Novo iPhone SE dos EUA não suporta 4G em todas as frequências no Brasil

Sem frequência de 700 MHz (banda 28), iPhone SE 2020 pode ficar sem 4G em algumas regiões do Brasil; veja se vale a pena

Lucas Braga
Por
• Atualizado há 2 anos e 4 meses
iphone se branco

Nesta quarta-feira (15), a Apple lançou o novo iPhone SE com botão físico, tela pequena e preço mais atraente. No entanto, é importante ressaltar que o modelo vendido nos Estados Unidos será diferente do brasileiro, e quem comprar o celular no exterior pode enfrentar dificuldades com o 4G por aqui.

O problema é o mesmo do iPhone XR, iPhone XS, XS Max, iPhone 11, 11 Pro e Pro Max: quem comprar um iPhone nos EUA pode ficar sem sinal de 4G dependendo da localidade. No Brasil, a Apple venderá o modelo A2296, comercializado na Europa, enquanto EUA e Canadá terão a variante A2275.

No Brasil, utilizamos as bandas 1 (2.100 MHz), 3 (1.800 MHz), 5 (850 MHz), 7 (2.600 MHz) e 28 (700 MHz APT). As mais comuns são banda 3, 7 e 28, sendo a última muito importante por ser a única presente em diversas cidades do interior. O novo iPhone SE dos Estados Unidos não suporta a banda 28.

As frequências menores possuem maior alcance, por isso a banda 28 é importante. Uma torre com 700 MHz consegue cobrir um raio muito maior do que outras frequências; com isso, operadoras conseguem atender mais usuários com um menor custo de rede, o que é vantajoso em cidades pequenas e estradas.

Nas grandes cidades, o 4G de 700 MHz também pode fazer diferença: com maior penetração de sinal, a frequência funciona melhor em ambientes fechados, como estacionamentos, elevadores e até mesmo dentro das casas que ficam distante de antenas.

Devo comprar um iPhone SE 2020 nos EUA?

Ainda que o cenário da pandemia de coronavírus (Covid-19) não nos permita sonhar com uma viagem próxima ao exterior, a compra do iPhone SE 2020 nos EUA deve ser muito bem pensada.

Eu sou usuário de um iPhone 11 Pro Max comprado nos EUA — portanto sem a banda 28 — e moro em Belo Horizonte. Com as operadoras Claro e Vivo, nunca tive dor de cabeça aqui dentro da cidade. No entanto, é só pegar a estrada que vejo os celulares de outras pessoas funcionando melhor do que o meu.

Num futuro próximo, é bem provável que o 4G de 700 MHz sempre esteja presente onde houver cobertura celular. Essa implementação não significa que as outras frequências serão desligadas: elas continuam sendo muito importantes por terem maior capacidade de usuários simultâneos, o que é útil em áreas movimentadas como shoppings, aeroportos e outras áreas com maior tráfego de pessoas.

Portanto, essa é uma decisão bastante pessoal. Para mim, que raramente viajo de carro, isso não fez muita diferença: dentro da cidade, eu continuo sendo servido pelas outras frequências e pelo 3G quando necessário. No entanto, quem mora em cidades do interior ou quem viaja muito deve pensar duas vezes antes de comprar.

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

Relacionados