WhatsApp lança “Canais” iguais aos do Telegram para enviar mensagens em massa

Canais do WhatsApp podem ser seguidos por um número ilimitado de membros; recurso deve chegar ao Brasil nos próximos meses

Paulo Higa
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Canais do WhatsApp (Imagem: Reprodução/WhatsApp)
WhatsApp Canais terão aba dedicada no aplicativo (Imagem: Reprodução/WhatsApp)

O WhatsApp anunciou nesta quinta-feira (8) uma nova funcionalidade chamada “Canais”. O recurso foi projetado para permitir que pessoas e empresas enviem mensagens a um número ilimitado de membros, de maneira semelhante ao que o Telegram já oferece.

Os canais do WhatsApp poderão ser acessados em uma nova aba dedicada chamada “Atualizações”, separada das conversas habituais e das Comunidades. Os administradores dos canais poderão compartilhar textos, fotos, vídeos, figurinhas e enquetes com seus seguidores.

O WhatsApp também planeja lançar um diretório de canais pesquisável para facilitar que os usuários encontrem e sigam canais de seu interesse. Esse recurso deve funcionar de forma similar à busca global do Telegram, mas se restringindo aos canais.

No futuro, o WhatsApp pretende oferecer ferramentas que devem gerar receita à empresa: os administradores poderão promover seus canais para ajudar a aumentar a divulgação de um negócio, ou criar integrações com o WhatsApp Pay. Ainda não há detalhes de como isso irá funcionar.

WhatsApp promete privacidade, mas Canais não têm criptografia de ponta a ponta

A privacidade tem sido um ponto de destaque para o WhatsApp, e a empresa ressaltou isso em seu comunicado oficial. O número de telefone e a foto do perfil dos administradores não serão exibidos para os seguidores e, da mesma forma, seguir um canal não revelará o número de telefone do usuário ao administrador ou a outros seguidores.

Canais do WhatsApp podem ser "seguidos" (Imagem: Divulgação/WhatsApp)
Canais do WhatsApp podem ser “seguidos” (Imagem: Divulgação/WhatsApp)

No entanto, a criptografia de ponta a ponta, um diferencial importante do WhatsApp, foi deixada de lado no recurso novo. Ela continuará presente em todas as conversas privadas, inclusive nos grupos, mas não nos canais — pelo menos inicialmente.

“Como o objetivo dos canais é alcançar um público amplo, eles não são protegidos com a criptografia de ponta a ponta por padrão. Entendemos que há alguns casos em que canais com essa proteção para um público limitado podem fazer sentido, como uma organização de saúde ou sem fins lucrativos, e estamos considerando isso como uma opção futura também”, explica o WhatsApp.

Ainda assim, os administradores de canais terão alguns controles: será possível bloquear capturas de tela e encaminhamentos de mensagens. Além disso, o histórico dos canais será mantido nos servidores do WhatsApp por apenas 30 dias, e haverá a possibilidade de criar mensagens autodestrutíveis no futuro.

Inicialmente, os canais estarão disponíveis na Colômbia e em Singapura. Outros países receberão o recurso “nos próximos meses”.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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