O Spartan, da Microsoft, não é o único navegador a ser lançado em 2015. Nesta terça-feira (27), o ex-CEO e cofundador da Opera Software Jon von Tetzchner liberou para download o Vivaldi, browser que surge com a (árdua) missão de conquistar espaço em um segmento já bastante disputado.
Jon von Tetzchner saiu da Opera em 2011. Pouco tempo depois, a companhia anunciou uma das mudanças mais impactantes da sua história: passou a utilizar o WebKit no navegador que leva o seu nome, na época, o mesmo motor que era a base do Chrome e do Safari.
Muitos usuários do Opera não gostaram desta perda de “personalidade”. É este público, a princípio, que a Vivaldi Technologies quer atrair. Tanto que, além do navegador, a empresa aposta em uma comunidade que lembra o finado My Opera, a Vivaldi.net. O serviço oferece blog, chat, compartilhamento de fotos, grupos de discussão, entre outros.
Apesar de tentar resgatar o espírito de inovação que outrora circundou o Opera Browser, o Vivaldi não é totalmente novo: a sua base é o projeto Chromium (com motor Blink). A interface, por sua vez, foge do convencional, sendo construída quase totalmente com tecnologias web, como HTML5, Node.js e React.
Esta característica permite à interface assumir a cor predominante no site que está sendo visitado. Se você acessar o Tecnoblog, por exemplo, a barra superior ficará azul. A principal vantagem, no entanto, está no fato de os recursos web facilitarem a disponibilização do Vivaldi como um navegador multiplataforma: há versões para Windows, OS X e Linux.
O browser está em estágio “Technical Preview”. Apesar disso, já oferece um conjunto razoável de recursos: pré-visualização das páginas na barra de guias, empilhamento de abas (útil para sites relacionados ao mesmo assunto), botão na parte inferior que esconde imagens, função para inserção de notas, bookmarks com capturas de tela, Speed Dial para acesso rápido aos sites nos favoritos, customização de interface, entre outros.
Como dá para notar, muitas das ideias são claramente inspiradas no Opera.
A Vivaldi planeja oferecer também cliente de email, serviço de chat (provavelmente, via API WebRTC), suporte a extensões, melhor desempenho (de vez em quando, o “preview” dá umas travadinhas), sincronização e, claro, versões para dispositivos móveis.
Se o Vivaldi conseguirá obter alguma participação significativa no mercado, é difícil dizer – o próprio Opera nunca se destacou pela quantidade de usuários. Mas Jon von Tetzchner e equipe esperam atrair uma comunidade disposta a ajudar no projeto fornecendo feedback e ideias. Este nível de envolvimento talvez torne o Vivaldi mais relevante.
A versão Technical Preview do navegador pode ser baixada aqui.
Com informações: GigaOM