DuckDuckGo, buscador focado em privacidade, triplica número de buscas

O DuckDuckGo tem menos de 1% de participação no mercado, mas é lucrativo há cinco anos

Victor Hugo Silva
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
DuckDuckGo

O DuckDuckGo, buscador com foco em privacidade, é o principal contraponto ao Google, que domina o mercado. Apesar de ter menos de 1% de participação (contra 92% do Google), segundo o StatCounter, o serviço aposta em usuários insatisfeitos com a quantidade de dados aos quais empresas têm acesso.

E, ao seu ritmo, o buscador está crescendo. Em entrevista ao New York Times, o CEO do DuckDuckGo, Gabriel Weinberg, disse que as buscas triplicaram nos últimos dois anos e atingiram 40 milhões por dia. Além disso, a empresa terminou cada um dos últimos cinco anos com lucro.

“Todas essas empresas estão dizendo que você não pode ganhar dinheiro sem rastrear seus usuários”, disse Weinberg ao NYT. “Com nós existindo e crescendo e sendo lucrativos, nós servimos como prova de que é possível”.

Weinberg é um dos maiores críticos ao rastreamento feito por empresas como o Google, mas entende que a mudança para serviços que prezem por privacidade é complicada. “Não é tão fácil mudar como gostaríamos”, disse. “Há muita inércia atraindo as pessoas de volta ao sistema existente”.

Com 65 funcionários, o DuckDuckGo fez apenas duas rodadas de investimento desde que foi criado, em 2008. A empresa arrecadou somente US$ 13 milhões, valor inferior à receita do Google em uma hora. Para se manter, o buscador também exibe anúncios no topo das buscas.

Entretanto, o DuckDuckGo não precisa rastrear os usuários para personalizar seus links patrocinados. É aí que a empresa contraria a lógica do Google, que depende da maior quantidade possível de dados para exibir anúncios mais precisos.

As primeiras versões do buscador não tinham foco na privacidade. Ao seguir essa linha, seu público ficou restrito a alguns defensores da privacidade. O site começou a crescer em 2013, com as revelações de Edward Snowden sobre o sistema de vigilância do governo dos Estados Unidos.

“Não acreditamos que a privacidade esteja impedindo a obtenção de bons resultados de pesquisa para qualquer pessoa”, disse o executivo. Além de seu buscador, a empresa trabalha em outras ferramentas que preservam dados dos usuários.

Entre elas, está uma extensão que bloqueia rastreadores no Chrome, no Firefox e no Safari. Batizada de Privacy Essentials, ela dá nota para a privacidade e a segurança de vários sites. Por rastrear a atividade na internet e manter registros permanentes de usuários, o Google recebeu apenas nota D.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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