Cientistas fazem amputado controlar dois braços robóticos ao mesmo tempo

Emerson Alecrim
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A ciência caminha a passos largos para melhorar a qualidade de vida de pessoas que sofreram amputação. Um dos exemplos mais recentes – e impressionantes – vem da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos: os pesquisadores da instituição conseguiram fazer um senhor controlar com a mente dois braços robóticos simultaneamente.

Braços robóticos de Les Baugh

Les Baugh perdeu ambos os braços há 40 anos em um acidente com eletricidade. Se um membro amputado já causa uma série de transtornos à vítima, imagine dois.

A história de Baugh ganhou enormes doses de esperança depois que ele passou a fazer parte da pesquisa do professor Michael McLoughlin e equipe. Mais do que experimentar próteses, Baugh topou enfrentar uma série de procedimentos para tentar controlá-las com a mente.

Um deles – o mais importante – consistiu em uma cirurgia para conectar terminações nervosas em seu torso a eletrodos do equipamento.

Com esta conexão, Baugh pensa em movimentos com os braços e os sinais correspondentes são transmitidos pelos nervos tratados. O sistema da prótese recebe estas informações, faz a interpretação e, por fim, realiza o movimento desejado.

Os resultados obtidos ainda estão longe da suavidade dos movimentos naturais, mas não deixam de ser incríveis:

Para chegar a este ponto, Les Baugh teve que passar por extensos treinamentos para aprender a usar o equipamento – o processo não é simples ao ponto de ser necessário apenas a reabilitação dos nervos e a sua ligação com a prótese.

O treino foi feito com um mecanismo virtual baseado no mesmo sistema de reconhecimento de padrões existente na prótese. Este software é capaz de identificar os movimentos inerentes a cada músculo envolvido, sua amplitude, forma de comunicação e assim por diante.

Baugh se saiu tão bem nesta etapa que a sua aprendizagem levou menos tempo que o previsto. O melhor: ele conseguiu coordenar movimentos para controlar os dois braços ao mesmo tempo (trata-se do primeiro registro do tipo no mundo, segundo os cientistas), habilidade que não era esperada tão prontamente.

Braços robóticos de Les Baugh

Para a próxima fase, os pesquisadores enviarão uma prótese à casa de Baugh para avaliar os efeitos do equipamento em seu cotidiano. Eles reconhecem que ainda há muito trabalho a ser feito, mas estão esperançosos quanto aos avanços que devem ser conquistados nos próximos anos.

Se olharmos os trabalhos realizados em outras frentes, dá mesmo para manter a empolgação: esta pesquisa, por exemplo, está desenvolvendo uma pele artificial capaz de detectar toques, calor e outras sensações. Já imaginou o resultado da junção de ambas as invenções?

Com informações: CNET

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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