O que é Thermal Design Power (TDP) do processador?

Entenda como o TDP está relacionado ao consumo de energia de um sistema, e como esse conceito ajuda a encontrar a melhor solução térmica para o processador

Paulo Higa Ana Marques
• Atualizado há 1 ano e 2 meses
Sistema de resfriamento de um processador (imagem: divulgação/Intel)
Sistema de resfriamento de um processador (Imagem: Divulgação/Intel)

TDP (Thermal Design Power) representa a quantidade máxima de calor que um processador gera em condições normais. Conhecer o TDP do processador é importante para escolher um sistema de resfriamento capaz de manter o chip em temperaturas adequadas.

A seguir, entenda em detalhes para que serve o TDP, como descobrir o TDP do seu processador e qual é a diferença entre TDP e ACP (Average CPU Power).

Para que serve o TDP?

O TDP, ou Thermal Design Power, é uma medida da quantidade máxima de calor que um processador pode gerar em condições normais. O TDP é expresso em watts e serve como parâmetro para entender as necessidades de resfriamento de um chip, como uma CPU em um notebook ou uma GPU em uma placa de vídeo.

Quanto maior é o TDP de um processador, mais potente deverá ser o sistema de resfriamento. Um chip com baixo TDP pode ser refrigerado passivamente com um dissipador de calor simples, uma peça geralmente de alumínio ou cobre que absorve a energia térmica e a distribui em uma superfície em contato com o ar.

Já um processador com TDP mais alto necessita de um sistema de resfriamento ativo, como um cooler, que é composto de um dissipador e uma ventoinha. Em placas de vídeo ou CPUs com overclock, que geram mais calor, é possível utilizar sistemas de refrigeração a água, conhecidos como water cooler.

Se o sistema de resfriamento não for adequado para um TDP, o processador irá trabalhar em temperaturas mais altas que o projetado. O superaquecimento pode reduzir o desempenho do chip devido ao estrangulamento térmico ou até mesmo danificá-lo permanentemente.

Uma GeForce RTX 4090. Processadores de placas de vídeo (GPUs) normalmente têm sistemas de resfriamento potentes, pois possuem TDP maior (Imagem: Divulgação/Nvidia)
Uma GeForce RTX 4090. Processadores de placas de vídeo (GPUs) normalmente têm sistemas de resfriamento potentes, pois possuem TDP maior (Imagem: Divulgação/Nvidia)

Qual é a unidade de medida do TDP?

O Thermal Design Power (TDP) de um processador é medido em watts (W). O número representa o consumo de energia do processador sob a carga teórica máxima.

A medida do TDP não é exata e pode variar de acordo com a fabricante. Portanto, não se deve utilizar a especificação de TDP como um parâmetro para estimar o consumo de energia de um processador.

Segundo a Intel, o consumo de energia de seus processadores é inferior ao TDP em cargas mais baixas. Além disso, o TDP máximo pode ser ultrapassado por um curto período, como durante o uso do Turbo Boost, quando a frequência da CPU é elevada temporariamente para atender a uma tarefa intensiva.

Quanto menor o TDP, melhor?

Quanto menor é o TDP, menor é a necessidade de refrigeração de um processador. Um TDP menor não necessariamente é melhor, mas pode ser útil em casos de uso específicos, como em notebooks ultrafinos, smartwatches ou celulares, que não costumam ter uma ventoinha devido a limitações de espaço físico.

Um TDP menor geralmente significa que o processador gasta menos energia, o que é importante para eletrônicos com bateria. Porém, o consumo real de energia depende de outros fatores, como a otimização do software e da arquitetura do processador.

Além disso, o TDP varia entre diferentes categorias de processadores, inclusive entre chips da mesma marca. Um AMD Ryzen 5 7530U feito para notebooks possui TDP de 15 W. Já um AMD Ryzen 7 7700X para desktops chega a 105 W de TDP, enquanto um AMD Epyc 9684X para servidores tem TDP de 400 W.

Como saber o TDP do processador?

O TDP do processador é divulgado no site da fabricante. Primeiro, é preciso descobrir o modelo da sua CPU, por meio de ferramentas como o CPU-Z para Windows. Depois, basta pesquisar as especificações do chip. A AMD tem uma página dedicada aos seus processadores, bem como a Intel, que também divulga informações completas de seus chips.

Em alguns casos, o TDP é informado com outro nome. A AMD pode apresentar o cTDP (TDP Configurável), um mecanismo que permite ajustar manualmente o TDP do processador. A Intel, desde os chips Intel Core de 12ª geração, divide o TDP em dois números:

  • Potência básica do processador (Base Power), que é definida como “dissipação de potência média por tempo que o processador é validado a não exceder durante a fabricação ao executar uma carga de trabalho de alta complexidade”;
  • Energia turbo máxima (Turbo Max Power), que é “dissipação de energia máxima sustentada (>1 s) do processador conforme limitada por controles de corrente e/ou temperatura”.

Qual é a diferença entre TDP e ACP?

TDP (Thermal Design Power) é o máximo de calor gerado por um processador em condições normais, enquanto ACP (Average CPU Power) é uma estimativa do consumo de energia de um processador. Em geral, o ACP é menor que o TDP, pois pressupõe que a CPU não trabalhará em seu potencial máximo durante todo o tempo.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.