Defensor de limite na internet fixa, Christian Gebara assume como presidente da Vivo
Novo presidente da Vivo disse anteriormente que franquia na banda larga fixa era um "caminho sem volta"
O fim de 2018 vai ser marcado para a Vivo como dança das cadeiras. Depois de dois anos do comando de Eduardo Navarro, a Telefônica Brasil terá como CEO Christian Gebara, que já atuava como vice-presidente. A empresa confirmou a mudança em um fato relevante emitido na quarta-feira (12).
- Vivo tem lucro de R$ 3,2 bilhões com pós-pago e internet por fibra óptica
- Operadoras ainda pressionam por franquias na banda larga fixa
Gebara assumirá as operações da Vivo a partir de 1° de janeiro de 2019, e continuará contando com a ajuda de Navarro, que presidirá o conselho de administração da empresa. A diretoria também será composta por David Melcon Sanchez-Friera, diretor de finanças e relações com investidores; e Breno Rodrigo Pacheco de Oliveira, diretor jurídico e secretário-geral.
Gebara terá o desafio de manter o crescimento da Vivo: no terceiro trimestre de 2018, ela havia registrado lucro de R$ 3,2 bilhões, cifra que é 160% maior em relação ao mesmo período de 2017. A empresa planeja investir R$ 26,2 bilhões entre 2018 e 2020.
A Vivo tem focado na expansão do 4G e na fibra ótica, especialmente com serviços de banda ultra larga e TV por assinatura via IP para novas cidades. A operadora registrou queda nos acessos de TV via satélite, tecnologia já desestimulada para novas adesões. No entanto, a cobertura de fibra ainda é deficiente nas áreas que atuava com cobre, sobretudo no interior de São Paulo e nas áreas onde havia rede xDSL da antiga GVT.
A polêmica da franquia de banda larga fixa
Christian Gebara não é uma figura nova na Vivo: antes de ser vice-presidente, o executivo era Chief Revenue Officer e comandou a fusão com a GVT. Em abril de 2016, Gebara disse em uma entrevista exclusiva ao Tecnoblog que as franquias na banda larga fixa estavam em um “caminho sem volta” e que haveria corte de conexão para o cliente que ultrapassasse o limite mensal.
Isso gerou uma polêmica com grande repercussão, em que usuários se manifestaram contra esses limites na internet fixa. Nos regulamentos, a maior franquia era da velocidade de 300 Mb/s, que estabelecia apenas 300 GB mensais. A operadora chegou a implementar um medidor de tráfego na área do cliente Meu Vivo Fixo, mas depois retirou a funcionalidade do ar.
Já existem projetos de lei que proíbem as franquias na internet fixa, mas nenhum foi aprovado até o momento. Atualmente, as operadoras estão proibidas de limitarem a banda larga fixa por conta de uma liminar da Anatel.
Com informações: Mobile Time.