Agora há pouco acabou na Califórnia a conferência Build, na qual os executivos da Microsoft apresentam uma série de novidades referentes a produtos da companhia para desenvolvedores ávidos por código-fonte novo. A bola da vez é Windows 8, próxima versão do sistema operacional que muito provavelmente não se chamará “Windows 8“.
Em resumo, a MS libera hoje pela primeira versão do Win8 para desenvolvedores.
O Windows 8 Developer Preview será disponibilizado na noite de hoje através do site Dev Center, que faz parte da MSDN, a rede da Microsoft para desenvolvedores. A companhia promete que os programadores terão muita facilidade em criar aplicativos com o visual Metro (o mesmo do Windows Phone 7) utilizando combinações de HTML5 e JavaScript, C e C++, e C# e XAML.
Claro que eles estão propagandeando principalmente o uso de HTML5 e JavaScript — seria uma forma rápida e prática, utilizando a mesma linguagem hoje em dia amplamente disponível na internet, para construir aplicativos verdadeiramente funcionais.
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A demonstração do Windows 8 mostra algumas boas novas. Iniciar o sistema leva poucos segundos (menos de 8 segundos, pelo que eles dizem) em dispositivos com a tecnologia de boot UEFI. Sem depender do recurso de hibernação, de acordo com as informações fornecidas por executivos da Microsoft.
Um monitor de atividades mostrou inclusive que ao solicitar que o sistema entre em hibernação, há uma queda brusca no uso de processamento, mas o Windows 8 ainda utiliza uma certa quantidade de recursos para dar aos aplicativos a chance de salvarem suas sessões para quando o sistema for reativado. E aí sim temos um Windows que, de volta às atividades normais a partir da hibernação, retoma os aplicativos abertos rapidamente.
A tela de login foi modificada. Em vez de digitar senhas complexas, os usuários têm a opção de colocar um PIN de 4 dígitos para destravar o computador rodando Windows 8. Além das senhas tradicionais, com caracteres alfanuméricos, a equipe de desenvolvimento do Windows também adiciona nesse Developer Preview o login por imagens — similar aos desenhos que são bem comuns em dispositivos rodando o Android.
Visual Metro
A grande aposta da Microsoft para o Windows 8 são os monitores com tecnologia touchscreen. Em vez de utilizar mouse e teclado para controlar a máquina, a interface do Windows está sendo moldada para que os usuários metam os dedos na tela. Assim como acontece nos tablets e smartphones de hoje.
Meio que definindo diretrizes para aplicativos futuros, a Microsoft diz que espera apps em tela cheia e controles bem simples para o Windows 8. Os aplicativos nesse formato tiram proveito do visual Metro, similar ao que encontramos no Windows Phone 7.
Como no Android
Um dos recursos até então não especificados do Metro são as laterais do monitor. Ela são sensíveis ao toque — quando o usuário encontra na parte da direita ou da esquerda da tela, descobre uma série de botões que normalmente ficarão ocultos no Windows 8.
Ao tocar no canto da esquerda, o usuário tem a opção de escolher outro aplicativo para abrir no computador. No canto da direita estão as opções para o aplicativo em execução: buscar, compartilhar, menu Iniciar, dispositivos, e configurações. Mais ou menos como o botão de opções presente no Android ou no Windows Phone.
Para os viciados em produtividade, uma boa notícia: ao utilizar dois monitores ligados num mesmo PC, o usuário pode rodar o visual Metro em um deles e a área de trabalho convencional do Windows, tal qual vemos no Windows 7, no segundo monitor (ou vice-versa).
Apenas exemplos
Curiosamente, todos os aplicativos apresentados no Build não serão comercializados. Eles servem apenas de exemplo para mostrar o potencial do sistema operacional, de acordo com Steven Sinofsky, o responsável pela divisão de Windows da Microsoft. Diferentemente da Apple, que costuma incluir apps em seus sistemas, a Microsoft aparentemente (ênfase no aparentemente) permitirá que os desenvolvedores tirem proveito desses recursos para criar apps competitivos para o Windows 8.
O Windows 8 vai funcionar tanto em x86 como em x64. Além disso, a Microsoft garante que o sistema roda bem na arquitetura ARM, ainda que ela demande especificações específicas para cada dispositivos que for utilizar o sistema.