É assim que o Google quer ajudar a combater o zika
Google fecha parceria com Unicef e faz aporte financeiro de US$ 1 milhão
O Google anunciou nesta quinta-feira (3) iniciativas para ajudar no combate ao vírus zika, que vem preocupando o Brasil e o mundo com uma epidemia já reconhecida como alerta de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O suporte vem em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Com surto especial no Brasil e em outros países da América Latina, a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti (que também é responsável pela proliferação da dengue e da febre chikungunya) foi ligada ao crescimento de casos de microcefalia. A condição neurológica faz com que o cérebro do bebê não se desenvolva de maneira adequada.
Essa iniciativa veio da dificuldade em fazer um diagnóstico preciso e em combater a doença. Estima-se que 90% das pessoas que têm o vírus não apresentam nenhum sintoma, sem contar que já sabemos como é difícil combater o Aedes.
“Isso significa que, para o zika ser combatido, as pessoas precisam saber como se proteger, além de apoiar organizações que podem ajudar a desenvolver diagnósticos e vacinas rapidamente”, diz o Google no post que anuncia as medidas.
Esse problema ganhou dimensão excepcional nos últimos meses. Desde novembro, segundo o Google, o interesse de pesquisas globais sobre o vírus aumentou 3.000% (!).
A experiência da empresa em analisar esse tipo de informação fez com que eles tomassem a iniciativa da parceria com o Unicef. Junto com a instituição, além de outras parcerias, o Google pretende mapear informações para prever surtos, além de conscientizar a população.
Informações mais acessíveis
Agora, quem pesquisar sobre o zika poderá encontrar informações dos principais sintomas e tratamentos. O Google também informa como é a propagação dos vírus, para a população evitar a proliferação do mosquito e ajudar a acabar com a doença.
No card, há uma breve descrição da doença, além do aviso de que ela precisa ser diagnosticada e confirmada por médicos. As informações estão disponíveis em 16 idiomas diferentes e serão atualizadas caso mais alertas de saúde pública sejam emitidos.
O Google sabe que todo mundo usa a internet para fins de diagnóstico e, para evitar desinformação, fez a curadoria dos principais dados sobre o zika. Não é à toa que, nos Estados Unidos, o buscador tem uma base de dados com mais de 900 condições de saúde para a população se informar.
Além disso, o YouTube também será usado para disseminar informações corretas sobre a doença. O Google fez uma parceria com o conhecido médico brasileiro Dráuzio Varella, além do programa infantil Sesame Street (ou Vila Sésamo, na continuação brasileira), dois canais que estão publicando uma série de vídeos sobre o assunto, com dicas sobre a prevenção do zika.
Mapeamento de informações
Usando sua avançada tecnologia de mapeamento, o Google anunciou que mobilizou funcionários, que vão atuar como voluntários para ajudar o Unicef a construir uma plataforma para prever possíveis surtos. O time é composto de engenheiros, designers e cientistas.
Assim como este programa de inteligência artificial, a plataforma analisará dados climáticos e padrões de migração para ver por onde o mosquito pode estar se proliferando. O objetivo é “identificar o risco da transmissão do zika e ajudar o Unicef, governos e ONGs a decidir como e onde concentrar seus recursos e tempo” para combater o vírus. O sistema poderá ser usado para surtos futuros de outras doenças.
Por fim, o buscador anunciou um aporte financeiro ao Unicef de US$ 1 milhão para ajudar na divulgação de informações, diagnóstico e desenvolvimentos de vacinas. O órgão pretende alcançar cerca de 200 milhões de pessoas no Brasil e na América Latina. Além disso, funcionários do Google poderão contribuir com um fundo de US$ 500 mil para o Unicef e a Organização Pan-Americana da Saúde.