Comida quadrada é boa? Foodtech SquarEat viraliza no Twitter

Empresa americana oferece assinatura de refeições práticas para quem não tem tempo de cozinhar, mas proposta de comida em cubo causa estranhamento

Felipe Freitas

Na última semana, a foodtech SquarEat vem causando reações adversas com as suas “comidas em cubos”. Com a proposta de “facilitar o preparo e a alimentação” dos seus clientes, a empresa vende, na prática, comida processada e embalada em um formato diferente. Mas, para uma parte do público, ela é nojenta — enquanto outros debatem se é prática ou desperdício de dinheiro.

Cubo de brócolis e espinafre do SquarEat (Imagem: Divulgação/SquarEat)
Cubo de brócolis e espinafre do SquarEat (Imagem: Divulgação/SquarEat)

Os cubos, conforme explicado pela empresa no seu site, não são comidas alternativas e nem substituem refeições: o cubo de peito de frango é realmente peito de frango, com a adição de “alguns temperos naturais”. No fim, é só uma nova maneira de vender alimentos congelados para quem não vai ao mercado

SquarEat segue modelo de negócio já consolidado

Os cubinhos da SquarEat são vendidos por compras únicas ou por assinatura. Existem centenas de empresas que oferecem serviço de assinatura de alimentos — seja para quem não tem tempo para cozinhar ou para quem é apreciador de queijos, vinhos ou cervejas. 

Ao apurar sobre a foodtech, nota-se que ela não se vende como a “comida revolucionária”. Na verdade, até o marketing deles segue uma fórmula básica de posicionamento: praticidade, saúde e ecologicamente correto (adiantando, não é). O extra é que a comida é quadrada por causa do método de conservação.

No FAQ da SquarEat, a empresa explica que a técnica de cozimento lento com choque térmico preserva mais nutrientes do alimento. Para o The National Desk, Maria Laura Vacaflores, diretora de produção da foodtech, explicou que o formato quadrado é mais eficiente na hora de embalar o produto a vácuo. Desse modo, a SquarEat consegue estender a validade do alimento.

Cubo de frango da SquarEat (Imagem: Divulgação/SquarEat)
Cubo de frango da SquarEat (Imagem: Divulgação/SquarEat)

Comida quadrada é nojenta, prática ou desperdício?

Um dos pontos levantados no Twitter sobre a qualidade da comida é que, por foto, o cubo de frango parece gelatinoso. Na “análise” feita pelo The National Desk, o frango tem a textura normal de carne — e gosto de frango. Salsicha, tofu, mortadela, nuggets não são tão diferentes do produto da SquarEat.

Ainda sobre o gosto e textura, uma rápida busca no YouTube mostra outras análises feitas por produtores de conteúdoa. O canal Swell Entertainment destaca que a comida tem “gosto normal”, enquanto o youtuber Tyler Lloid, que recebeu um pacote da SquarEat, elogiou o sabor — mas afirma que o negócio não é nada ecofriendly.

Por mais que as embalagens sejam recicladas, ainda há todo o impacto ambiental causado pelo transporte dos alimentos e devolução da sacola térmica (a SquarEat paga os custos do reenvio). Já a demanda na reciclagem pode impedir que as embalagens e caixas sejam processadas a tempo.

De fato, a SquarEat fornece um alimento prático. Para quem não tem tempo para cozinhar ou precisa de uma refeição rápida, basta aquecer os cubos no microondas ou fritá-los. Como já explicado, um cubo de frango não substitui uma refeição, é necessário fazer todos os cubos da caixa de refeição. Tem quadradinho de carboidrato (arroz e batata doce são algumas das opções), proteína (inclusive vegana) e vegetais. A empresa ainda usa as redes sociais para dar dicas de preparo dos cubinhos.

Se a comida acerta no sal, o mesmo não se pode dizer dos preços. A caixa de refeição mais barata, pesando 270 g, com três cubos de proteína, um de vegetais e dois de carboidratos, custa US$ 15,50 (R$ 81,14 em conversão direta), ou seis marmitex perto da minha casa.

A discussão entre praticidade e desperdício de dinheiro parece ter um vencedor — pelo menos se imaginarmos a SquarEat operando no Brasil.

Com informações: The National Desk e Today

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.