Netflix testa plano Ultra de até R$ 53,90 e reduz telas simultâneas no Premium

Felipe Ventura
Por
• Atualizado há 2 anos e 4 meses

Vimos que a Netflix estava testando um novo plano chamado Ultra em alguns países da Europa. Ele já aparece como uma opção no Brasil, e pode trazer más notícias para quem assina os planos Padrão ou Premium — que talvez passem a oferecer menos streamings simultâneos.

Tudo indica que a Netflix está fazendo um teste A/B para avaliar como implementa o plano Ultra no Brasil. Em um dos cenários, ele custa R$ 53,90 mensais e os planos Padrão e Premium seguem intactos. No outro cenário, o Ultra sai por R$ 45,90 mensais, mas o Premium só funciona em até duas telas; e o Padrão, em apenas uma tela.

Os dois cenários que a Netflix está testando

Estes são os detalhes do primeiro cenário:

  • Básico: apenas uma tela por vez, sem resolução HD, R$ 19,90
  • Padrão: duas telas simultâneas, resolução HD (Full-HD em alguns casos), R$ 27,90
  • Premium: quatro telas simultâneas, resolução 4K, sem HDR, R$ 37,90
  • Ultra: quatro telas simultâneas, resolução 4K, com HDR, R$ 53,90

E estas são as condições do segundo cenário:

  • Básico: apenas uma tela por vez, sem resolução HD, R$ 19,90
  • Padrão: apenas uma tela por vez, resolução HD (Full-HD em alguns casos), R$ 27,90
  • Premium: duas telas simultâneas, resolução 4K, sem HDR, R$ 37,90
  • Ultra: quatro telas simultâneas, resolução 4K, com HDR, R$ 45,90

No primeiro caso, a diferença entre os planos Premium e Ultra está apenas no suporte a HDR, e isso custa R$ 16 adicionais todo mês. No segundo caso, a Netflix cobra R$ 8/mês adicionais por HDR e quatro streaming simultâneos — mas piora as condições do Premium.

Em meus testes, o preço do plano Ultra parece variar de forma aleatória. Eu vi as duas opções usando o mesmo navegador (Chrome ou Microsoft Edge) em momentos diferentes. E, às vezes, o plano Ultra nem aparece. Em todos os casos, o plano Premium é selecionado por padrão.

Neste cenário, o plano Ultra custa R$ 53,90 mensais; o Premium mantém os quatro streamings simultâneos; e o Padrão continua com duas telas ao mesmo tempo

Neste caso, o plano Ultra custa R$ 45,90 mensais, mas o Premium funciona em apenas duas telas; e o Padrão, só em uma tela

Em comunicado ao Tecnoblog, a Netflix diz:

Nós testamos continuamente novas coisas na Netflix e esses testes normalmente variam em duração. Nesse caso, estamos testando preços e recursos ligeiramente diferentes para entender melhor como os consumidores valorizam a Netflix. Nem todo mundo vai ver esse teste e talvez não possamos oferecer os preços ou recursos específicos contemplados.

Por que um plano mais caro?

Como explica o Engadget, um plano mais caro era inevitável para a Netflix. Ela tem uma dívida enorme porque financia suas séries e filmes originais: são US$ 15,5 bilhões em passivos, dos quais cerca de US$ 10 bilhões foram para conteúdo.

A empresa espera quitar isso no futuro com sua base de clientes pagantes. O número de assinantes vem crescendo em um ritmo recorde, mas não está claro se essa expansão vai continuar dessa forma. São 125 milhões de usuários atualmente.

É arriscado aumentar preços enquanto a concorrência ganha força. A Amazon expandiu o Prime Video para mais países, incluindo o Brasil. E a Disney, além de ter controle do Hulu após a aquisição da Fox, planeja lançar um serviço de streaming próprio até o final de 2019.

Neste caso, a Netflix está contando que seu conteúdo original será o bastante para reter assinantes, e também para fazê-los pagar um pouco a mais do que antes. Será que vai dar certo?

Obrigado, Brendo! Atualizado em 10/07.

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

Relacionados