Uma olhada de perto no Moto G100, que de Moto G só tem o nome

Snapdragon 870, 12 GB de RAM, 256 GB de espaço e tela Full HD+ de 90 Hz são destaques do Moto G100

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 mês
Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Snapdragon 870, 12 GB de RAM, 256 GB de espaço e tela de 90 Hz. Poderia ser mais um celular topo de linha da Motorola, mas a fabricante decidiu colocar esse hardware dentro de um Moto G. Batizado de Moto G100, o novo smartphone da marca chega ao Brasil para quem quer muita potência sem pagar por acabamento premium ou câmeras mirabolantes.

O Moto G mais potente (e mais caro) da história tem preço de lançamento de R$ 3.999, o que é bem salgado para um Moto G, mas é menos do que outras fabricantes cobram por smartphones com números inferiores. E o que mais ele tem de bom? Eu já estou com o Moto G100 em mãos e conto minhas primeiras impressões a seguir.

Primeiras impressões do Moto G100 em vídeo

O Moto G100 é o primeiro Moto G com um processador da série 800. O Snapdragon 870 é uma versão turbinada do Snapdragon 865 Plus e fica só um degrau abaixo do Snapdragon 888, o chip mais potente da Qualcomm. Toda essa sopa de números significa dizer que o Moto G100 passa a ser o smartphone com o maior desempenho na linha da Motorola, acima até do Motorola Edge+.

Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Além do chip potente, o Moto G100 será vendido no Brasil com a melhor combinação de hardware possível: enquanto outros países receberão versões com 6 ou 8 GB de RAM, aqui só teremos o aparelho com 12 GB. E a tela também é fora de série para um Moto G: apesar de o painel LCD de 6,7 polegadas não impressionar pelo contraste, ele gera uma boa sensação de fluidez graças à taxa de atualização de 90 Hz.

Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Em conversa com o Thiago Masuchette, head de produtos da Motorola, ele me disse que a ideia do Moto G100 é usar a força do nome Moto G, que é considerado uma “fortaleza” dentro da empresa, para surpreender com um hardware muito superior ao esperado. De quebra, a Motorola aproveita para mudar a nomenclatura da linha, que passa a ser baseada em números em vez de sobrenomes como Play e Plus: o G10 é o mais simples, o G30 fica no meio do caminho e o G100 é o mais completo.

Ready For é o Samsung DeX da Motorola

Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

A Motorola ainda trouxe novidades no software com o Ready For, que lembra bastante o Samsung DeX: com a ajuda de um cabo USB-C para HDMI, você pode conectar o Moto G100 a um monitor ou TV e usar o celular como um desktop, com uma interface de janelas flutuantes em uma área de trabalho. É possível conectar mouse, teclado e joystick, além de usar a própria tela do smartphone como um trackpad.

Eu gostei do Ready For por iniciar de forma quase instantânea e por deixar claro para o usuário quais são as possibilidades, desde transformar sua TV antiga em smart TV, rodando Netflix, Spotify e qualquer outro aplicativo, até fazer chamadas em vídeo usando a câmera traseira. Mas fica claro que o recurso ainda precisa melhorar: o Amazon Prime Video, por exemplo, mostrou um erro de DRM nos meus testes e não conseguiu reproduzir nada via HDMI.

Moto G100: premium “de entrada”?

Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Apesar de trazer um processador muito potente, alguns pontos deixam claro que a Motorola economizou para trazer o Moto G100 para uma faixa de preço menos salgada. Embora não se possa dizer que R$ 3.999 seja um valor acessível, é fato que é muito abaixo dos R$ 6.000 ou R$ 7.000 esperados no lançamento para um celular com esse nível de hardware.

O primeiro ponto de economia está na carcaça: a versão azul com nuances de roxo ficou muito bonita, mas não existe nenhuma sofisticação nos materiais, já que o aparelho é todo feito de plástico e não traz nenhum detalhe diferente no design, como as bordas curvadas do Edge+, que tendem a encarecer o produto. A resistência contra água, comum no segmento premium, também ficou de lado.

Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Falando em Edge+, a Motorola não adotou nem uma tela OLED e nem um leitor de impressões digitais sob o display; o sensor biométrico fica no botão liga/desliga. E a câmera não traz números impressionantes como os 108 megapixels do Edge+, nem uma lente teleobjetiva para tirar fotos com zoom óptico, componente que normalmente fica restrito aos smartphones mais caros.

Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Além disso, o Moto G100 tem garantia de somente uma atualização de versão de Android, contra duas atualizações dos modelos mais caros, como o Edge+. Eu destaco isso de forma particularmente negativa porque a Motorola já foi uma referência de fabricante que mantinha o suporte aos seus aparelhos por um período acima da média, especialmente na era Google, mas deixou essa força de lado nos lançamentos recentes.

Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

No final das contas, a Motorola segue uma receita que algumas fabricantes, especialmente as chinesas, têm feito com sucesso, lançando o celular mais potente possível pelo menor preço que puder. O Moto G100 pode ser a alternativa que faltava no mercado brasileiro para quem queria um motor grande sem ter que pagar um extra por rodas exclusivas ou bancos de couro do sul da Alemanha.

Review do Moto G100 em breve

Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
Motorola Moto G100 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Nossa análise completa do Moto G100 será publicada nas próximas semanas. O que você quer saber sobre ele?

Motorola Moto G100 – ficha técnica (Brasil)

  • Tela: LTPS LCD de 6,7 polegadas com resolução Full HD+ (2520×1080 pixels), HDR10 e taxa de atualização de 90 Hz;
  • Processador: Qualcomm Snapdragon 870 octa-core de até 3,2 GHz e GPU Adreno 650;
  • RAM: 12 GB;
  • Armazenamento interno: 256 GB (com expansão por microSD de até 1 TB);
  • Câmeras frontais:
    • Principal: 16 megapixels (f/2,2) com campo de visão de 73 graus;
    • Ultrawide: 8 megapixels (f/2,4) com campo de visão de 118 graus;
    • Gravação de vídeo em 1080p a 30 fps;
  • Câmeras traseiras:
    • Principal: 64 megapixels (f/1,7) com campo de visão de 79 graus;
    • Ultrawide e macro: 16 megapixels (f/2,2) com campo de visão de 117 graus;
    • Profundidade: 2 megapixels (f/2,4) com campo de visão de 83 graus;
    • Sensor de profundidade 3D de tempo de voo (ToF);
    • Gravação de vídeo em 6K a 30 fps;
  • Bateria: 5.000 mAh com carregamento rápido TurboPower de 20 watts;
  • Conectividade: 5G DSS, 5G sub-6, Bluetooth 5.1, Wi-Fi 802.11a/b/g/n/ac/ax, NFC e entrada de 3,5 mm para fones de ouvido;
  • Dimensões: 168,4x74x9,7 mm;
  • Peso: 207 gramas

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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