Com canibalização e alta do dólar, vendas de tablets caem 20% no Brasil

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 semanas

As vendas de tablets no Brasil despencaram 20% no primeiro trimestre de 2015 em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com a IDC, que divulgou um estudo sobre o mercado de tablets nesta quinta-feira (25), foram comercializados 1,78 milhão de dispositivos no país entre janeiro e março, cerca de 390 mil unidades a menos que no primeiro trimestre de 2014.

O número ficou abaixo das expectativas da consultoria, que esperava 2 milhões de unidades vendidas no primeiro trimestre de 2015. Por que houve uma queda tão grande? Segundo a IDC, a alta do dólar influenciou bastante no resultado, já que os preços aumentaram até 17% em relação ao quarto trimestre de 2014. O fato do governo ter cancelado projetos de educação também puxou os números para baixo.

Mas a queda não parece ser apenas momentânea, ou somente culpa da situação econômica do país. Na verdade, as vendas estão diminuindo também por causa da “canibalização do mercado devido aos phablets e outros dispositivos com tela grande” e da má experiência de uso — o que faz sentido quando vemos que 70% dos tablets vendidos são de baixo custo, na faixa de preço de até R$ 500.

Nesses 1,78 milhão de tablets estão incluídos os notebooks 2 em 1, com tela destacável, que foram responsáveis por 41 mil unidades e seguiram na contramão dos tablets comuns. As vendas dos híbridos aumentaram 115% em relação ao quarto trimestre de 2014, um período tradicionalmente forte em vendas — entre outubro e dezembro, mais de 3 milhões de tablets haviam sido comercializados no Brasil.

Até o final de 2015, a expectativa é que sejam vendidos 8,1 milhões de tablets, número 14% menor que os 9,5 milhões de unidades comercializadas em 2014.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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