O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), planeja regulamentar o funcionamento de serviços de transporte privado, como o Uber, na capital paulista. Durante um evento em Paris nesta quinta-feira (24), o prefeito afirmou que estuda “um caminho que não afaste a moderna tecnologia”, citando Nova York como um exemplo de cidade que encontrou uma solução para resolver o impasse entre taxistas e motoristas privados.
O projeto de lei 349/2014, do vereador Adilson Amadeu (PTB), proíbe o uso de carros particulares para transporte remunerado de passageiros, o que afeta diretamente o funcionamento do Uber em São Paulo. O texto foi aprovado na Câmara Municipal em duas votações, acompanhadas de perto pelos taxistas, e aguarda apenas a sanção do prefeito para valer.
Haddad declarou que não quer se fechar à tecnologia, embora defenda que deva haver uma vigilância do estado em relação aos aplicativos de transporte privado. Ao Estadão, o prefeito diz: “Estamos estudando os modelos no mundo e encontrando soluções muito inovadoras, que preservam o direito dos taxistas, mantêm a regulação do Estado, mas não se fecham à tecnologia, que é a qualidade do serviço”.
Em Nova York, o Uber opera com várias modalidades: além do uberX (econômico) e UberBlack (carro de luxo), disponíveis em São Paulo, é possível pedir um uberXL (econômico espaçoso), UberSUV (carro de luxo espaçoso) ou uberT (táxi comum). Também existe o UberPOOL: você informa o destino e o Uber se encarrega de encontrar um usuário que queira uma corrida para a mesma região, dividindo a tarifa.
O Uber funciona normalmente em Nova York, mas muitas discussões ainda estão em andamento. Este texto do Fusion explica o que aconteceu com a indústria de táxis após o surgimento do Uber. Atualmente, existem mais carros do Uber do que táxis na capital novaiorquina. O prefeito Bill de Blasio tentou limitar o crescimento da frota do Uber em 1% ao ano, mas voltou atrás. No mercado paralelo, uma licença de táxi pode custar US$ 1 milhão, mas poucas estão mudando de mãos porque… bem, ninguém sabe quanto elas realmente valem.
Para competir com o Uber, os taxistas de Nova York se uniram e criaram um aplicativo chamado Arro, que suporta cartão de crédito e pagamento automático da gorjeta. Diferentemente do Uber, que aumenta o preço das corridas dinamicamente em situações de muita demanda, o aplicativo dos taxistas cobra sempre por tempo e distância.