Google propõe mais privacidade na web, mas mantendo anúncios personalizados

Google sugere Privacy Sandbox para melhorar privacidade e ao mesmo tempo continuar oferecendo propagandas relevantes

Paulo Higa
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Foto por Deepanker Verma/Pixabay

Em meio aos últimos escândalos de privacidade, o Google anunciou na quinta-feira (22) que está trabalhando em novos padrões abertos para tornar a navegação na web mais privada e, ao mesmo tempo, permitir que os sites continuem exibindo anúncios personalizados para cada usuário.

As sugestões giram em torno do que o Google chama de Privacy Sandbox. Trata-se de um conjunto de técnicas para limitar o fornecimento de informações sobre seus hábitos de navegação, incluindo a privacidade diferencial, que anonimiza um banco de dados por meio da inserção de ruídos matemáticos; e a aprendizagem federada, que permite treinar e aprimorar uma inteligência artificial sem que os dados saiam do seu dispositivo.

Segundo o Google, “recentemente, alguns outros navegadores tentaram resolver esse problema, mas, sem um conjunto de padrões de acordo, as tentativas de melhorar a privacidade do usuário estão tendo consequências indesejadas”. O Firefox começou a bloquear rastreadores de anunciantes por padrão, enquanto o Safari poderá ter um sistema que impede os sites de descobrirem as ações de um usuário na web.

Google diz que bloqueio de cookies prejudica a web

O Google, que tem interesse óbvio no assunto, defende que “o bloqueio de cookies em larga escala prejudica a privacidade das pessoas ao encorajar práticas sombrias, como o fingerprinting”, que permite a um site identificar um usuário por meio de outras informações, como a versão do navegador e as fontes instaladas no sistema. Além disso, o fim da publicidade personalizada pode representar perdas de faturamento de 52% aos sites, segundo um estudo feito pelo próprio Google.

E como o Google vai resolver o problema da privacidade? Os trabalhos estão começando, mas há algumas ideias. Na aprendizagem federada, o navegador “evita revelar que você é membro de um grupo que gosta de Beyoncé e suéteres até ter certeza de que o grupo contém milhares de outras pessoas”.

Também há o orçamento de privacidade: os sites poderão pedir informações ao navegador enquanto for possível manter o usuário em um grupo suficientemente grande, para que ele permaneça anônimo. Se mais requisições forem feitas, acima do limite do orçamento, elas serão bloqueadas.

Você pode conferir as ideias do Google nesta página. As sugestões deverão ser implantadas primeiro no Chrome, mas o objetivo é trabalhar em conjunto com a comunidade web para criar um padrão aberto que seja utilizado por todos.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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