Vivo pode comprar Desktop e se tornar líder de banda larga em SP
Operadora divulgou comunicado informando conversas com provedor regional; Desktop é a terceira maior prestadora de internet fixa no estado de São Paulo
Operadora divulgou comunicado informando conversas com provedor regional; Desktop é a terceira maior prestadora de internet fixa no estado de São Paulo
O cenário de telecomunicações brasileiro pode passar por mais uma consolidação. A Vivo divulgou um comunicado ao mercado demonstrando o interesse em adquirir a Desktop, provedora de pequeno porte que comercializa internet fixa por fibra óptica no estado de São Paulo.
De acordo com o comunicado da Vivo divulgado nesta quarta-feira (29), a empresa afirma que “mantém conversas a respeito de potencial operação envolvendo a Companhia e a Desktop S.A”. A Desktop também divulgou um fato relevante com a mesma informação.
Nenhum negócio foi fechado, ao menos por enquanto. “Não há qualquer definição ou formalização sobre uma operação”, afirma o comunicado da Vivo.
A Desktop é uma operadora de pequeno porte com sede em Sumaré (SP), constituída em 2006 e que ganhou tração ao longo do tempo. Parte do crescimento foi feito de forma inorgânica, com a aquisição de diversos provedores menores que atuavam no estado.
Com presença apenas no estado de São Paulo, a Desktop possui 1,04 milhão de assinantes de banda larga fixa por fibra óptica. A empresa também atua com TV por assinatura e telefonia fixa, mas também lançou recentemente uma operadora móvel virtual utilizando a rede da TIM.
Apesar de se enquadrar como prestadora de pequeno porte, a Desktop não é uma operadora tão pequena. Trata-se da sexta maior empresa de banda larga fixa no Brasil, atrás apenas dos grupos Claro, Vivo, Oi, Giga+ e Brisanet. No estado de São Paulo, a Desktop ocupa o 3º lugar em participação de mercado, atrás apenas de Claro e Vivo.
Falando de infraestrutura, a rede de fibra óptica da Desktop está disponível para 4,4 milhões de domicílios (home passed) de 184 municípios paulistas. Com backbone tem 10 mil km de extensão, a companhia também presta serviços empresariais como link dedicado, conexão entre filiais e telefonia corporativa.
Se o negócio com a Desktop se concretizar, a Vivo somaria três grandes aquisições em um intervalo de 10 anos.
Em 2016, a Vivo assumiu a operação da GVT em um negócio de R$ 22 bilhões. Essa operação permitiu que a operadora espanhola expandisse sua atuação com serviços fixos para mais estados do Brasil além de São Paulo.
O grande negócio mais recente foi a fatia da Oi Móvel, adquirida em dezembro de 2020 em conjunto com as concorrentes Claro e TIM. A Vivo herdou 12,6 milhões de clientes de 11 DDDs, mas depois cancelou 3,4 milhões de chips inativos.
Vale ressaltar que um negócio dessa magnitude precisa ser aprovado pelo Cade e Anatel. Se a aquisição se concretizar, a Vivo ultrapassaria a Claro em número de clientes de internet fixa em SP e se tornaria líder de mercado no estado.