Assistentes de voz representam um dos grandes avanços tecnológicos dos últimos anos, especialmente em plataformas móveis. Como esse segmento ainda tem muito o que oferecer, a Samsung decidiu não ficar de fora dessa: a companhia acaba de se tornar dona da Viv, assistente virtual desenvolvida pelos mesmos criadores da Siri.
Adam Cheyer, Chris Brigham e Dag Kittlaus fundaram a Siri em 2007. Depois, em 2010, venderam a empresa para a Apple. Em 2012, eles montaram a Viv com o objetivo de desenvolver uma assistente de voz com uma proposta mais abrangente, capaz de levar inteligência não só para celulares, mas também para casas, carros, eletrodomésticos, wearables, equipamentos de áudio e assim por diante, tudo de modo interconectado.
Essa integração, que só agora começa a ganhar força nas assistentes que já estão no mercado, permitirá que a Viv lide com um número grande de solicitações complexas, o que, em tese, fará seu sistema de inteligência artificial reconhecer comandos de voz e interpretar contextos com mais eficácia.
Para isso, os criadores da Viv apostam em uma abordagem bastante audaciosa: a Viv é baseada em um sistema de aprendizagem que, espera-se, fará a assistente melhorar o próprio software. É como se a assistente fosse capaz de se reprogramar.
Outra abordagem interessante: a Viv foi idealizada para se integrar com o máximo possível de serviços, o que fez Kittlaus prometer APIs que permitirão, por exemplo, que a assistente efetue um pagamento programado ou chame um Uber quando você disser “quero ir ao shopping”.
Essa promessa de integração será mantida pela Samsung, embora não tenha ficado claro quando a companhia irá liberar as APIs. Na verdade, ainda não se sabe o que a empresa pretende fazer com a Viv. Pode ser que a Samsung use a tecnologia da assistente para melhorar o S-Voice ou para munir a plataforma Tizen de mais inteligência.
Mas é mais provável que a Samsung queira, pelo menos inicialmente, fazer da Viv um grande diferencial em seus dispositivos móveis e, mais para frente, em outros produtos. Essa também seria uma forma de diminuir a dependência da companhia do ecossistema do Google.
Até o momento, a Samsung informou apenas que a Viv, como empresa, terá uma relação bastante próxima com a sua divisão de dispositivos móveis, mas funcionará como um braço independente. Isso significa que a Viv poderá até chegar a plataformas como iOS e Windows.
Apesar das propostas inovadoras, é importante destacar que a Viv está em fase inicial de desenvolvimento. Por ora, a maior parte dos seus recursos não passa de promessa. De todo modo, a Samsung não teria apostado na ideia se não enxergasse potencial ali, certo?
Só não sabemos de quanto é essa aposta. O valor do negócio não foi revelado. Tampouco há previsão de quando a Viv estará entre nós.