Lenovo Yoga 520: um quase intermediário

O notebook da Lenovo é bem acabado, mas por dentro deixa a desejar

Jean Prado
Por
• Atualizado há 10 meses

Existe uma categoria dentro dos notebooks intermediários para quem quer tela touchscreen e um notebook que vira tablet – a famosa 2 em 1. O Lenovo Yoga 520 se encaixa nessa classificação.

Ele oferece tela de 14 polegadas, processador Intel Core i5 ou i7, de 4 GB a 8 GB de RAM e até um modelo com SSD. Os preços variam de R$ 2.899 a R$ 4.499. Mas e aí, vale a pena?

Design e acabamento

Para começar, a Lenovo mandou bem: o Yoga 520 tem um ótimo acabamento de alumínio. Ele não suja fácil nem escorrega das mãos, mas o modelo que eu testei veio com alguns riscos, então cuidado por onde você anda com o seu notebook.

É bem fácil carregá-lo por aí: com 1,74 kg e 19,9 mm de espessura, o notebook é relativamente fino, mas mais leve que a média, ideal por ser 2 em 1. Consegui aproveitá-lo bem nos três modos de uso: comum, modo tenda e tablet.

Das três portas USB, duas são USB 3.0 e uma é USB-C (boa, Lenovo!). O Yoga 520 também tem entrada HDMI, para cartão SD e para fones de ouvido de 3,5 mm.

Hardware e tela

No geral, o hardware externo desse notebook não deixa a desejar. O teclado tem retroiluminação e as teclas são ótimas, levemente curvadas para deixar a digitação mais confortável.

Só não gostei muito do touchpad, que tem o clique duro e o reconhecimento não é dos melhores. Ao lado, também fica o leitor de impressões digitais, que pode ser usado com o Windows Hello.

Por R$ 299, a Lenovo vende a Active Pen, uma caneta com reconhecimento de pressão e previsão de toque. É uma boa adição, mas a caneta é avulsa e não se acopla ao notebook. Tome cuidado para não perdê-la: eu esqueci a minha na casa de uma amiga, mas já recuperei (sorry, Lenovo!).

Os alto-falantes são feitos pela Harman, empresa que foi comprada pela Samsung e que também detém a JBL. Mas a marca diz pouco para esse modelo; a qualidade não é excelente, e sim apenas satisfatória, pois o som é abafado e raso.

O ponto negativo aqui fica para a tela de 14 polegadas com resolução de 1366×768 pixels; para um modelo intermediário, considero indispensável resolução 1080p. Além da baixa qualidade, o display do Yoga 520 tem cores lavadas, péssimo ângulo de visão e reflete bastante.

A situação se agrava quando só há uma versão do notebook com resolução de 1920×1080 pixels, exclusiva do site da Lenovo e custa R$ 3.699.

Desempenho

Como o Yoga 520 tem especificações parecidas com o Inspiron 15 5000, posso escrever a mesma coisa aqui:

Como todo notebook que combina um processador i7 com um HD de 5400 RPM, o desempenho foi inconsistente. No uso diário, o Chrome chegou a travar e os aplicativos normalmente demoram para abrir. O Windows demora para inicializar e a tela de login por vezes atrasava na hora de abrir o meu usuário.

No Yoga 520, tive até outros problemas; no começo, a unidade que recebi estava travando muito, com a tela apagando e qualquer coisa demorava mais que o normal para abrir. Precisei restaurar o dispositivo às configurações de fábrica (e apagar seu conteúdo) para conseguir usá-lo propriamente.

E, ainda assim, não fiquei satisfeito. Achei o Inspiron 15 5000 mais rápido, e os modelos que testei tinham a mesma configuração de processador, RAM e HD – isso porque o Yoga 520 tem uma resolução menor. Mesmo com um processador Intel Core i7, não consigo falar com segurança que o Yoga aguenta tarefas mais parrudas.

Por conta disso, o modelo que eu testei, de R$ 3.599, tem pouca vantagem em relação a opções inferiores que vêm com i5 — caso você não esteja apto a gastar R$ 4.499 no modelo com SSD.

A Lenovo confirmou ao Tecnoblog que o consumidor pode colocar um SSD por conta própria, desde que a troca não danifique o aparelho. No entanto, a empresa acrescentou que “recomenda a compra do Yoga 520 na configuração de fábrica”.

Bateria

A bateria deste notebook é mediana: não aguenta as 10 horas prometidas pela Lenovo fora da tomada, mas também não obriga você a ficar conectado a um plug.

Nos meus testes, usei o Yoga 520 para assistir Terrace House (obrigado pela recomendação, Alecrim!), o que me ajudou a não morrer de tédio durante voos atrasados. A bateria durou cerca de 4h30, mas os episódios já estavam baixados e eu não usei qualquer outro aplicativo no período. É de se esperar uma autonomia inferior em um uso mais intenso.

Conclusão

Não me leve a mal: o Yoga 520 é um bom notebook, mas as versões oferecidas têm especificações que não combinam com o preço, salvo pelo modelo base, de R$ 2.899.

É uma pena ver que a versão com resolução de 1920×1080 pixels não tem SSD de fábrica, enquanto o modelo de R$ 4.499 com memória flash não tem resolução maior. É legal que a empresa ofereça um notebook com SSD, mas com resolução de 1366×768 não dá para aceitar.

No final das contas, outros modelos trazem um melhor conjunto, como o Inspiron 13 5000, que também é 2 em 1 e vem com processador i7, 8 GB de RAM e SSD de 256 GB por R$ 4.229. O Yoga 520 só vale a pena se você quer um 2 em 1 quase intermediário.

Especificações técnicas

  • Armazenamento: 1 TB (5400 RPM) ou SSD de 256 GB;
  • Bateria: 35 Wh (2 células);
  • Conectividade: Wireless 802.11ac 1×1;
  • Dimensões: 235 x 330 x 19,9 mm;
  • Memória RAM: 4GB a 8 GB DDR4 de 2.133 MHz;
  • Peso: 1,74 kg;
  • Placa de vídeo: Intel HD Graphics 620;
  • Processador: Intel dual-core i5-7200U 2,5 GHz ou dual-core i7-7500U 2,7 GHz (modelo testado);
  • Teclado: ABNT, padrão brasileiro;
  • Tela: LED retroiluminada de 14 polegadas multitouch;
  • Resolução: 1366×768 pixels;
  • Sistema: Windows 10 Home Single Language (64-bits);
  • (» Mais informações)

Lenovo Yoga 520

Prós

  • Bem acabado, leve e fácil de carregar
  • Teclado retroiluminado
  • Leitor de impressões digitais

Contras

  • Touchpad tem o clique duro
  • Tela com resolução baixa e qualidade ruim
  • Desempenho ruim em qualquer modelo com HD
Nota Final 7.7
Bateria
7
Desempenho
6
Design
9
Software
9
Teclado
9
Tela
6

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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