Esta tecnologia da Western Digital pode permitir HDs de até 40 TB

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 semana

Os discos rígidos não conseguem competir com os SSDs quando o assunto é velocidade, mas ainda têm um lugar garantido em aplicações que precisam armazenar uma grande quantidade de dados a um custo baixo. Uma tecnologia da Western Digital pode assegurar esse reinado por um bom tempo: a expectativa é termos HDs com capacidades de 40 TB (!) até 2025.

A tecnologia se chama Microwave-assisted Magnetic Recording (MAMR), ou Gravação Magnética Auxiliada por Micro-ondas, em tradução livre. Nela, os discos magnéticos que giram a altas velocidades continuam existindo; o que muda é a cabeça de gravação, que ganha um oscilador de torque de spin capaz de gerar micro-ondas.

Funciona assim: a cabeça de gravação do HD gera micro-ondas com frequências entre 20 e 40 GHz; essas micro-ondas diminuem a resistência dos discos, o que torna possível gravar bits por meio de campos magnéticos com mais facilidade. Resultado: com uma alteração relativamente simples no HD, é possível ter uma densidade maior de informações ocupando o mesmo espaço físico.

O MAMR compete com o HAMR (que eu traduziria como “Gravação Magnética Auxiliada por Calor”), uma tecnologia que está sendo utilizada pela rival Seagate para criar HDs de alta densidade. A Western Digital, obviamente, defende sua solução: o MAMR seria mais rápido de produzir, teria uma durabilidade maior, seria mais barato e exigiria menos adaptações por parte da indústria.

O grande problema do HAMR é que a aplicação de calor no disco pode diminuir a confiabilidade do HD, segundo a Western Digital. Como ele desgasta o disco a cada gravação, seria preciso criar um software que gerencie as regiões que serão utilizadas para guardar os arquivos, de modo que a vida útil não seja tão baixa (como é feito nos SSDs). O MAMR, por sua vez, não emite calor e tende a durar mais.

Se tudo der certo, os primeiros HDs da Western Digital com MAMR devem ser lançados por volta de 2019 ou 2020. Os discos rígidos de 40 TB (ou mais) podem chegar aos datacenters e ambientes corporativos daqui a oito anos. Veremos.

Com informações: AnandTech, ExtremeTech.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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