e uma implementação local poderia atrasar a análise dos resultados.
O CovidScan recebeu investimento de R$ 1,2 milhão por ter ficado em primeiro lugar no edital “Soluções inovadoras para o combate à COVID-19”, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A Finep é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTIC). Os recursos vieram do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
O projeto faz parte da plataforma HealthScan, que deve se desdobrar para além da COVID-19: a intenção é também ajudar no diagnóstico de outras doenças, como aneurisma de aorta e enfisemas. Para isso, a equipe espera conseguir financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro (Faperj), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Governo do RJ e da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Com informações: Coppe/UFRJ, Agência Brasil