Review Apple Studio Display: o monitor que conversa com seu MacBook

Apple Studio Display é um monitor 5K que interage bem com Macs e iPads, mas fica devendo taxa de 120 Hz e suporte ao HDR

Darlan Helder
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• Atualizado há 1 ano e 1 mês
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Foi em 2019 que a Apple lançou o Pro Display XDR 6K. Disponível por até R$ 52 mil, evidentemente esse não é um monitor para todo mundo, uma vez que foi elaborado para atender usuários profissionais. Agora, a Apple lembrou do público em geral, lançando o Studio Display 5K. Ele ainda é muito caro? Com certeza, mas nem chega perto do modelo 6K. 

Com preços que partem de R$ 18 mil, o novo Display conta com um painel de 27 polegadas com taxa de 60 Hz (!) e é equipado com o processador A13 Bionic, da linha iPhone 11, para controlar os sistemas de áudio e câmera. Será que vale a pena? Nós testamos o equipamento da Apple e você confere a nossa análise a seguir.

Análise do Apple Studio Display em vídeo 

Aviso de ética 

O Tecnoblog é um veículo jornalístico independente que ajuda as pessoas a tomarem sua próxima decisão de compra desde 2005. Nossas análises não têm intenção publicitária, por isso ressaltam os pontos positivos e negativos de cada produto. Nenhuma empresa pagou, revisou ou teve acesso antecipado a este conteúdo. 

O Studio Display foi fornecido pela Apple por empréstimo por tempo indeterminado. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica

Design premium e conexões enxutas 

Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Lançado junto do Mac Studio, o Apple Studio Display é um monitor que atende qualquer tipo de usuário, mas com algumas exceções que iremos explorar ao longo deste review. Seu lançamento não necessariamente marca o fim do Pro Display XDR, que continua disponível no mercado e, claro, direcionado para profissionais. 

Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Visualmente, ambos são muito parecidos e até compartilham os mesmos materiais, como estrutura em alumínio e vidro com bordas pretas na frente. Sem dúvida, o minimalismo e a construção sofisticada do Studio Display são características que chamam muito a atenção. 

E se você não percebeu, a empresa não colocou nenhum botão para ligar e desligar o monitor. Conectou, ligou. Só isso. Aqui, nós testamos num Mac Studio, cujo review sai em breve, mas é possível conectá-lo a um MacBook ou iPad. Tanto em cima como embaixo, a Apple colocou alguns furinhos, que também servem como saída de áudio (na parte inferior). 

Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

As únicas conexões físicas são as três portas USB-C e uma Thunderbolt 3, úteis para conectar outros devices da marca, além de periféricos. Nada de HDMI nem DisplayPort, para provar que esse não é qualquer monitor. É uma pena, porque seria interessante conectar o Xbox Series S ou o PlayStation 5 nessa telona. 

Mas esse não é o único ponto negativo do Studio Display. Embora o ajuste de inclinação seja muito suave e seguro ao mesmo tempo, ele fica devendo regulagem de altura. Se você quiser um stand mais completo, prepare o bolso porque a Apple cobra R$ 5 mil a mais dependendo da configuração. 

Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Outra possibilidade é o adaptador VESA de 100 x 100 mm, acessório este que pode ser trocado pelo braço de inclinação no momento da compra. Dá para escolher um ou outro sem custo adicional, mas isso no próprio site da Apple, pelo o que verificamos. 

Imagem brilhante e som de estúdio 

Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Studio Display tem 27 polegadas com resolução 5K (5120 x 2880 pixels). São números excelentes e, para quem já está acostumado a trabalhar em Macs, a qualidade do monitor nem deve surpreender tanto — dificilmente a Maçã erra em telas, mas isso não quer dizer que ele seja perfeito. O display, da Apple, é SDR com 600 nits de brilho, ou seja, não tem suporte à tecnologia HDR, como Dolby Vision, o que é frustrante. Dispositivos como iPhones e iPads já suportam esse recurso, que propicia um maior alcance dinâmico. 

Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A Apple também decepciona ao ignorar o ProMotion, nome dado para a taxa de atualização variável de 120 Hz lá dentro. Portanto, assim como o LG UltraFine, que pode ser considerado concorrente direto do Studio Display, o monitor oferece apenas taxa de atualização de 60 Hz. 

Apesar dessas ausências, o painel Retina LCD, na melhor configuração (P3-600 nits), com ampla tonalidade de cores P3, consegue entregar belas imagens, com cores consistentes, contrastes e bom nível de brilho. Mesmo assim, existem limitações quando comparado ao OLED; por exemplo, o preto do Studio Display me pareceu cinzento. 

Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Da mesma forma que o Pro Display XDR, esta nova tela está disponível com nanotextura. O vidro especial, segundo a empresa, ajuda na dispersão da luz para reduzir os reflexos, porém você precisa pagar cerca de R$ 3 mil a mais caso decida optar por essa versão. Nós, do Tecnoblog, testamos o monitor sem nanotextura e, ainda assim, a exibição em ambientes com bastante incidência de luz natural ficou excelente. Mesmo testando o produto ao lado de uma janela, foi possível visualizar tudo sem limitações. 

Falando de som, ele foi montado com seis alto-falantes, sendo dois tweeters e quatro woofers com cancelamento de força que, de acordo com a empresa, minimiza distorções. A qualidade sonora é fiel, com ótima definição e imersividade, ainda mais porque eles têm suporte ao áudio especial com Dolby Atmos. Em termos de volume, dá para dizer que o som é equivalente ao de uma Smart TV intermediária, o que é incrível para um monitor. 

Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Webcam com palco central é boa, mas não em todas as plataformas 

Além dos falantes, o microfone e a webcam embutidos são componentes que diferenciam o Studio Display de outros monitores. Ele usa uma lente ultrawide de 12 megapixels de resolução e a Apple sofreu bastante crítica devido à qualidade baixa dessa câmera. Mesmo com o auxílio do A13 Bionic, ela não tem uma definição impecável, mas com certeza é melhor do que muitas webcams de notebooks Windows. 

Foto tirada com a webcam do Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a webcam do Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Registro de uma chamada de vídeo no Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Registro de uma chamada de vídeo no Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O palco central (ou Center Stage), que faz a câmera se mover para deixar a pessoa no centro da imagem, funcionou bem, mas não em todas as plataformas testadas. Por exemplo, no Google Meet o rastreamento me pareceu preciso e suave, mas no FaceTime há um atraso considerável, o que é curioso, já que esse é um aplicativo da própria Apple. 

Por outro lado, a qualidade de imagem é melhor no FaceTime. Já no Zoom, o palco central também operou melhor em relação ao software de chamadas de vídeo da Maçã. 

Em um teste comigo, do outro lado, estas foram as impressões do Ari Liborio, editor audiovisual do Tecnoblog

  • Zoom: vídeo bom, áudio ruim e o Center Stage funciona 
  • Google Meet: vídeo ruim, áudio bom e o Center Stage funciona 
  • FaceTime: vídeo bom, áudio bom e o Center Stage não funciona direito 
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Studio Display conta com três microfones com filtragem espacial direcional. Mesmo com ruídos em volta, a pessoa que está do outro lado te escuta com clareza. Mesmo de longe, testando o palco central, eu não precisei elevar a voz para o Ari me escutar, o que é muito positivo e mostra que esse é bom display para reuniões online. 

Apple Studio Display: vale a pena? 

Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

É curioso ver como a Apple coloca o Studio Display ao lado do Mac Studio como se fosse a combinação perfeita, sendo que o computador é direcionado para usuários profissionais. A meu ver, o Pro Display XDR, sim, é uma tela que parece ter tudo a ver com Mac Studio. Sendo assim, como fica esse novo monitor de 2022? Ele é perfeito para o seu MacBook. 

Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Apple Studio Display (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Mesmo sem tecnologias avançadas para o preço, ele oferece belas imagens, brilho forte, alto-falantes e microfone excelentes, e uma webcam que não é ótima, mas também não deve gerar reclamações. As 27 polegadas são outro diferencial, especialmente para quem já está achando a tela do notebook limitada. Por isso, a multitarefa com o Studio Display é excelente. 

Outras alternativas, ainda para quem usa Mac, são o LG UltraFine 5K e o Dell UltraSharp U2720Q, que têm especificações muito similares ao do Studio Display, mas o acabamento é o grande diferencial entre eles, além de outras tecnologias como o palco central; confirmando o seu pensamento, o da Apple se sobressai. Se vale a pena ou não, só o seu bolso e as suas necessidades podem dizer. 

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Darlan Helder

Darlan Helder

Ex-autor

Darlan Helder é jornalista e escreve sobre tecnologia desde 2019. Já analisou mais de 200 produtos, de smartphones e TVs a fones de ouvido e lâmpadas inteligentes. Também cobriu eventos de gigantes do setor, como Apple, Samsung, Motorola, LG, Xiaomi, Google, MediaTek, dentre outras. No Tecnoblog, foi autor entre 2020 e 2022. Ganhou menção honrosa no 15º Prêmio SAE de Jornalismo 2021 com a reportagem "Onde estão os carros autônomos que nos prometeram?", publicada no Tecnoblog.