iPhone XR: quase um iPhone XS, custando bem menos

O iPhone XR era esperado como um iPhone de 2018 mais simples, só que ele veio com 95% de um iPhone XS e com preço que é quase 30% menor do que o modelo mais caro.

André Fogaça
Por
• Atualizado há 10 meses
iPhone XR (Imagem: divulgação/Apple)
iPhone XR (Imagem: divulgação/Apple)

A Apple voltou com iPhones coloridos, que foram lançados com o iPhone 5C lá em 2013, só que agora como evolução dos iPhones 8 e 8 Plus e com nome de iPhone XR. Ele tem o mesmo processador de um iPhone XS, câmera que até é melhor em algumas situações (mesmo com uma lente a menos!) e preço quase bem menor do que seu irmão mais caro. Uma matemática que me faz ter certeza de que este é o iPhone que você precisa olhar, já que ele é menos caro. Continue lendo os próximos parágrafos que eu vou te explicar se ele realmente é o iPhone do ano, ou não.

Em vídeo

Design

O design é o primeiro ponto de vista de quem ainda não olhou o novo iPhone. Ele voltou a ser colorido e as cores não estão somente na parte traseira, mas também no alumínio que fica nas bordas do smartphone. O iPhone XR é colorido em tom meio pastel, que fica claro nestes dois que estão na cena: o azul é meio azul calcinha e o amarelo é menos forte, mas me lembra gema de ovo.

Nada muda em relação ao que existia no iPhone X nas configurações de botões, mas este novo modelo marca a morte do botão home e garante a troca de botão liga/desliga para um que chama a Siri e apenas bloqueia a tela. De fato, você precisa pensar neste iPhone como o sucessor do iPhone 8, não do X do ano passado.

As bordas são de alumínio, mesmo material da geração anterior e a falta de conector de fone de ouvido continua presente – acostume-se, já era e acabou. Acabou tanto que a Apple deixou de fornecer o dongle que faz a porta Lightning virar uma entrada de fones de 3,5 milímetros.

Falando em milímetros, o iPhone XR é 0,6 milímetro mais espesso do que os iPhones XS e XS Max, tem peso que é 17 gramas maior do que o iPhone XS e 14 gramas mais leve do que o XS Max. Em tamanho do corpo e da tela, ele também fica no meio dos dois outros iPhones deste ano.

Comparando com quem ele realmente é o sucessor, os iPhones 8 e 8 Plus, o XR tem tela maior do que o Plus e corpo menor do que ele, já que utiliza o visual de bordas finas. Sim, elas são maiores do que dos iPhones XS, mas estão dentro das mais finas que um display LCD pode entregar.

O que me incomodou bastante foi a protuberância da câmera traseira. Eu entendo que o sensor precisa de espaço para as lentes trabalharem, mas já que fez um aparelho que é mais espesso, era só continuar com o ganho de gordura e fechar tudo reto.

Ah, a traseira é de vidro e isso garante carregamento sem fios. O iPhone XR pode ser carregado com carregadores que são mais rápidos também, só que isso não veio na caixa, infelizmente.

Tela

Depois do visual e dos materiais de construção, a tela é a segunda maior mudança que temos, quando comparamos com os outros modelos de iPhone lançados neste ano. A Apple trocou o display OLED e voltou ao LCD IPS que já estava nos iPhones até o iPhone 8. Ele continua sendo um dos melhores e mais precisos do mercado e agora com bordas muito mais finas do que os iPhones anteriores.

Outra mudança, essa negativa em números, mas não no uso do cotidiano, é a resolução. O iPhone XR trabalha com 1.792 x 828 pixels, o que continua fechando nos 326 pixels por polegada de densidade. É um valor abaixo de Full HD, pouco acima do 720p e que apenas é negativo se você realmente é vidrado em números e ignora o mundo de verdade.

No cotidiano, depois de passar mais de um ano com um iPhone X e sua resolução de 2.436 x 1.125 pixels, não notei que a visualização de alguma coisa ficou pior. O Google Maps continua exibindo uma quantidade considerável de ruas na navegação, o mesmo vale para o Waze e os detalhes no display são nítidos o suficiente para que você não veja os pixels. Claro que usar o smartphone colado no olho será desagradável, mas sua saúde dos olhos agradece se você não fizer isso.

Ainda no uso do dia a dia, o LCD mostra suas limitações ao não ter um preto tão profundo como as telas OLED da Apple, mas a precisão de cores é superior e isso garante até que fotos não fiquem tão incríveis na tela do celular, para depois ficarem meio estranhas no computador. Exibição de cores é fantástica e sem exageros. Os ângulos de visão também são generosos.

Hardware e bateria

Por dentro temos quase que um repeteco do que o Higa escreveu sobre o iPhone XS e o Mobilon com seu iPhone XS Max. O iPhone XR utiliza exatamente o mesmo A12 Bionic que está nos outros dois aparelhos, com a mesma velocidade e configuração de núcleos, junto do mesmo tamanho de sete nanômetros. Muda a RAM, que por aqui é de 3 GB (a mesma quantidade do iPhone X do ano passado) e a memória interna. No iPhone XR existem opções de 64 GB, 128 GB e 256 GB, a metade do máximo que podem chegar os outros iPhones de 2018.

Como temos exatamente o mesmo processador, mudando apenas 1 GB de RAM e o iPhone XR tem resolução consideravelmente menor, a matemática acaba favorecendo o modelo mais barato e entrega mais desempenho. A diferença é pequena, mas existe.

Sobre o que ele faz no cotidiano e deixando de lado a comparação, o A12 Bionic é o melhor processador que os smartphones podem ter em 2018 – lembrando que o Snapdragon 855, no momento da publicação deste review, não existe em nenhum celular do mundo e os ganhos de desempenho dele ainda não foram testados de verdade.

O XR continua entregando poder de fogo além do necessário para qualquer app ou jogo que existe hoje na App Store, com garantia de rodar bem qualquer coisa que exista nos próximos dois anos, com facilidade e os dois pés nas costas.

A bateria também é favorecida pela resolução menor e maior capacidade energética do que o XS. Ela vem com 2.942mAh e conseguiu durar mais do que a melhor bateria que a Apple já colocou em um iPhone, que estava no iPhone 8 Plus. Dá para ficar confortável o dia todo longe da tomada, com uso bastante intenso e mais ou menos 6 horas de tela ligada, para chegar em casa no final do dia e ainda ter energia sobrando para mandar umas mensagens no Telegram ou um Facetime em vídeo com os amigos.

Finalizando o tecnês, a Apple trouxe significativa melhoria para a área do chip A12 Bionic que é responsável por processamento neural, que alimenta a inteligência artificial. Na versão anterior, o A11 Bionic conseguia realizar 600 bilhões de operações por segundo apenas neste tipo de tarefa. Agora, um ano depois, é possível ter 5 trilhões das mesmas operações e no mesmo espaço de tempo.

Este modelo tem certificação IP67 pros mergulhos acidentais em piscina rasa, ou na privada e tem mais uma coisa: o iPhone XR é um dos primeiros aparelhos da Apple com suporte para dois SIM cards, sendo um deles o físico que já existe desde sempre. E o outro é virtual, no formato de eSIM e que ainda não funciona no Brasil.

Software

O iOS 12, que já vem de fábrica instalado no iPhone XR, tem tudo que já comentamos em outros momentos. De forma resumida, a versão do sistema operacional que roda neste iPhone é pouco mais aberta do que já foi no passado. Tem melhorias na área de notificações e é exatamente igual ao que o Higa escreveu no review dele, com o iPhone XS.

Nada muda por aqui. São os mesmos apps pré-instalados, os mesmos recursos e só tem uma alteração bem pequena e que eu juro que ainda não senti falta: o 3DTouch não existe no iPhone XR. A tela não responde ao nível de pressão que é exercido, mas ainda responde com um pequeno motor de vibração que é, de longe, o melhor do mercado e nenhum Android conseguiu chegar perto da precisão que o iPhone tem. O mais próximo disso, que nem Android é, está nos Joy Cons do Nintendo Switch.

Se você quer saber mais sobre o iOS 12 e tudo que ele pode oferecer, com suas mudanças em relação ao mercado, é só procurar por iOS 12 aqui no Tecnoblog. Temos alguns artigos e vídeos explicando tudo e seria muito repeteco falar mais uma vez a mesma coisa.

Câmera

Além do software, do lado de fora é a mudança mais visível depois da cor do aparelho. O iPhone XR tem apenas uma lente. Calma com os comentários negativos, já que o sensor que está logo abaixo das lentes é exatamente o mesmo que está no iPhone XS e a lente é a mesma do modo grande angular do modelo mais caro. A mesma abertura de f/1.8, a mesma estabilização ótica de imagem e a mesma resolução de 12 megapixels, com a mesma capacidade de filmar em até 4K com 60 quadros por segundo, ou em câmera lenta de 240 quadros por segundo em Full HD, com som estéreo na gravação.

As fotos são idênticas ao que os iPhones XS e XS Max conseguem, o que pode ser encaixado como uma das melhores câmeras do mercado.

As fotos tiradas durante o dia ficam bastante claras, com o novo HDR trabalhando muito bem e sem estourar as imagens. Nada de sombras exageradamente escuras ou áreas iluminadas estouradas.

De noite tudo continua igualmente incrível. O ruído é quase que inexistente e as cores são representadas com muita precisão, mesmo quando há pouca luz de verdade.

O modo retrato, que poderia deixar de existir por aqui, já que há apenas uma lente, está presente e tende a ser melhor do que nos iPhones mais caros. Tudo é feito exatamente como nos Pixel 2 e 3 do Google, que recorrem ao software para deixar o fundo embaçado.

A vantagem que leva o iPhone XR é que, como ele usa apenas a lente que tem para isso e ela é de abertura f/1.8, não há outra lente mais escura fazendo o trabalho e o modo retrato de noite fica realmente possível.

Além disso, a distância necessária para deixar o objeto desfocado não é a mesma, garantindo que modo retrato com mais da pessoa fotografada é possível e funciona muito bem – o que não acontece nos iPhones XS e XS Max.

Por outro lado, os modelos mais caros conseguem apenas uma coisa superior: eles fazem o modo retrato com qualquer coisa e o iPhone XR faz somente com pessoas. Ponto final. É isso.

Conclusão

O iPhone XR é o retorno do iPhone menos caro e que sempre existiu na versão não-Plus, mas que pareceu que morreria com a chegada do iPhone X, em 2017. Ele voltou, incorporou cores bem bacanas, manteve 95% do que está no iPhone XS e cobra quase que um terço a menos do que é necessário para levar um XS para casa. Hoje, no momento da publicação deste review, o iPhone XR tem preço inicial de R$ 5,2 mil, enquanto que o iPhone XS parte de R$ 7,3 mil.

Você economiza R$ 2,1 mil ao abrir mão de duas lentes, que só tem um ponto que realmente faz falta: zoom ótico. Abre mão de tela OLED e de maior resolução, que eu também não senti falta e se você vem de um iPhone 6, 7 ou 8, sabe o que vai encontrar neste display IPS LCD, que neste caso é maior. Ele continua como um dos melhores, se não o melhor LCD do mercado, agora com bordas arredondadas e bem finas.

Além disso, tem opção de cores que realmente existe. Se fosse com o meu dinheiro, a minha compara, de todos os iPhones disponíveis neste ano eu levaria para casa o XR. E aposto que ele será o modelo do ano de 2018, com troco suficiente para dar um Android intermediário potente para alguém de presente.

Especificações técnicas

  • Bateria: 2.942 mAh;
  • Câmera: 12 megapixels (traseira), 7 megapixels (frontal);
  • Conectividade: 3G, 4G, Wi-Fi 802.11ac, GPS, GLONASS, GALILEO, QZSS, Bluetooth 5.0, Lightning;
  • Dimensões: 150,9 x 75,7 x 8,3 mm;
  • GPU: Apple GPU (quad-core);
  • Memória externa: não;
  • Memória interna: 64GB, 128 GB ou 256 GB;
  • Memória RAM: 3 GB;
  • Peso: 194 gramas;
  • Plataforma: iOS 12;
  • Processador: hexa-core A12 Bionic de 2,5 GHz;
  • Sensores: acelerômetro, giroscópio, proximidade, bússola digital e barômetro;
  • Tela: IPS LCD de 6,1 polegadas com resolução de 1792 x 828 pixels (~326 PPI).

iPhone XR

Prós

  • Custa R$ 2,1 mil a menos do que o iPhone XS e entrega quase que tudo dele
  • Modo retrato é até melhor, mesmo com uma só lente
  • Bateria com boa autonomia
  • Menor resolução e mesmo hardware: mais desempenho

Contras

  • Tá menos caro, mas ainda é caro
  • Tem uma vontade louca de cair das mãos
Nota Final 9.3
Bateria
10
Câmera
10
Conectividade
9
Desempenho
10
Design
9
Software
9
Tela
8

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André Fogaça

André Fogaça

Ex-autor

André Fogaça é jornalista e escreve sobre tecnologia há mais de uma década. Cobriu grandes eventos nacionais e internacionais neste período, como CES, Computex, MWC e WWDC. Foi autor no Tecnoblog entre 2018 e 2021, e editor do Meio Bit, além de colecionar passagens por outros veículos especializados.

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