Review AOC S5195: a estreia do Roku TV no Brasil
TV Full HD de 43 polegadas da AOC é a primeira no Brasil com plataforma Roku TV e tem qualidade de imagem convincente
TV Full HD de 43 polegadas da AOC é a primeira no Brasil com plataforma Roku TV e tem qualidade de imagem convincente
A plataforma Roku TV é bastante popular no mercado americano e desembarcou no Brasil em 2020 por meio da AOC. O modelo de lançamento é o S5195, uma TV que pode ser encontrada em tamanhos de 32 e 43 polegadas com preços de até R$ 1.599. É mais uma opção em conta para quem procura um televisor conectado, mas não quer gastar tanto dinheiro.
Será que o Roku TV estreou bem no Brasil? Como ele se compara em relação às plataformas consolidadas por aqui, como o Tizen da Samsung, o webOS da LG e o Android TV? Eu testei a novidade da AOC de 43 polegadas nas últimas semanas e conto minhas impressões nos próximos minutos.
A S5195 tem uma construção simples, com acabamento em preto brilhante na moldura e nos dois pés em formato de arco, que são feitos de plástico. Não só a marca da AOC é estampada na frente do televisor, como também a da Roku TV — existem várias referências à plataforma de Smart TV, inclusive no controle remoto e nos menus.
As conexões estão concentradas do lado esquerdo: são três HDMI, uma USB, saídas de áudio digital e analógica, entrada para antena de TV, um vídeo composto e uma porta Ethernet. Todos os testes foram realizados em uma rede Wi-Fi, que não apresentou nenhum problema. Uma das entradas HDMI e a porta USB são voltadas para a lateral, o que facilita o acesso para quem instala a TV na parede.
O controle remoto responde bem aos comandos e é repleto de botões. Quatro teclas dão acesso rápido à Netflix, Google Play Filmes, Dazn e Deezer. É claro que a existência desses botões de atalho envolve contratos e dinheiro, mas tenho certeza que muita gente ficaria mais feliz se o YouTube e o Spotify estivessem no lugar.
A versão de 43 polegadas da S5195 me agradou bastante pela qualidade de imagem, apesar da resolução Full HD. Em relação a uma tela 4K, a diferença na definição é quase imperceptível se você estiver sentado a uma distância de 1,5 metro ou mais da tela. Mais perto do que isso, é possível notar serrilhados em textos ou perda de definição se você decidir usar a TV como um monitor do seu computador.
A S5195 é uma TV de entrada, sem HDR, sem local dimming e sem nenhuma tecnologia sofisticada de processamento de imagem, mas faz muito bem o que se propõe a fazer. O nível de preto é decente e tem excelente uniformidade, sem nenhuma inconsistência notável na luz de fundo. O brilho luta bem com a luz ambiente, mesmo se você abrir todas as cortinas e janelas da sala, o que garante uma boa experiência em situações variadas.
Em testes sintéticos eu notei um color banding em tons de cinza, mas o gradiente de cores foi até melhor que outras TVs 4K, como a TCL P8M e a Sony X705F. Os degradês em céus, mares e pôres do sol são bem representados, e quem gosta de esportes não deve notar nenhum defeito nos gramados. E o painel tem ângulo de visão amplo, então quem senta a até 45 graus não terá problemas com perda de saturação ou brilho, o que é uma boa notícia para os que têm salas de estar mais largas.
A TV tem um modo de jogo escondido nas configurações que diminui razoavelmente a latência, sem prejudicar a imagem de forma perceptível. Nos meus testes, o input lag caiu de aproximadamente 35 para 15 milissegundos em Full HD a 60 Hz, o que é uma excelente marca para quem pretende conectar um console à TV.
Em resumo, a S5195 pode não surpreender pela qualidade de imagem, mas certamente não deve decepcionar ninguém.
O som tem qualidade razoável para uma TV de 43 polegadas, que não deve ser usada em ambientes muito grandes. Assim como em outras TVs básicas, não espere nenhuma batida com impacto, nem a última gota de definição. Mas os médios são claros, o que garante um bom entendimento dos diálogos, e o volume pode chegar a níveis bem altos, dependendo da fonte de áudio.
A única crítica fica por conta do software: o volume não é nem um pouco normalizado, o que pode causar alguns sustos durante o dia. Comigo, foi comum subir o volume até o 60 na entrada da TV por assinatura e depois ter que reduzir até o nível 15 para assistir a um vídeo no YouTube ou ouvir uma música no Spotify.
Falando em software, o grande diferencial da S5195 é o Roku TV. Lançamentos de plataformas novas me deixam curiosos porque são muito complexos: de nada adianta ter um sistema operacional redondinho se ele não tiver os aplicativos que as pessoas querem (e os órfãos de Windows Phone sabem muito bem disso). Dito isso, dá afirmar que a estreia da Roku foi boa.
O Roku TV já era forte nos Estados Unidos; a TCL é uma das grandes marcas que adota a plataforma por lá. (Aliás, a pronúncia no inglês é “roKU”, com a sílaba tônica no final, mas você deve imaginar por que isso foi alterado no Brasil.) Com isso, os principais serviços globais estavam disponíveis. Logo na primeira inicialização, com a ajuda do aplicativo para Android e iPhone, é possível instalar YouTube, Netflix, Apple TV+, Spotify, Deezer, HBO Go e Amazon Prime Video.
O Globoplay é uma das forças nacionais e também está presente na estreia da Roku no Brasil, mas ainda senti falta do Globosat Play, do Telecine e da Fox — que muitas vezes são encontrados em modelos equivalentes de outras marcas. Ainda assim, o ecossistema já é bastante respeitável e deve atender bem quase todos os usuários brasileiros.
O sistema operacional é muito fluido: os aplicativos (que são chamados de “canais”) abrem rapidamente, as animações não engasgam e a navegação pelos menus é sempre ágil. A TV suporta Miracast, então você pode espelhar a tela do seu Android; e as entradas são HDMI-CEC, logo, um dispositivo externo, como um Chromecast ou Apple TV, pode ligar o televisor, alternar a entrada e controlar o volume do televisor.
Uma das principais características do Roku TV é que ele facilita a busca por conteúdos individuais: você pesquisa pelo nome de um filme e a TV indica em quais serviços de streaming ele está disponível, e se você precisa pagar separadamente por um aluguel ou compra digital. O recurso funcionou razoavelmente bem, mas senti falta de uma integração com o aplicativo Apple TV e o Amazon Prime Video.
Vale. A AOC S5195 é uma opção interessante de Smart TV acessível. A versão de 43 polegadas foi lançada com preço sugerido de R$ 1.599, mas era encontrada na faixa dos R$ 1,2 mil em promoções do varejo enquanto eu fazia este review, o que era igual ou ligeiramente mais barato do que as alternativas da Samsung e LG — com a diferença de que o Roku TV roda muito bem no televisor da AOC.
O segmento de TVs Full HD é mais sensível a preços: cem ou duzentos reais a mais costumam fazer bastante diferença para o público que procura esses equipamentos. Para quem pode gastar mais e tem uma boa conexão à internet, minha recomendação é sempre partir para o 4K — que aumenta a imersão, já que você pode ver um filme a uma distância mais próxima da TV.
Apesar de não ter nenhuma sofisticação, a TV da AOC com Roku faz tudo direito. A qualidade de imagem não é excepcional, mas a gama de cores é boa, o nível de preto não decepciona e o backlight é uniforme. E o som entra na categoria do “bom o suficiente”. Considerando que estamos falando de um modelo de 43 polegadas, a potência do áudio não deve deixar ninguém triste.
O ponto que poderia dar errado não deu: o Roku TV é uma plataforma que estreou bem no país. A implantação do sistema na TV foi bem feita, a interface é fluida e a seleção de aplicativos (digo, canais) é boa. O que me deixa mais empolgado é que, fora da dupla coreana, que tem sistemas próprios, o Roku TV pode ajudar marcas menores a lançarem boas Smart TVs por um preço menor no Brasil.