Oi enfrenta desafio de conectar Rock in Rio e faz teste 5G
Operadora usou equipamentos da Huawei e distribuiu 50 smartphones 5G para testes em toda a Cidade do Rock, no Rock in Rio 2019
Operadora usou equipamentos da Huawei e distribuiu 50 smartphones 5G para testes em toda a Cidade do Rock, no Rock in Rio 2019
O Wi-Fi foi uma atração à parte no Rock in Rio 2019. A Oi enfrentou o desafio de conectar toda a Cidade do Rock, com mais de 385 mil metros quadrados, com internet sem fio. A capacidade da rede era a mesma da fibra, de 30 Gb/s, com velocidade média de 10 Gb/s compartilhado entre os usuários wireless, testados de hora em hora pela equipe de suporte para manter tudo online, divida em três áreas de manutenção.
Por dia de evento, a Cidade do Rock esperava cerca de 100 mil visitantes que puderam, além de usar o Wi-Fi grátis, participar de algumas experiências com 5G na Gameplay Arena by Game XP, com partida online de jogos como Call of Duty Mobile, por exemplo.
Falando em time, foram mais de 200 cabeças para fazer tudo funcionar — em regime de escala, claro. Uma estrutura contou com a instalação de mais de 800 equipamentos dentro da Cidade do Rock desde a Game XP, em julho, no mesmo local. Foram mais de 620 antenas e outros 200 aparelhos (incluindo algumas soluções de IoT), conectados.
As centenas de antenas Wi-Fi distribuídas em torno do Parque Olímpico eram ajustadas de acordo com a demanda do público. Isso significa fazer o handover de milhares de conexões conforme a movimentação das pessoas, para não deixar ninguém offline.
Ao todo, trafegaram na rede WI-Fi da Oi no Rock in Rio 173,24 terabytes de dados, o equivalente a 46,8 milhões de fotos em alta definição. O valor é 2,34 vezes superior ao tráfego de dados registrado pela operadora na Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
“Pelo mapa de calor, podemos direcionar o sinal para as áreas de maior consumo ou reduzir onde o consumo for menor”, explica Gustavo Roberto Bambrila, diretor de infraestrutura da Oi, que nos convidou para conhecer a central de operações no evento.
A operadora conta que aproveitou a oportunidade para levar profissionais experientes e também os novatos, para ganharem experiência em operar eventos deste porte.
É bom falar em streaming, outra novidade que foi a cara desse Rock in Rio. Se Drake não permitiu a transmissão pela TV, não importa. O mapa de calor no Palco Mundo, na hora do show do rapper, revela o alto volume de pessoas conectadas ao mesmo tempo sendo, boa parte delas, autoras de Stories no Instagram e Lives no YouTube com trechos da performance do artista. Não faltou registro nas redes naquela noite.
Entretanto, Drake não é o dono do pico de acessos simultâneos — pessoas que se conectaram exatamente no mesmo instante — deste Rock in Rio 2019. Durante o show da banda Nickelback, que se apresentou no Palco Mundo, na noite de domingo (6), houve o recorde de acessos simultâneos no Wi-Fi – mais de 19,5 mil conexões.
Já a atração que registrou o maior volume de dados trafegados foi o show da Anitta, com 1,8 TB passando pela rede no momento. Em todo o evento, a Oi registrou mais de 11,6 milhões de conexões diferentes ao seu WiFi, que era gratuito para o público.
Os 10 shows com o maior volume de dados trafegados no Wi-Fi
Show no Palco Mundo | Volume de Tráfego Wi-Fi (TB) |
05/10 – Anitta | 1,8 |
06/10 – Muse | 1,6 |
05/10 – P!nk | 1,34 |
05/10 – Black Eyed Peas | 1,32 |
06/10 – Nickelback | 1,32 |
03/10 – Panic at the Disco | 1,3 |
06/10 – Imagine Dragons | 1,23 |
03/10 – Red Hot Chilli Peppers | 1,19 |
05/10 – H.E.R | 1,16 |
06/10 – Paralamas do Sucesso | 1,16 |
Para que nada saísse do controle, um SOC (Security Operation Center), foi integrado ao sistema de monitoramento de rede. Afinal, além de nós, usuários comuns, staff, bilheteria, imprensa e outros profissionais usaram a conexão por fibra. Não faltaram alertas de segurança pipocando na tela do SOC, mas não há registro de incidentes.
Para os músicos que se apresentaram, um desafio novo. Com redes Wi-Fi liberadas, ninguém precisou economizar no plano de dados. O show ficou chato? Os olhos do público já tinham destino certo: a tela do celular. O que atravancou a passagem com uma horda de gente caminhando de um palco para o outro sem olhar para frente.
Durante o dia 28 de setembro, estive conectada o tempo todo na rede Wi-Fi da operadora, subindo fotos, vídeos e posts por horas durante os shows. A rede se perdeu em alguns poucos momentos, nada que desativar e ativar o Wi-Fi não resolvesse.
No dia 4 de outubro, porém, tive a oportunidade de testar a rede 5G instalada na Cidade do Rock. Podemos considerar essa a “primeira cidade 5G do Brasil”? Talvez. A TIM fez um piloto do 5G em Florianópolis, com a Huawei, e também estivemos lá.
Só para avisar, hoje nós vamos tweetar em 5G. #5G #RockInRio conto para vocês como foi isso no @Tecnoblog 👌 pic.twitter.com/5AqIr5rve4
— Melissa Cruz Cossetti 🦄 (@melissajorn) October 4, 2019
Diferente do teste feito pela Oi em Búzios, no Rio de Janeiro, em maio deste ano, a conexão de quinta geração durante o Rock in Rio foi para valer, explico tudo abaixo.
Com o com Speedtest marcando mais de 1 gigabit por segundo, o upload de vídeos de 1 minuto no Instagram, por exemplo, durava em 1 segundo. A conexão foi estável em todo o perímetro do evento e, ao final, voltar para o meu 4G foi no mínimo entediante.
Na minha mão, um Huawei Mate 20 Pro (5G). O aparelho não foi lançado oficialmente no Brasil, e foram distribuídas 50 unidades de teste pela Oi, em parceria com a Huawei, durante os dias do evento. Vale notar que o 5G funcionou muito bem, mas eram poucos dispositivos simultâneos conectados nas antenas de teste do Rock in Rio. Convém lembrar que no início do 4G vivemos algo similar. Como eram poucos os aparelhos com 4G, a frequência estava livre e funcionava sem qualquer gargalo. Isso deve se repetir.
“É como na Fórmula 1, os carros de competição recebem soluções que no futuro chegam aos carros de passeio. O aprendizado daqui será levado para outras oportunidades de teste [do 5G] ao longo do ano”, completou Gustavo Bambrila.
Tudo isso, fruto das poucas antenas espalhadas pela Cidade do Rock e de um teste que deve nortear os próximos eventos em que a Oi vai trazer o 5G novamente em caráter de prova. Não se sabe, ainda, quando tudo isso vai se tornar realidade para nós, reles mortais. De acordo com Bambrila, correu tudo como o esperado. A rede 5G, porém, usou uma frequência de teste — não definitiva. Até lá, bastante coisa ainda deve mudar.
A estrutura móvel do 5G, que será levada a outros eventos, não fica como legado na Cidade do Rock. Sobre o Wi-Fi, a história é outra. O 56 quilômetros de fibra que compuseram a malha em todo o Parque Olímpico seguem onde estão. E, se depender da Oi, a Internet sem fio vai estar presente em outros eventos patrocinados no local.
*A quinta geração da conexão móvel, ainda não disponível no Brasil. O 5G foi usado pela equipe de conteúdo do evento para a cobertura em suas redes sociais, com lives diárias.