Dragonflight é a melhor expansão de World of Warcraft para começar a jogar
Após testar a nova expansão, posso dizer que Dragonflight é um novo começo para WoW, graças às reformulações em sistemas básicos, como talentos e interface
Após testar a nova expansão, posso dizer que Dragonflight é um novo começo para WoW, graças às reformulações em sistemas básicos, como talentos e interface
Dragonflight será a próxima grande expansão de World of Warcraft. Após os acontecimentos de Shadowlands, os heróis de Azeroth retornam à sua terra natal, assim como os grandes Aspectos Dragônicos, responsáveis por proteger o mundo de ameaças. A convite da Blizzard, testei a versão alfa do jogo de forma antecipada e conto, nas linhas a seguir, o porquê dessa ser a melhor hora para você começar ou voltar a jogar WoW.
Antes de tudo, vale falar que tive apenas dois dias de acesso a Dragonflight, entre 12 e 14 de julho. Por isso, só consegui jogar a introdução da expansão, brincar com a nova classe Conjurante — e a raça dos Drachtyr — e testar alguns sistemas inéditos, como a nova árvore de talentos, a interface reformulada, e a Dragonaria.
Apesar do pouco tempo para testar as novidades, pude conversar com Patrick Dawson, diretor de produção de World of Warcraft: Dragonflight. Na entrevista, Dawnson reforçou em diversos momentos que a expansão é um novo começo para o MMORPG, em que jogadores podem voltar às raízes de WoW. Após experimentar o jogo na prática, posso dizer que concordo com ele.
O primeiro ponto que me faz acreditar que Dragonflight está voando em uma direção diferente (e boa) é a reformulação do sistema de talentos, que promete dar mais liberdade às pessoas para que elas possam jogar da forma que quiserem.
A partir de Legion, as expansões de World of Warcraft passaram a incluir sistemas que funcionavam apenas por um tempo. Na comunidade de WoW, isso ficou conhecido como “poderes emprestados” — ou seja, seu personagem sempre ganhava habilidades e equipamentos especiais muito fortes, mas eles se tornavam inúteis quando um novo conteúdo era lançado.
Alguns exemplos de poderes emprestados são os equipamentos lendários em Legion, os poderes de Azerita e a corrupção em Battle for Azeroth, e as habilidades exclusivas dos Pactos em Shadowlands. Após o final de cada expansão, todos esses recursos eram esquecidos, como se nunca tivessem existido.
Dragonflight, por sua vez, deixa de lado os poderes emprestados para reformular um sistema básico de WoW: os talentos. Desde a mudança da mecânica em Mists of Pandaria, aventureiros perderam a capacidade de customizar o estilo de jogo de seus personagens. Naquela época, a Blizzard decidiu substituir as árvores de talentos por uma lista simples.
Agora, as árvores de talentos estão de volta. Em vez de ter apenas três opções de talentos para escolher a cada cinco, 10 ou 15 níveis, os jogadores contam com duas árvores vastas de melhoramentos: uma delas voltada para a classe e outra para a especialização.
No alfa de Dragonflight, criei um Conjurante para experimentar as habilidades da classe. Por ser um servidor de testes, o personagem começou no nível 60, com dezenas de pontos para distribuir na árvore de talentos.
Confesso que fiquei um pouco perdido no sistema e demorei cerca de 40 minutos para entender o que cada talento fazia e encontrar a melhor configuração para mim. Também fiquei preocupado, pensando como seria possível alternar de forma rápida entre os melhores talentos para fazer masmorras, conteúdos no mundo aberto e raides, por exemplo.
Na entrevista com Dawnson, o diretor de produção explicou que, quando a expansão for lançada, haverá um sistema de arsenais para facilitar a troca de árvores.
Com os arsenais, será possível escolher talentos específicos para cada modo de jogo em WoW. Ao apertar um botão, o personagem poderá alternar entre as árvores salvas a qualquer momento — enquanto estiver fora de combate, é claro.
Isso já me deixa mais tranquilo, pois, apesar de parecerem complexas, as árvores de talentos permitem jogar de formas diferentes com uma mesma especialização.
No caso dos Conjurantes, por exemplo, os talentos da especialização de dano — Devastação — permitem focar em dois tipos de habilidades diferentes: as vermelhas, que causam mais dano ao longo do tempo com fogo, ou as azuis de dano arcano explosivo.
Já a árvore de talentos básica dos Conjurantes tem três ramificações: uma focada nas habilidades de dano, outra recomendada para aumentar os efeitos dos melhoramentos (buffs), e uma indicada para jogadores que se especializam em curar aliados.
Dá para customizar as classes e especializações da forma que você preferir, permitindo novas formas de jogabilidade, sem precisar pegar poderes emprestados de formas externas. Além disso, essa mudança é importante, pois será mantida após Dragonflight. O novo sistema de talentos com certeza reviveu minha vontade de jogar World of Warcraft.
Como falei bastante dos talentos dos Conjurantes, vale comentar um pouco sobre a classe. No início do texto, disse que não consegui jogar o alfa de Dragonflight por muito tempo. Porém, nesses dois dias, percebi que o personagem é muito moderno e divertido de utilizar por causa não só da forma de dragão, como também das habilidades “fortificáveis”.
Alguns poderes dos Conjurantes, como Fire Breath e Eternity Surge, podem ficar mais fortes, conforme o tempo que você mantém o botão da habilidade pressionado. Em vez de ser automática, a barra de conjuração cresce lentamente, até atingir o patamar máximo. Assim, dá para causar mais dano ou acertar mais inimigos, se a situação da luta permitir, é claro.
Os Conjurantes são completamente diferentes de tudo que já vi até agora em WoW. Eles são dinâmicos e, apesar de terem jogabilidade parecida com magos, também contam com muitos recursos de mobilidade. Assim como os Caçadores de Demônios, a classe pode utilizar asas para planar e subir aos céus por alguns segundos.
Devido ao curto período de testes, não consegui observar o verdadeiro potencial dos Conjurantes e das habilidades fortificáveis. Contudo, creio que a classe tem tudo para ser uma das mais valiosas em masmorras e raides, por conseguir causar bastante dano, enquanto um tanque segura a atenção de chefes e outros inimigos.
Vale comentar também da customização ao criar um Dracthyr. A Blizzard caprichou ao incluir dezenas de opções para mudar desde a aparência dos personagens, até o tipo de roupa que eles usam quando estão sem armadura. Hoje, a raça dragônica tem a maior quantidade de elementos customizáveis. Só espero que isso seja expandido para outras raças, no futuro.
Outro ponto que me animou bastante em Dragonflight foi a reformulação da interface de World of Warcraft. Desde que foi lançado em 2004, o MMORPG permaneceu parado no tempo quando o assunto era customização de janelas. Por muitos anos, dependi exclusivamente de add-ons, como o ElvUI, para modificar minhas barras de ação e outros elementos visuais.
Na nova expansão, WoW enfim terá ferramentas robustas para mudar a posição de diversos elementos da interface. Além disso, informações importantes, como perfil do personagem, barra de conjuração e minimapa, tiveram a visibilidade melhorada para facilitar o raciocínio dos jogadores durante os combates.
World of Warcraft nunca foi um jogo simples de entender. Até no meu caso, com 10 anos de experiência, a interface padrão da Blizzard me deixa confuso, e eu nem posso mudar a posição dos elementos sem utilizar add-ons. Esses programas, inclusive, deixam o game pesado e podem até mesmo causar alguns bugs de vez em quando.
As mudanças em Dragonflight deixaram os controles de interface parecidos com os vistos em Final Fantasy 14 — e isso é ótimo. É simples arrastar barras de habilidades, salvar configurações de tela e até mesmo criar visualizações específicas para classes e especializações.
A nova interface me agradou bastante como jogador experiente. Também acredito que essa novidade vai beneficiar pessoas que nunca jogaram World of Warcraft na vida e querem experimentar o MMORPG pela primeira vez. Com a mudança, os elementos visuais ficam modernos, e a visualização geral do game está bem mais limpa.
Vale mencionar que, durante a alfa de Dragonflight, nem todas as mudanças da interface haviam sido implementadas. A maioria delas só vai ficar disponível no lançamento da expansão.
Por fim, quero comentar sobre o sistema de Dragonaria, que chega como uma nova forma de voar pelas regiões das Ilhas do Dragão. Ao chegar no local, os jogadores terão acesso a um tipo de montaria aérea inédita, os Dracos, que conseguem voar com muito mais estilo e velocidade que todas as outras montarias do jogo.
Voar nunca foi tão divertido e dinâmico como em Dragonflight. Ao montar em um Draco, uma barra de energia aparece logo abaixo do personagem. Essa barra enche enquanto o dragão está parado ou andando no chão. Com o tempo, a montaria acumula energia para utilizar movimentos especiais, como propulsões, piruetas e mergulhos com mais velocidade.
Na prática, ao utilizar a Dragonaria da forma correta, é possível se locomover muito mais rápido do que no voo convencional. Porém, os Dracos só podem ser invocados nas Ilhas do Dragão. Isso significa que ainda é preciso depender apenas das montarias tradicionais para voar em outras áreas de Azeroth.
Em expansões anteriores, a Blizzard limitava o voo nos primeiros patches para fazer com que os jogadores explorassem as novas áreas em detalhes, sem deixar passar inimigos ou locais importantes. Esse problema não existe em Dragonflight, pois as pessoas ainda precisam ficar no chão com os Dracos para acumular energia antes de voarem.
Outro sistema interessante da Dragonaria é a possibilidade de customizar o visual dos Dracos com armaduras e outros acessórios, tornando cada montaria única.
Apesar de ter me decepcionado com as últimas expansões de World of Warcraft, acredito que Dragonflight é a melhor hora para voltar ao jogo ou começar uma aventura do zero.
Vale mencionar que a expansão tem lançamento marcado para algum momento de 2022 e já está disponível em pré-venda na loja da Battle.net.