Immortals Fenyx Rising – Os deuses gregos precisam de ajuda [Preview]

Novo game da Ubisoft, ao estilo sandbox, chega em dezembro de 2020. Confira nossas primeiras impressões

Vivi Werneck
• Atualizado há 8 meses

Immortals Fenyx Rising, antes conhecido como Gods & Monsters, é novo game de ação e aventura, com elementos de RPG, da Ubisoft. O jogo é um sandbox de mundo aberto inspirado nas lendas da mitologia grega e conta a saga da guerreira Fenyx e sua jornada para derrotar Tifão – o temível destruidor de deuses. O Tecnoblog jogou o título por duas horas e você confere, a seguir, as primeiras impressões.

Mitologia grega contada de forma leve

O jogo se passa numa região fictícia chamada Forjalis, onde no controle da jovem Fenyx você deve chegar até o Olimpo e derrotar Tifão, o destruidor de todos os deuses. No lançamento, será possível customizar a aparência de Fenyx, incluindo escolher o sexo da personagem.

Há referências à mitologia grega em todos os aspectos da história, começando pelo narrador da sua jornada: Prometeu, que é conhecido nas lendas gregas por sua inteligência e por ser um defensor da humanidade.

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Sempre muito preocupado em como a história está sendo contada e dando o peso dramático à narrativa, ele é constantemente interrompido por ninguém menos que Zeus, que assume o papel de “jogador impaciente”, instigando Prometeu a resumir as coisas porque ele “quer voltar a jogar”.

Ao menos nesta prévia, as conversas entre ambos os personagens (que só apareceram por voz) dão o tom cômico do jogo, com Zeus quebrando a barreira do próprio game e perfazendo o que sentiria um jogador quando uma cutscene é muito longa, ou quando há muita explicação para coisas simples e etc.

O bate-papo entre estes dois perfis tão diferentes foi uma surpresa, que até me rendeu algumas risadas, e também foi o que mais se destacou na história do game neste preview. Porque, convenhamos, a jornada de um herói alçado como um campeão dos deuses para salvar o mundo não é lá algo inédito. Mas, novamente, eu só joguei por duas horas.

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Essa não é a primeira vez que a Ubisoft quebra a barreira do game para conversar diretamente com o jogador. Em Far Cry 3: Blood Dragon, melhor jogo estandalone lançado pela empresa francesa (na minha opinião), isso era visto quase o tempo todo. Claro que de uma forma bem mais debochada e hilária do que percebi em Immortals Fenyx Rising, mas o esforço é válido e caiu bem com o estilo de narrativa mostrado.

Digo isso porque este é um game com uma pegada leve, no sentido de que aparentemente ele não irá te instigar a reflexões profundas ou decisões morais mais pesadas. É a mitologia grega contada como se fosse um desenho de aventura. Algumas informações estão lá, mas devidamente roteirizadas com um tom mais informal.

Combates, puzzles e exploração

Immortals Fenyx Rising é, essencialmente, um sandbox de mundo aberto. Nada de novo sob o Sol até aqui. Para quem gosta do gênero, há muito o que se explorar, por exemplo. Nos testes, apenas tive acesso a uma pequena região do mapa e mesmo assim encontrei várias atividades disponíveis, como um vórtex que me levava a outra dimensão para resolver puzzles e conquistar um prêmio.

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Inclusive, há muitos puzzles espalhados em quase todos os lugares. Alguns são muito simples de resolver e outros realmente vão dar trabalho, especialmente quando é necessário vasculhar por toda uma montanha ou ruína por respostas, ou ativar alavancas no tempo certo (tendo que subir e descer paredes, sobrevoar por entre arcos e etc).

Então, já fica o aviso: se você odeia puzzles, provavelmente não vai curtir muito o game. Eu gosto, então vamos lá, vou dar esse ponto positivo. Ainda falando de exploração, em Immortals Fenyx Rising você poderá desbravar sete grandes regiões com ambientes distintos entre si.

Ainda estou com sentimentos mistos em relação ao combate, mas em relação ao que experimentei até que achei agradável – apesar da pouca variedade de inimigos. Para fins de teste, a demo usada na prévia já estava com várias habilidades desbloqueadas. Levou um tempo para me acostumar com todas elas, afinal eram muitos golpes novos ao mesmo tempo.

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Uma vez que aprendi a combinar as habilidades, poderes divinos e fazer combos (tanto no chão quanto aéreos) não senti mais tanta dificuldade nas lutas, até contra os adversários maiores (há um desafios dos deuses pelo mapa também). Eu estava jogando no nível normal e era o máximo disponível no preview. Segundo a Ubisoft, níveis mais desafiadores estarão à disposição no lançamento.

Destaque no gameplay de combate para sua fênix, que é seu pássaro companheiro da vez. Ela realmente faz ataques poderosos contra os inimigos, sob seu comando, e não fica apenas mapeando a região ou atrapalhando a visão dos adversários, como em Assassin’s Creed. Bom, é uma fênix e não uma águia comum, vamos combinar.

Acredito que para dar um grau de dificuldade maior, tanto à exploração quanto ao combate, os desenvolvedores implementaram um sistema de gerenciamento de estamina para correr, voar (usando suas asas divinas), escalar, esquivar e bloquear. Não ter atenção à sua estamina é o que mais pode te complicar numa luta. Especialmente contra vários adversários ao mesmo tempo.

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Você não conseguirá, por exemplo, escalar toda uma montanha num fôlego só ou voar um mapa inteiro. Com o tempo, será necessário encontrar lugares para descansar e recuperar estamina. Vale também estocar muita poção para ajudar nisso (é possível fazer poções diversas em locais específicos do mapa). Tente também domar um cavalo. Dependendo da raridade do animal, eles podem ter quase um tanque de estamina acoplado.

Progressão da personagem e árvore de habilidades

Immortals Fenyx Rising tem um foco claro no gameplay em detrimento de status e níveis. O sistema de progressão é uma versão bem leve de um RPG. Há uma skill tree para investir pontos em habilidades e aprimorá-las, mas nada muito complexo. Inclusive, achei mais simplificado do que a skill tree de Assassin’s Creed Origins e Odyssey, que também não era lá tão difícil de gerenciar.

Conforme você avança na aventura, também conseguirá encontrar equipamentos mais poderosos que, como já se espera, te darão mais boosts em batalha além de permitir personalizar seu visual. Há grinding a fazer, especialmente para coletar (ou ganhar) recursos para usos diversos, como desbloquear e fazer upgrades.

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Visual cartunesco e bem colorido

Por ter se tratado de um teste remoto, joguei do meu PC acessando um servidor da Ubisoft, não seria justo (neste momento) avaliar visualmente o game a fundo. No entanto, esteticamente falando por alto, Immortals Fenyx Rising é uma espécie de híbrido entre Assassin’s Creed Odyssey, The Legend Of Zelda: Breath Of The Wild e Fortnite.

AC Odyssey pela ambientação inspirada nos deuses da mitologia grega, Breath Of The Wild pelas panorâmicas e Fortnite pelo estilo artístico dos personagens e objetos. Tudo isso muito colorido, mas na medida certa.

Conclusão

Sendo 100% sincera, eu me diverti jogando Immortals Fenyx Rising. Gosto muito de jogos ao estilo sandbox. As duas horas de testes passaram voando e quase não percebi. O game entretém, mas não surpreende a ponto de ser algo inesquecível. É aquele feijão com arroz que muita gente gosta, mas já sabe exatamente o que esperar (mesmo com um temperinho diferente de vez em quando).

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Como esta é uma prévia, de forma alguma vou bater o martelo em definitivo. Quero jogar mais e ver se, em algum momento, vou perceber algo que me marque de alguma forma. Nem precisa ser nada revolucionário, mas que me faça lembrar deste jogo assim como lembrei de Far Cry 3: Blood Dragon neste texto.

Immortals Fenyx Rising chega dia 3 de dezembro de 2020 para Xbox One, PS4, Nintendo Switch e PC. O game também estará presente nos consoles da nova geração e terá opções de áudio e legenda em português do Brasil.

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Vivi Werneck

Vivi Werneck

Ex-editora assistente

Vivi Werneck é especialista em games e trabalha no mundo tech há 15 anos. Em 2018, recebeu o Prêmio Comunique-se como melhor jornalista de tecnologia. Já escreveu para revistas de games pioneiras no Brasil, como EDGE, PlayStation Brasil e EGW. Também é veterana em eventos de jogos, como a BGS e E3 (inclusive, presencialmente). No Tecnoblog, foi editora-assistente entre 2018 e 2023.