Alienware 15 (2017): maior e mais brilhante

Notebook gamer da Dell oferece excelente desempenho em jogos, mas o conjunto deixa a desejar

Jean Prado
Por
• Atualizado há 10 meses

Em 2016, a Dell trouxe de volta a marca Alienware ao Brasil, depois de um hiato de quatro anos. Depois, em maio de 2017, os notebooks Alienware 15 e 17 ganharam novas versões aqui no país, com leve atualização no design, processador de sétima geração e placas de vídeo Nvidia da série GTX 10.

A primeira versão lançada por aqui era muito boa, porém o preço elevadíssimo não correspondia ao hardware que era oferecido. Será que esse aspecto se mantém na segunda versão do notebook, cujo preço vai de R$ 7,8 mil a R$ 13,6 mil? Eu te conto nos próximos parágrafos.

Design e acabamento

A primeira diferença que eu notei no Alienware 15 é o peso maior em relação à geração anterior. Antes com 3,207 kg, agora o notebook pesa 3,49 kg e também está mais grosso, com 2,5 cm.

Além disso, o Alienware de 15 polegadas também cresceu: o notebook está quase 14% maior em área. Apesar de já estarmos acostumados com notebooks gamers enormes, achei um crescimento exagerado para pouco aproveitamento de espaço. É um aumento que faz diferença no dia a dia: até o transporte de uma mesa para outra demanda uma mochila com bastante espaço e força nas costas.

Fora isso, o acabamento continua sendo de primeira: a tampa de alumínio tem três riscos que conduzem o olhar para a cabeça de alienígena iluminada. Por dentro, o acabamento é emborrachado e bom de passar a mão, mas também é um verdadeiro imã de marcas de uso e impressões digitais.

Mais do que um detalhe, a iluminação é parte do acabamento do Alienware. Agora, além do layout de LEDs padrão, também há duas faixas em cada lado do notebook que podem ser configuradas para emitir qualquer uma das 20 cores pré-definidas para decorar as 13 áreas programáveis do notebook. Você pode definir cores fixas, pulso (a cor fica piscando) e transição (entre duas cores).

Necessárias em um notebook gamer de ponta, as portas são generosas: à direita, fica uma porta USB 3.0 e na parte esquerda temos outra porta USB 3.0, uma USB-C e as entradas de 3,5 mm para microfone e headset.

As outras portas ficam atrás da tela, incluindo a entrada do carregador, HDMI 2.0, DisplayPort, USB-C, porta Ethernet e para o Amplificador Gráfico Alienware, acessório no qual você pode conectar outra placa de vídeo de desktop e mais monitores (custa R$ 1.499, porém).

Tela e hardware

A tela do Alienware 15, com resolução de 1920×1080 pixels e display TN+, deixa bastante a desejar. Não só porque um notebook que chega a R$ 13 mil não oferece nem opção de tela 1440p, mas também porque as cores são ruins.

Nos meus testes, o display não impressionou: apesar do brilho bem forte (400 nits), as cores são pouco fiéis à realidade. O vermelho é um pouco rosa, o laranja é amarelado e as cores frias, como azul e verde, não são tão saturadas quanto deveriam.

O que acaba salvando o display na hora da jogatina é a taxa de atualização de 120 Hz, que faz diferença. Acima da tela, há uma webcam full HD com Windows Hello e detector de presença, que foi bem útil para desbloquear o notebook.

Apesar do Alienware estar maior e mais pesado, o touchpad continua bem pequeno, por conta dos botões de clique físicos. Há pouca área para mexer o ponteiro e é quase obrigatório usar um mouse, mesmo se você não estiver jogando.

O teclado, no entanto, é ótimo. As teclas emborrachadas têm chanfros nas bordas, o que dá uma boa ergonomia ao digitar. Para quem gosta de atalhos, há 5 teclas programáveis pelo usuário; um botão alterna as funções, permitindo a definição de 15 atalhos diferentes para aplicativos ou jogos.

Por fim, os alto-falantes, assim como a tela e o touchpad, deixaram bastante a desejar. Eles ficam estourados em volume máximo e o som poderia ser mais definido. É um enorme contraste com o Inspiron 15 Gaming, por exemplo, que também é da Dell, custa bem menos e tem os melhores alto-falantes que eu já ouvi em um notebook.

Desempenho

No aspecto mais importante do Alienware 15, a decepção continua: o modelo base, de R$ 7,8 mil, tem tela pior (60 Hz e 300 nits), processador Intel Core i5 e GTX 1050 Ti, a mesma encontrada no Inspiron 15 Gaming, que custa R$ 5,4 mil e vem com Intel Core i7. Nós testamos a versão de R$ 9,6 mil, com tela melhor e GTX 1060.

É somente a partir do modelo de R$ 12,2 mil, que também vem com uma GTX 1070, que o notebook ganha um SSD de 128 GB; e apenas na versão de R$ 13,6 mil que o Alienware 15 tem 16 GB de RAM. Estranhamente, só os dois modelos mais caros têm bateria de 6 células (99 Wh), enquanto as duas versões mais baratas vêm com bateria de 4 células (68 Wh).

Abaixo do modelo de R$ 12,2 mil, a versão que testamos não vem com SSD, apenas com um HD de 7.200 RPM, que não deu conta do recado. Com desempenho inconsistente, os aplicativos normalmente demoram para abrir e os jogos ficaram bastante tempo carregando.

Tudo bem, em um notebook desse tamanho você consegue colocar um SSD sem remover o HD de fábrica — mas pagar R$ 9,6 mil reais em um notebook sem SSD para depois comprar por fora é no mínimo decepcionante.

Como praticamente cada modelo do Alienware 15 tem uma placa de vídeo diferente, é difícil mensurar exatamente o desempenho que você vai ter. Os testes abaixo são com o modelo da GTX 1060, rodados em 1080p a 120 Hz:

  • Battlefield 1 — rodou muito bem nas configurações máximas, em ultra, de 70 a 80 fps, sem muitas quedas abaixo dessa média, mesmo com explosões e tiroteios intensos;
  • GTA V — rodou com média de 120 fps com todas as configurações na qualidade muito alta (máximo) e filtro anisotrópico em 16x. Em alguns momentos, caiu para 110 ou 100 fps, o que não prejudicou a experiência de jogo;
  • Dishonored 2 — rodou no máximo sem nenhum problema, com média de 70 a 80 fps com tudo em ultra e HBAO+ ativado;

Na prática, o Alienware 15 tem o melhor desempenho nos jogos já testado aqui no Tecnoblog. Mesmo com a placa de vídeo do Avell G1540 Lite, ele teve performance bem superior, e uma tela com 120 Hz faz muita diferença na experiência de jogo.

O notebook também tem seu mérito em benchmarks. Ele pontuou 3.702 no 3DMark, contra 3.498 do G1540 Lite. Nos testes gráficos, o Alienware teve média de 24,1 fps e 20,9 fps, enquanto o notebook da Avell ficou com 22,8 fps e 19,4 fps, respectivamente.

Bateria

Ainda que o Alienware 15 esteja maior, mais grosso e mais pesado em todos os modelos, a bateria tem 6 células (99 Wh) apenas em alguns deles. No modelo testado, a bateria é de apenas 4 células (68 Wh).

Essa diminuição se refletiu na duração de bateria; comecei a jogar Life is Strange: Before The Storm e não fiquei nem duas horas na bateria. No dia a dia, com algumas abas no Chrome, Slack, Twitter, Telegram e Netflix, a autonomia chegou a, no máximo, 4 horas.

Conclusão

É indiscutível que o Alienware 15 oferece um excelente desempenho em jogos, pelo menos para quem leva a versão com GTX 1060 ou superior. O conjunto, no entanto, deixa a desejar.

Apesar do notebook estar maior, mais grosso e mais pesado, a autonomia da bateria piorou e o touchpad continua pequeno. Apesar de custar no mínimo R$ 7,8 mil, o display não tem cores tão boas e o alto-falante tem som estourado.

Não existem motivos claros para preferir o Alienware 15 base, com GTX 1050 Ti, sendo que o Inspiron 15 Gaming, da própria Dell, oferece a mesma placa de vídeo, mais um processador i7, 16 GB de RAM e SSD por R$ 6,2 mil.

Enquanto isso, essas outras características só são encontradas no Alienware mais caro, que custa R$ 13,6 mil (ele vem com uma GTX 1070, porém). Demais concorrentes, como o Avell G1570 Lite, têm GTX 1070 e até tela 4K por R$ 9 mil em um corpo de 1,9 kg.

Apesar de ser um bom notebook, não sou muito fã dos modelos do Alienware 15 que são oferecidos aqui no país. Assim como na última versão, os modelos básicos não são muito atraentes, e os concorrentes oferecem a mesma placa de vídeo por preço significativamente menor. De novo, o preço exorbitante não corresponde ao hardware.

Especificações técnicas

  • Armazenamento: 1 TB (7.200 RPM);
  • Bateria: 4 células (68 WHr);
  • Conectividade: Killer Wireless 1535 WiFi 802.11ac + Bluetooth 4.1 (2×2);
  • Dimensões: 305 x 389 x 25 mm;
  • Memória RAM: 8 GB DDR4 2.400 MHz ou 16 GB (2×8 GB) DDR4 2.400 MHz;
  • Peso: 3,49 kg;
  • Placa de vídeo:
    • GTX 1050 Ti 2 GB DDR5 — modelo base (R$ 7,8 mil);
    • GTX 1060 6 GB DDR5 — vendido sob upgrade (R$ 9,6 mil);
    • GTX 1070 8 GB DDR5 — modelo superior (R$ 12,2 mil);
  • Processador: Intel Core quad-core i7-7700HQ a 2,5 GHz (a 3,8 GHz);
  • Teclado: ABNT, com 4 zonas de retroiluminação RGB (20 cores) mais 5 teclas de atalho (macro) programáveis pelo usuário com 3 conjuntos diferentes;
  • Tela: LCD retroiluminada de 15,6 polegadas com antirreflexo;
  • Resolução: 1920×1080 pixels;
  • Sistema: Windows 10 Home Single Language (64-bits);
  • Webcam: Full HD com Windows Hello e detector de presença;
  • (» Mais informações)

Alienware 15 (2017)

Prós

  • Tela de 120 Hz melhora experiência nos games
  • Acabamento de primeira e bem iluminado
  • Desempenho gráfico excelente

Contras

  • Display TN+ tem cores que deixam a desejar
  • Muito grande, grosso e pesado
  • Bateria está com autonomia pior
  • Touchpad pequeno demais
  • Alto-falante tem som estourado
  • SSD só no modelo de R$ 12 mil
Nota Final 7.5
Bateria
6
Desempenho
7
Design
6
Software
9
Teclado
9
Tela
8

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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