Pequenos navegadores crescem na Europa

Com Lei dos Mercados Digitais em vigor, smartphones passam a entregar recursos que facilitam a escolha de navegador padrão. Vivaldi, DuckDuck Go e outros ganham espaço

Felipe Freitas
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• Atualizado há 2 semanas
Vivaldi para Android (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Vivaldi é um dos navegadores que relata o crescimento de usuários na União Europeia (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Semanas após entrar em vigor, a Lei dos Mercados Digitais (DMA) da União Europeia está mostrando resultado no mercado de navegadores. Browsers menos populares, como o DuckDuckGo, Ecosia, Vivaldi e Aloha relatam que o número de seus usuários está aumentando nos países membros do bloco econômico. E isso aparentar estar ligado com o recurso de escolher o navegador padrão no iPhone e celulares Android.

A DMA institui diretrizes que visam reduzir a força das big techs em forçar seus serviços para os usuários. Uma das soluções apresentadas pela legislação é que as fabricantes de smartphones facilitem a escolha do navegador padrão. No caso do iOS, o usuário recebe uma tela listando, em ordem aleatória, diferentes browsers.

Nova tela do iOS para escolha do navegador padrão. Brave "convocou" o Google a fazer o mesmo (Imagem: Reprodução/Brave)
Nova tela do iOS para escolha do navegador padrão. Listagem de browsers é aleatória (Imagem: Reprodução/Brave)

Navegadores poucos conhecidos ganham espaço na UE

Além do Opera e Brave, navegadores que possuem uma certa fama no Brasil, browsers menores, como o DuckDuckGo, Ecosia, Vivaldi e Aloha estão relatando o aumento de instalações em celulares na União Europeia.

Em resposta para a Reuters, o navegador Aloha relatou que o número de usuários cresceu 250% em março. A empresa relata que possui 10 milhões de usuários ativos, mas essa informação não explica se isso era antes ou depois desse salto de crescimento. Assim como o seu rival Vivaldi, o Aloha se vende como um produto focado em privacidade.

O CEO do navegador Aloha, Andrew Frost Moroz, explica que a Europa saltou de quarto para segundo maior mercado da empresa. Bélgica e França lideram o ranking de países com mais novos usuários.

Em contato com o Tecnoblog, o Opera relatou que o número de usuários ativos do navegador na Europa subiram 63% no iOS desde a implementação da DMA. A França, como aconteceu com o Vivaldi, é um dos líderes desse crescimento, 143% de aumento de usuários ativos no país (será que os franceses odeiam o Safari?).

Talvez desconhecido para muitos, o Ecosia, criado na Alemanha, é também um buscador. Sua proposta é usar parte do dinheiro da publicidade para plantar árvores. O navegador alemão, assim como o Vivaldi, DuckDuckGo e Brave, relatam que as instalações estão subindo nas últimas semanas — e talvez isso seja só o começo.

Ícones de Edge, Firefox, Chrome, Opera e Brave lado a lado
Brave e Opera apresentaram crescimento nas últimas semanas, mas instalações podem seguir crescendo (Imagem: Denny Müller/Unsplash)

Apple e Google segurando atualização?

Segundo a Mozilla, dona do navegador Firefox, apenas 19% dos usuários de iPhone na UE receberam o update que mostra a tela para escolher o navegador padrão. Além disso, a tela só aparece quando se clica no navegador Safari, de propriedade da Apple. O DuckDuckGo também destaca que a aceleração do update pode ampliar o número de instalações.

O Google, assim como a Apple, é acusado pelos navegadores de atrasar o envio da atualização com a função de escolher o navegador padrão. A big tech do buscador mostra essa tela apenas nos Pixels, que têm uma fatia de mercado muito inferior ao iPhone.

Por isso, o crescimento desses navegadores no Android pode ser maior quando as fabricantes que utilizam o sistema operacional do Google, como Samsung e Xiaomi, liberarem a tela de escolha de browser padrão em suas interfaces.

E sim, essas reclamações não passaram batidas pela União Europeia. O bloco já anunciou que está investigando se as big techs estão cumprindo a legislação.  

Com informações: ReadWrite e Reuters

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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