Review Inspiron 15 7000 Gaming: um laptop robusto para jogos
Com GeForce GTX 960M, notebook da Dell roda qualquer jogo, mas mobilidade não é um ponto forte
Com GeForce GTX 960M, notebook da Dell roda qualquer jogo, mas mobilidade não é um ponto forte
A Dell trouxe de volta ao Brasil a marca Alienware, notória por fabricar produtos que agradam a quem gosta de jogar, mas também vende seus próprios notebooks gamers. Um deles é o Inspiron 15 7000 Gaming Edition, que custa entre 5 e 6 mil reais e possui uma GeForce GTX 960M.
Será que ele oferece bom desempenho em jogos? Testamos o modelo com as melhores especificações para ver o que o notebook da Dell tem de interessante. Confira os detalhes neste breve review.
O Inspiron 15 7000 é um laptop gamer, então você já sabe o que esperar: um acabamento preto com detalhes em cor vibrante (no caso, vermelho) e um corpo não muito fácil de carregar. As conexões incluem apenas uma porta HDMI 1.4 (com suporte a 4K), três portas USB 3.0 (uma sempre energizada para carregar seus gadgets), um slot para cadeado de segurança, um leitor de cartão, conexão Ethernet e entrada para fones de ouvido 3,5 mm.
O laptop é bonito e os detalhes em vermelho são discretos, mas te fazem lembrar que o Inspiron tem um diferencial. No entanto, ele suja facilmente com impressões digitais e é bem complicado de carregar, com seus 2,5 kg distribuídos em 15,6 polegadas, além da enorme (e pesada) fonte de 130 watts.
Se o Inspiron não fosse tão grosso e pesado, até que dava para confundi-lo com um notebook não gamer. Ele não possui destaques nas teclas WASD nem botões adicionais, além de trazer uma comum iluminação branca no teclado.
O hardware não deixa a desejar. O teclado possui teclas sólidas e oferece digitação suave e confortável, além de um conveniente teclado numérico. Por sua vez, o trackpad tem bom reconhecimento de gestos e navegação precisa — no começo, fiquei um pouco incomodado com o clique um pouco mais duro que o normal, mas dá para se acostumar, pelo menos para uso diário.
Uma coisa que me chamou atenção no Inspiron foi o enorme alto-falante acima do teclado. Logo quando tirei o notebook da caixa e coloquei uma música no Spotify, tomei um susto com o altíssimo e bem definido som que saiu. Em 30% de volume, o Inspiron alcança o que outros notebooks só emitem em 100%. Não dá para negar: a Dell sabe colocar alto-falantes de qualidade e neste produto não é diferente. Seus jogos ficarão bem imersivos.
Outro ponto interessante é a tela, que tem resolução de 1920×1080 pixels. O painel traz ótima saturação e cores vibrantes, dentro do esperado para uma máquina de R$ 6 mil. A tecnologia antirreflexo também funciona bem e o brilho é suficientemente bom para uso em ambientes externos.
Chegamos na parte que importa. Todas as versões do Inspiron no Brasil são vendidas com 8 GB de RAM e a poderosa placa de vídeo GeForce GTX 960M com 4 GB de memória GDDR5. Você com certeza vai conseguir rodar qualquer jogo por aqui, ainda que as configurações não cheguem ao máximo.
Os modelos nacionais com Windows 10 têm processadores Core i5-6300HQ quad-core de 2,5 GHz ou Core i7-6700HQ quad-core de 2,5 GHz (o que testamos). Não há variante com tela sensível ao toque e as opções de personalização de hardware são bastante limitadas.
Ou seja, você não pode optar pelo SSD de 256 GB combinado com HD de 1 TB de fábrica, como nos Estados Unidos, em vez do HD de 1 TB e 5400 RPM (poxa, nem 7200 RPM, Dell?) que empaca o sistema. Há uma memória flash de 8 GB para fazer cache e melhorar o desempenho, mas ainda percebi a lerdeza do HD.
No uso diário, o Inspiron gargala um pouco até para abrir aplicativos e para iniciar, por conta do armazenamento lento. Nem o i7 de última geração ajuda muito — esse ponto me faz até pensar se não seria melhor dar R$ 5 mil pela versão com i5. Até em uso mais intenso, com aplicativos como Photoshop, InDesign, Slack, Twitter, Telegram e 15 abas do Chrome abertas, percebo que o notebook não está em seu máximo por culpa do HD.
Se no uso diário dá para ver que o Inspiron não consegue dar o melhor de si, o bom desempenho é facilmente visto nos jogos. É para o que ele foi feito, afinal. Eles demoram um pouco para carregar, principalmente o pesado Battlefield 4, que leva sempre mais de um minuto (até dois). Mas o desempenho é excelente depois que tudo já foi carregado.
Battlefield 4, com os gráficos no médio (recomendado pelo jogo), rodou com média de 70 fps em mapas mais detalhados. Na configuração ultra, a média cai para 43 fps, o que ainda é bom — mas preferi deixar no automático ou no alto (com média de 60 fps) para evitar imprevistos no jogo online.
Jogos mais antigos, como BioShock Infinite, rodam ainda melhor. A configuração ultra me trouxe resultados extremamente satisfatórios, com média de 40 a 55 fps durante o jogo. Na bateria, aconselho usar a configuração “muito alta”, que fica com 30 fps normalmente.
Em outras palavras, você vai conseguir rodar qualquer jogo no Inspiron. Talvez não na configuração máxima, mas sempre com gráficos bonitos.
Se você é alguém que gosta de benchmarks, reuni abaixo os resultados do 3DMark:
Notebooks gamer não são muito conhecidos por ter boa duração de bateria. Felizmente, em uso normal, o Inspiron aguentou de 4 a 5 horas fora da tomada, com direito a reprodução de vídeo, uma média de 10 abas no Chrome e Telegram, Twitter, Spotify e Slack rodando sempre. Durante a jogatina, no entanto, não é recomendável deixar a máquina fora da tomada: a bateria não aguenta nem 3 horas, mesmo aproveitando os modos de economia de energia.
O Inspiron 15 7000 Gaming Edition é um ótimo notebook: seu acabamento é muito bom, apesar de deixar impressões digitais por todo lado, e os detalhes sóbrios são bonitos. O desempenho não deixa muito a desejar e o preço está dentro do esperado; à vista, ele desce de R$ 6 mil para R$ 5,4 mil.
Mas não é como se o Inspiron 15 7000 fosse o único laptop gamer por um custo razoável: marcas como Powernote e Avell também oferecem opções interessantes e que podem ser mais atraentes que o modelo da Dell. É o caso do Powernote 6960 ou da linha Avell Titanium G1513 Fire V3 Especial. Ambos têm configurações semelhantes às do Inspiron, mas oferecem opções com SSD pelo mesmo preço, o que deve melhorar o desempenho geral.
De qualquer forma, o Inspiron ainda é uma boa opção. O acabamento da Dell é impecável e o notebook pode rodar qualquer coisa, tendo o maior (e praticamente único) ponto fraco um HD muito lento. Poxa, Dell, custava incluir um modelo com SSD?
Falo sério. Levei essa pergunta à empresa. Em nota ao Tecnoblog, a Dell informou que a oferta da empresa para o consumidor brasileiro é “desenvolvida a partir de constantes avaliações do segmento e, portanto, alinha-se ao retorno dado pela comunidade gamer, podendo receber alterações conforme a demanda”.
No entanto, a empresa descartou “neste momento” a inclusão de um modelo mais robusto do Inspiron. Que pena.