X (antigo Twitter) quer coletar dados biométricos, educacionais e profissionais de usuários

Nova política de privacidade entra em vigor em setembro e prepara terreno para recursos de segurança, recrutamento e busca de vagas de emprego

Giovanni Santa Rosa
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Celular com vários apps de redes sociais na tela, incluindo o X, antigo Twitter
X, antigamente conhecido como Twitter (Imagem: Julian Christ/Unsplash)

A rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, atualizou suas políticas de privacidade. Nos novos termos, há a previsão de coletar dados biométricos, bem como informações sobre educação e emprego. A previsão é que o texto atualizado passe a valer em 29 de setembro.

Como nota a reportagem da Bloomberg, os novos termos dizem que as informações biométricas serão coletadas e usadas para fins de segurança e identificação, com o consentimento do usuário.

O texto não define que dados biométricos seriam esses, mas provavelmente são as impressões digitais ou características faciais. Esses recursos já são usados para desbloquear o aparelho e alguns aplicativos.

À Business Insider, um representante do X confirmou as mudanças, mas não deu mais detalhes sobre elas.

Os dados biométricos podem servir para verificar se um usuário é uma pessoa de verdade. Desde que comprou o Twitter, Elon Musk fala em combater contas falsas e automatizadas.

Em julho, uma ação coletiva acusou o X de armazenar dados biométricos sem o consentimento dos usuários. O processo alega que a plataforma coleta e armazena informações de identificação facial de todas as fotos publicadas na rede.

X quer informações educacionais e profissionais

Os novos termos de privacidade também preveem o uso de informações educacionais (onde um usuário estudou, que curso fez, entre outras) e profissionais (cargos e empresas onde trabalhou).

Aparentemente, o plano é colocar no X alguns recursos para recrutamento e busca por emprego. Como observou o TechCrunch em julho, a empresa já tem uma conta chamada @TwitterHiring, posteriormente renomeada para @XHiring.

Além disso, algumas empresas já têm acesso a um recurso para colocar, em seu perfil, cards com vagas abertas.

Em maio, o X comprou uma startup chamada Laskie, que trabalha com recrutamento de talentos. Foi a primeira aquisição do Twitter/X sob o comando de Musk.

O bilionário tem planos de transformar o X em um super-app, que funcionaria para tudo. Além da busca por vagas de emprego, outros planos incluem chamadas de áudio e vídeo, assim como pagamentos.

Com informações: Bloomberg, Business Insider, Engadget

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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