Fundadores do WhatsApp abriram mão de até US$ 1,3 bilhão para sair do Facebook

Jean Prado
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Brian Acton (esquerda) e Jan Koum (direita).

Quando o Facebook comprou o WhatsApp por US$ 22 bilhões, toda a equipe de 50 pessoas foi incorporada à rede social, incluindo os fundadores Brian Acton e Jan Koum. Quatro anos depois, ambos saíram da empresa por discordâncias com Mark Zuckerberg (e abriram mão de muito dinheiro com isso).

Acton foi o primeiro a sair. No ano passado, ele anunciou que deixaria o WhatsApp para “começar um novo capítulo” em sua vida. Koum continuou como CEO do aplicativo, mas 7 meses depois ele também deixou a empresa para “seguir em frente” e “colecionar Porsches raros refrigerados a ar”.

Para sair do Facebook, ambos tiveram que deixar as suas ações da empresa de lado por causa do contrato de compra. E elas valiam uma boa grana, segundo o The Wall Street Journal: Acton deixou para trás US$ 900 milhões em potenciais ganhos, enquanto Koum abriu mão de US$ 400 milhões em ações, considerando a cotação atual.

O mais assustador é que, se ambos esperassem até novembro deste ano, teriam recebido essa quantia em dinheiro normalmente — o contrato já teria acabado. O problema é que, nem Acton nem Koum saíram de forma muito amigável.

Brian Acton

Acton deixou o Facebook sem criticar a empresa, mas em março ele apoiou a campanha #deletefacebook e apagou a sua conta na rede social, em meio ao escândalo Cambridge Analytica. Enquanto isso, o Washington Post revelou que Koum saiu após desentendimentos envolvendo a privacidade dos usuários.

Segundo o WSJ, o departamento jurídico do Facebook quase entrou em uma disputa legal com Koum antes dele ir embora. Os dois fundadores tinham uma cláusula no contrato que adiantava o pagamento de suas ações se o Facebook tentasse monetizar o WhatsApp com anúncios.

Ao sair, Koum tentou reivindicar essa cláusula, mas o Facebook ameaçou entrar na justiça e dificultar o processo. No fim, ele decidiu abrir mão dos U$ 400 milhões restantes, possivelmente para evitar o desgaste.

Vale apontar que a cláusula só é válida se algum cofundador do WhatsApp ainda fizer parte do Facebook. Como os dois já saíram, o Facebook está livre para fazer o que quiser com o aplicativo de 1,5 bilhão de usuários.

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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