Review Remix OS: um Android que roda no seu computador

Ainda que em alpha, o Remix OS surpreende por recursos que imitam sistemas operacionais de verdade

Jean Prado
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• Atualizado há 3 semanas
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Por ser open source, o Android pode ser adaptado para várias plataformas, como relógios, carros ou até mesmo televisores. Ele até funciona em notebooks, mas não é tão bem aproveitado quanto nos smartphones.

Para entender melhor o que estou querendo dizer, vamos analisar o caso do Pixel C, um tablet desenvolvido pelo próprio Google. Ele roda Android, não Chrome OS, mas visa substituir o laptop do público comum, com um teclado integrado para dar mais cara de notebook ao híbrido. Mas… a ideia não foi muito bem executada por um ponto chave: o sistema operacional.

O Pixel C tem várias qualidades invejáveis, como o display de alta definição e acabamento de primeira. Ele tinha potencial para brigar com o Surface e o iPad Pro, por exemplo, mas o software parecia muito limitado, uma vez que o Android, por si só, não tem a fama de funcionar tão bem em tablets quanto o iOS. Até funciona, mas não entrega boas opções de produtividade ― o objetivo principal, basicamente, é proporcionar entretenimento.

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Muitos sites avaliaram o Pixel C como um produto inacabado, que não oferecia um ecossistema completo. Mas… e se fosse diferente? E se ele rodasse, por exemplo, Chrome OS? Essa possibilidade já foi defendida por algumas pessoas e evidências já apareceram indicando que, na verdade, a decisão inicial do Google não era colocar Android em seu primeiro tablet, mas sim Chrome OS. Até faz mais sentido, se considerarmos o aspecto de produtividade, mas aí entramos em outro impasse.

Todos sabemos que o Chrome OS não é perfeito. O lance de janelas já ajuda, as centenas de milhares extensões para o Chrome trazem mais integração com a web, mas um navegador é só uma parte de um computador. E se desse para juntar o melhor dos dois mundos em um sistema operacional só? Graças ao Android-x86 Project, que adapta o Android para plataformas que não são ARM, é possível caminhar para uma convergência.

Foi nesse contexto em que surgiu o Remix OS. Ele é um sistema operacional completo totalmente baseado no Android, sem que perder suas bases principais. Os aplicativos do Google Play rodam em janelas, com uma adaptação muito interessante (até aí, já abrimos várias possibilidades!). O Remix OS também tem um completo gerenciador de arquivos nativo, uma central de notificações e um painel de configurações caprichado.

Quem está por trás do sistema é a Jide Technology, uma startup fundada em 2014 por três engenheiros do Google de Mountain View, e que atualmente possui duas sedes na China. Com o sistema em mãos, ainda na sua versão inicial, eles já chegaram a lançar o Ultra-Tablet e o Remix Mini, dispositivos que aproveitam o melhor do Remix OS em um tablet e um minicomputador, respectivamente.

Seu trabalho é notável: como você pode ver no vídeo acima, o software funciona muito bem, combinando o ecossistema de aplicativos do Android com a versatilidade de um sistema operacional organizado por janelas, como foram idealizados os grandes SOs modernos. Ele também traz o clique do botão direito, atualizações over-the-air (OTA) e suporte aos mais variados tipos de teclado.

Com todos esses recursos, você se sente praticamente usando OS X ou Windows 10, mas com os aplicativos do Android. As janelas são maximizáveis e o tamanho delas pode ser alterado, com o aplicativo devidamente refletindo a alteração. Atalhos de teclado também são bem-vindos, como Ctrl+N para criar um novo docimento, Ctrl+S para salvá-lo, Ctrl+C para copiar, Ctrl+X para cortar e Ctrl+V para colar.

Mas será que o Remix OS consegue substituir o seu sistema operacional principal? Os aplicativos, em potencial, ele tem. Se você for assinante do Office 365, por exemplo, pode instalar o Office e trabalhar direto do dispositivo com o software da Jide, sem complicações.

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Eu vejo o Remix OS como o que o Chrome OS deveria ter sido. É uma ótima fusão do que o Android tem de melhor com possibilidades reais do sistema substituir um computador, sem te fazer mudar drasticamente as ferramentas que você usa e com uma interface agradável.

Aliás, esse é outro ponto que me chamou atenção no Remix OS. Ele parece meio que uma mistura do Windows 10 com o OS X, como se o melhor do design dos dois sistemas tivesse sido combinado. De quebra, o layout dos aplicativos desenhados para o Lollipop vem muito a calhar com as diretrizes do Remix OS.

Essas foram as primeiras impressões que eu tive quando vi o Remix OS de longe. Quando o primeiro alpha saiu a público, logo fui instalar, e passei alguns dias usando o sistema para ver se as minhas expectativas eram antedidas. Spoiler: para um sistema alpha, o Remix OS está bem estável.

Neste review, além da minha experiência com o sistema, vou te guiar a instalá-lo em seu dispositivo, e a resolver problemas que eu passei (e você também provavelmente vai passar) ao longo do processo. A instalação é bem fácil, e o tutorial pode ser encontrado neste post. Instalei o sistema num pen drive e espetei-o um Acer Aspire E5-571-51AF, que tem um Core i5 Broadwell, 4 GB de RAM e roda Windows 10 muito bem.

Quando você terminar a instalação, é só voltar aqui para resolvermos algumas coisas que não vêm por padrão no sistema. Vem comigo.

Instalando os serviços do Google

Por mais que o Remix OS seja um sistema baseado no Android, ele não vem com os serviços do Google instalados por padrão. Isso é um tanto quanto comum nas ROMs customizadas do sistema e acontece por algumas razões, como o fato do Google proteger seus serviços de rodar em qualquer sistema não autorizado e tudo mais.

Mas sem problemas: é possível instalar os aplicativos do Google, incluindo a Play Store, para poder ter acesso ao ecossistema completo da gigante de Mountain View no Remix OS. O tutorial em inglês está disponível aqui, junto com o download do aplicativo que habilita o Google Mobile Services. Mas não é tão difícil, olha só:

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1. Com o Remix OS funcionando, abra o link acima e baixe o GMSActivator.apk, que tamém está disponível aqui;

2. Entre em Configurações > Segurança e desabilite Fontes Desconhecidas para permitir a instalação de arquivos *.apk;

3. Abra o Gerenciador de arquivos, vá em Downloads e clique no GSMActivator.apk para instalar;

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4. Clique em instalar e, quando terminar, abra o aplicativo;

5. Como na imagem abaixo, clique em “One-Click To Install Google Services” e espere o download e a instalação terminarem;

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6. Quando tudo já estiver completo, reinicie o sistema;

7. Se você passar por algum problema, entre em Configurações > Aplicativos e procure por Google Play Services;

8. Clique em Gerenciar espaço e depois em Limpar dados;

9. Faça o mesmo com Google Services Framework;

10. Reinicie o sistema novamente;

Mouse e layouts de teclado

Logo quando eu iniciei, percebi que o meu mouse estava… diferente. Isso porque, como você viu nas screenshots acima, ele é representado por um círculo, em vez de um ponteiro. Chuto que o Remix OS reconheceu o touchpad como um dispositivo touch de verdade e simulou os toques na tela. Por isso, ele acha que o meu mouse na verdade é um toque.

Coloco três dedos no touchpad, o Remix OS mostra os três dedos exatamente como estão na tela.
Coloco três dedos no touchpad, o Remix OS mostra os três dedos exatamente como estão na tela.

Não há muito o que você possa fazer para mudar isso: não achei nenhum tutorial de como reverter esse reconhecimento, e fora a frustração de ver o mouse como uma bolinha, esse problema não acarreta em nada no sistema, em geral. A diferença é que, para redirecionar janelas, você precisará tocar no touchpad com um dedo e arrastar o outro. Caso você tenha um mouse disponível, esse problema desaparece e você ganha um ponteiro no sistema.

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Outra coisa que me incomodou logo de cara foi o teclado, que estava com problema para acentuar as letras. Logo depois percebi que havia como mudar o layout do teclado, em vez de descobrir qual letra você tem que combinar com Alt para aparecer o acento que você quer. É só fazer o que está escrito abaixo:

1. Ir em Configurações > Idioma e entrada;

2. Clicar em AT Translated Set 2 keyboard para escolher o layout de teclado;

3. Ir em Configurar layouts do teclado;

4. Selecionar Brasileiro;

5. Pronto! Agora você pode acentuar suas palavras normalmente.

Experimentando o Remix OS

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Quando iniciei o Remix OS, fiquei surpreso ao ver como o sistema funciona bem. Depois que eu instalei o Google Play, tudo o que eu queria era instalar aplicativos que eu tinha no smartphone, e eles rodaram de maneira formidável no laptop. Instalei o Telegram, fiz logi, e percebi que a imagem de fundo nos chats e as animações não estavam carregando direito. Poxa. Mas tudo bem, segui para a próxima.

Remix OS: funciona! Assine nosso canal no Telegram: https://telegram.me/Tecnoblog.
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Instalei o Chrome e consegui ter uma experiência bem semelhante à do computador. Sem suporte a extensões, é claro, mas com a clássica visualização de abas no topo da barra de navegação. Ao forçar a versão desktop, parecia que eu estava usando um computador comum. Infelizmente, vídeos carregavam apenas em baixa qualidade, mas rodavam normalmente no player nativo do próprio navegador, que funcionou muito bem no Remix OS.

Um dos aplicativos que não funcionou como esperado foi o YouTube. Os vídeos demoravam para carregar, e sempre carregavam em 144p ou 240p, sem opção de escolher uma qualidade maior. Não era mérito da minha internet: decidi rodar o vídeo do Remix Mini que vem junto com o sistema e ele ficou travando. Imagino que o sistema passou por alguns problemas ao reconhecer meu driver gráfico, um HD 5500. Testei o Remix OS no meu desktop, que tem um HD 3000, e o problema persistiu.

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Certamente não foi uma boa primeira impressão, mas, apesar do problema com vídeos, consegui usar o Remix OS normalmente. Apesar da baixa qualidade, os vídeos no navegador rodavam sem problemas, e no aplicativo do Twitter também. Ainda não consegui consertar os problemas gráficos, mas acabei relevando; o Remix OS ainda está em alpha, é compreensível que algumas coisas não funcionem em todos os computadores. Fico aguardando as correções.

Depois, não tive complicações. Instalei apps como o Facebook, Spotify, SwiftKey (que funciona surpreendentemente bem, mas acabei desativando) e todos rodaram como o esperado. Se você quiser ser realmente produtivo no Remix OS e fazer algumas atividades diárias, também é possível. Além dos aplicativos derivados do Google Drive (Documentos, Planilhas e Apresentações), se você for assinante do Office 365, dá para instalar a suíte de apps da Microsoft e ter recursos semelhantes à versão para computadores.

Edição de um trabalho acadêmico pelo Documentos, do Google. Funciona muito bem!
Edição de um trabalho acadêmico pelo Documentos, do Google. Funciona muito bem!

O fato de ter um teclado e mouse, além da organização por janelas, também corrobora muito com a cara de um sistema operacional mais “consolidado” para o Remix OS. Não preciso necessariamente estar em um aplicativo por vez (pelo contrário: sempre coloco vários lado a lado) e o céu é o limite com a quantidade de aplicativos disponíveis para Android. O MX Player, por exemplo, traz suporte de reprodução a vários formatos de vídeo (incluindo *.mkv), e o Drive suporta nativamente PDFs.

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Reprodução de vídeo no MX Player: funciona, mas a taxa de atualização é muito baixa.
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Como mencionei no começo do texto, o Remix OS traz características de um sistema operacional já crescido. Uma delas é a central de notificações, que funciona de forma muito semelhante como no Android. Até os controles de mídia de apps como Spotify e Chrome. Quando eles estão reproduzindo algo, por exemplo, é possível controlá-los pela barra.

Ela também pode ser usada como atalho para ativar recursos como o não perturbe, a rotação automática (até agora não entendi como isso pode ser útil no desktop, mas tudo bem), ativar ou desativar o ocultamento da barra de tarefas, além de um atalho para a ferramenta de captura de tela e outro para as configurações.

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Aliás, eis outro elogio para como as configurações são organizadas no Remix OS, que me lembram muito o OS X. É muito fácil achar algum ajuste e eles funcionam exatamente como no Android, com direito até a informações sobre o sistema e uma área para desenvolvedores. Para gerenciar a função “Abrir com”, eles também incluíram a ferramenta de definir um aplicativo como padrão.

O gerenciador de arquivos também é bem completo (e nativo), como você já viu acima. A Jide define-o como “o gerenciador de arquivos mais avançado do mundo no Android” e, exageros à parte, ele é realmente muito bom, além de ter uma interface agradável. Ele suporta arrastar e soltar, além de reconhecer dispositivos externos, como pen drives e HDs.

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No meu laptop, as ferramentas de alterar o brilho e volume funcionaram nativamente, com atenção especial ao toast de diminuir ou aumentar o volume, que parece muito mais bem acabada que a de brilho. Além disso, na barra de tarefas, eles ainda disponibilizam um calendário nativo (já que não existe app para isso, se você não instalar).

Para quem já está acostumado com o Windows 10 ou OS X, não é muito difícil aprender a usar o Remix OS. Tudo bem que ele é baseado em uma plataforma móvel, o que muda totalmente o cenário, mas os desenvolvedores conseguiram adaptar a plataforma de uma maneira tão interessante que algumas coisas nem fazem diferença ― e outras ficam até melhores.

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Sério. Vamos falar sobre esse aplicativo do Gmail. É muito legal gerenciar os e-mails assim!

Enfim. Algumas coisas ficam notáveis que foram desenhadas para dispositivos móveis, como o aplicativo do Twitter, Facebook, Telegram, Slack… Mas até que dá para usar. Qualquer coisa, se você não se acostumar, também tem como abrir a versão web desses sites mesmo. Afinal, pelo menos as redes sociais, não costumam ter aplicativos para os principais sistemas operacionais do desktop.

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Sem contar que a clássica organização do sistema composta por janelas, “menu iniciar”, barra de tarefas e bandeja de ícones está presente no Remix OS. De quebra, ainda tem a central de notificações, que, como mencionado, funciona tão bem quanto no OS X.

Portanto, quem já está acostumado com os clássicos sistemas operacionais não deve sofrer muito quando se deparar com o Remix OS. Na verdade, o efeito é justamente o contrário: fiquei até empolgado para instalar aplicativos que antes só rodavam no meu smartphone. Se os meus gráficos estivessem funcionando corretamente, poderia até ter aproveitado alguns jogos.

É claro que algumas funções mais específicas, como edição avançada de imagens e vídeos, não serão bem atendidas no Remix OS. Mas esse não é muito o propósito do sistema, acredito eu. Quem executa tarefas tão específicas quanto estas não considera migrar muito seu ecossistema porque suas ferramentas já estão ali, então não faz muito sentido se aventurar em outra plataforma diferente.

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Acredito que eu conseguiria usar normalmente o Remix OS por um dia para desempenhar minhas funções no Tecnoblog, usar o Google Drive para escrever os trabalhos da faculdade e fazer anotações no Evernote. Nesse estado inicial, nem tentei me aventurar. Não é muito justo dizer que um sistema ainda em alpha não presta, e o Remix OS, na verdade, até que me surpreendeu.

Por enquanto, o sistema cumpre as funções básicas anunciadas, e os desenvolvedores encorajam os testes. “Essa é uma versão alpha feita para desenvolvedores e early adopters que não ligam para um bug ou dois. (…) Nós pedimos para que desenvolvedores e testers ajudem-nos a otimizar o Remix OS para PCs Android”, avisam. O feedback deve ser dado neste formulário e mais informações sobre o sistema você encontra neste grupo do Google ou na comunidade aqui.

Meus problemas com o Remix OS (e novidades do próximo lançamento)

Se você já instalou ou pretende instalar o Remix OS, decidi listar exatamente os problemas que eu tive para você não se sentir sozinho. Como a versão ainda está em alpha, não há outra orientação dos desenvolvedores a não ser reportar os problemas na comunidade e esperar para que o melhor aconteça.

  • O mouse foi reconhecido como um dispositivo touch, então a navegação só funcionava com aquela bolinha para mostrar onde ele está, sem suporte a clique direito. Consegui redimensionar as janelas segurando no trackpad com um dedo e arrastando o outro; mas depende muito da sua sorte de acertar o canto da janela para redimensioná-la.
  • Problema com vídeos, vide os do YouTube que só rodam em qualidade baixa, os do Chrome que por vezes fazem o sistema travar e os do MX Player que rodam em uma qualidade aceitável, mas a uma taxa de atualização muito baixa.
  • Conectei o Remix OS no meu desktop, no qual tenho um monitor conectado por DVI e outro por HDMI e… só o DVI funcionou. Não acredito nem que seja receição ao HDMI, apenas a falta de suporte (até gráfico, já que aparentemente o driver não foi reconhecido) a dois monitores.
  • Se a sua resolução for absurda (vulgo maior que 1080p, como 2K ou até mesmo 4K), prepare-se para deixar uma lupa colada no seu monitor. O Remix OS ainda não tem suporte a scaling para altas resoluções, então os elementos aparecem do mesmo tamanho que ficariam em um laptop com resolução 1366×768 pixels como o meu, por exemplo.
  • Já vi gente que teve problema com Wi-Fi (e isso pode ser um problema caso o seu notebook não tenha uma entrada Ethernet. A placa Wi-Fi do meu laptop foi reconhecida sem problemas, mas o Bluetooth não pegou de forma alguma. Ele aparece, mas não consigo ativá-lo.
  • Quando eu coloco o Remix OS em standby pelo botão no “menu iniciar” do sistema, o notebook não volta como esperado. Ele até liga, mas depois começa a travar na tela inicial e eu sempre preciso reiniciá-lo.
  • Falando em reiniciá-lo… Não é uma boa ideia fazer trabalhos importantes no Remix OS. Inventei de começar a escrever este review no dispositivo, já tinha aberto vários aplicativos e você provavelmente já sabe o desfecho dessa história. Perdi parte do meu trabalho (ainda bem que não era muita coisa) porque o sistema reiniciou do nada.

É natural que, ao longo do desenvolvimento do sistema, esses problemas sejam consertados. E pode ser que você não passe nem por metade deles, é algo que varia muito de sistema a sistema. Por isso é tão difícil deixar o Remix OS perfeito para todo mundo logo de cara. É aí que os early adopters entram para ajudar a tornar a versão final mais estável.

O próximo lançamento do Remix OS é a versão beta do sistema operacional, com uma série de novidades, previsto para o dia 1º de março. Segundo a equipe, mais de 50 bugs principais foram consertados e, a partir desse lançamento, o sistema passará a ter atualizações OTA, suporte a dual boot com uma ferramenta nativa e muito mais. O vídeo abaixo também informa suporte definitivo a plataformas 32 bits.

Conclusão

Não, o Remix OS (ainda) não consegue substituir o seu sistema operacional principal. Talvez nem por falta de recursos, mas, como eu disse acima, porque o sistema ainda não está totalmente polido. E esse nem é o propósito: essa é uma versão alpha, que é legal para early adopters como eu brincarem, mas não para você instalar no seu computador principal.

Dito isto, farei algumas apostas para o sistema. Suponho que, quando finalizado, ele pode ser uma boa alternativa ao Chrome OS. Já vi como este pode ser adaptado para funcionar em todos os dispositivos (de uma forma até semelhante ao Remix OS), mas a alternativa não funcionou tão bem assim comigo. Como eu disse, o Chrome OS não é tão completo.

Ao meu ver, o Remix OS segue um caminho melhor em integrar o melhor do Android em um computador de mesa ou notebook. E o sistema se mostrou tão leve quanto o Chrome OS, o que é um grande ponto positivo para você que quer reviver aquele computador parado há anos que já cria poeira dentro do seu armário, por exemplo. Quem sabe não vale uma tentativa?

Mas é claro que o Remix OS não é para todo mundo. Assim como esses sistemas loucos que aparecem por aí, ele deve ficar restrito ao nicho da tecnologia, para quem quer testar algo diferente. Pelo menos por enquanto. Quem sabe, ao longo dos betas e por meio de parcerias, o Remix OS não fica mais conhecido? Não há como negar: o sistema tem potencial.

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Escrito por

Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.