Desenvolvedor é demitido após terceirizar seu trabalho para a China

Paulo Higa
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• Atualizado há 5 meses

Aqui vai uma historinha curiosa contada pela operadora Verizon. Bob era um desenvolvedor de software conhecido por ser experiente em várias linguagens de programação, incluindo C++, Java, Python e Ruby. Ele ganhava um bom salário numa empresa crítica de infraestrutura nos EUA e recebia ótimas avaliações de desempenho dos chefes. Só tem um detalhe: ele não programava nada. Como assim?

A empresa na qual Bob trabalhava pediu ajuda para a Verizon após detectar tráfego incomum no seu VPN com autenticação de dois fatores, que permitia que os funcionários pudessem trabalhar de casa. Nos logs de conexão, a empresa notou que um computador localizado em Shenyang, na China, usava as credenciais de Bob para entrar na rede — só que Bob estava na própria empresa, sentado na sua mesa, em frente ao monitor.

O mais provável era que o computador de Bob estivesse com algum malware, um problema grave que poderia resultar em vazamento de dados confidenciais. Mas a Verizon investigou os hábitos do funcionário e descobriu que não era nada disso: na verdade, Bob usava o seu salário para pagar chineses que faziam o trabalho por ele. Como os salários dos chineses são menores, ele conseguia ganhar bem sem fazer muito esforço.

Mas e a autenticação de dois fatores do VPN da empresa? Só um login e uma senha não seria suficiente para que alguém da China entrasse na rede. Bob resolveu esse problema enviando seu token pelos correios. Assim, seu expediente se resumia a assistir a vídeos de gatos no YouTube, atualizar seu Facebook e, no fim da tarde, enviar um relatório para a gerência com tudo o que “fez” no seu cansativo dia de “trabalho”.

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Depois que tudo ficou esclarecido, por mais que Bob tenha sido genial e muito criativo, ele acabou perdendo seu emprego — afinal, se a empresa o contratou, é porque ela queria que Bob desenvolvesse os projetos, e não um chinês. Pelo menos agora a empresa tem uma ideia para reduzir custos.

Com informações: The Register.

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Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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