Telegram arrecada US$ 1,7 bilhão para financiar criptomoeda própria

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 semanas
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O plano do Telegram para financiar uma criptomoeda própria, a Gram, saiu bem melhor que o esperado. O aplicativo de mensagens queria arrecadar US$ 1,2 bilhão durante a oferta inicial de moedas (ICO), mas já ultrapassou a marca de US$ 1,7 bilhão. E o valor pode subir mais.

Em documento enviado à SEC, comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos, o Telegram confirma que recebeu US$ 850 milhões de 94 investidores, em complemento aos US$ 850 milhões que já havia arrecadado em fevereiro. A empresa declara que levantou recursos para o “desenvolvimento da TON Blockchain, desenvolvimento e manutenção do Telegram Messenger e outros fins descritos nos materiais”.

Este é, de longe, o maior ICO da história, como informa a Bloomberg. O segundo maior é o Filecoin, um serviço de armazenamento de dados inspirado no Bitcoin que utiliza blockchain para guardar informações; ele levantou US$ 257 milhões de investidores.

Como funciona o Gram

As informações dão conta de que a blockchain (Telegram Open Network) terá uma parte centralizada e outra descentralizada — isso permitirá que a rede tenha sua capacidade expandida mais rapidamente, quando comparado a uma plataforma de blockchain totalmente descentralizada. A expectativa é que a tecnologia possa processar cerca de 1 milhão de transações por segundo.

Os mais de 200 milhões de usuários do Telegram poderão ter uma carteira virtual, que armazena tanto moeda tradicional quanto a criptomoeda própria do aplicativo. As transações são feitas entre os usuários do Telegram, seja humanos ou bots. E, em vez de garantir a segurança da blockchain com prova de trabalho (como o bitcoin), a TON deve exigir prova de participação, sem gastar tanto processamento ou energia elétrica.

O Telegram prevê quatro usos para sua blockchain: armazenamento distribuído de arquivos, semelhante a serviços como Dropcoin; um serviço de proxy para criar serviços de VPN descentralizados; serviços para apps descentralizados; e pagamentos por microtransações.

Uma versão inicial da TON deverá ser lançada no segundo trimestre de 2018, enquanto a carteira virtual está planejada para o final do ano.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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