Toyota vai gastar US$ 13 bilhões com nova bateria de carros elétricos

Nova bateria de estado sólido pode ser a escolhida para substituir equipamentos convencionais de íon-lítio; Toyota quer corte de 30% nos preços de baterias

Pedro Knoth
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses

A disputa pelo mercado de carros elétricos levou a japonesa Toyota Motor Corporation a anunciar o investimento de US$ 13,5 bilhões no desenvolvimento de baterias e sistemas auxiliares de carregadores até 2030. A estratégia é tentar tomar a liderança do setor de veículos com emissão zero de poluentes, almejada por concorrentes como Tesla e Volkswagen. Por trás da injeção de mais recursos, a fabricante quer o corte de 30% no custo de baterias.

A Toyota é a maior montadora do mundo quando se trata de volume de produção. A fabricante avisou nesta terça-feira (7) ao mercado que pretende cortar o preço de suas baterias em 30%. Para atingir a meta, a empresa quer replanejar a estrutura das células da bateria e os materiais usados na linha de produção.

A montadora foi a primeira a oferecer um carro híbrido — movido a gasolina e eletricidade — no mercado automobilístico, com o lançamento do Prius, em 1997.

Em coletiva, o diretor-executivo de Tecnologia da Toyota, Masahiko Maeda, disse que o Toyota bZ4X — modelo SUV elétrico que deve ser lançado até 2025 — será o primeiro carro da montadora a apresentar redução de 30% no consumo de energia por quilômetro rodado. Isso graças à nova bateria que a empresa quer produzir

Para liderar o mercado, a Toyota pretende manufaturar em massa baterias de estado sólido, que tem um funcionamento diferente das baterias convencionais de íon-lítio.

Revolução na indústria de automóveis

Caso seja bem-sucedida, a estratégia pode significar uma drástica mudança para as montadoras: as baterias de estado sólido têm maior capacidade de armazenamento de energia e menor chance de pegar fogo, além de carregarem mais rápido.

Mas os esforços para produzir esse tipo de bateria vêm enfrentando obstáculos dentro da Toyota. O dispositivo é caro de ser manufaturado e tem um hábito de rachar enquanto contrai e expande durante testes de uso.

Mesmo em meio às dificuldades, a Toyota não mudou a previsão de que era capaz de montar linhas de produção das baterias de estado sólido no segundo semestre de 2020 — ela não aconteceu. “Ainda estamos tentando encontrar os melhores materiais para produção”, disse o executivo.

A empresa ainda afirmou que planejava usar baterias de estado sólido em veículos híbridos, como o Prius.

A Volkswagen, uma das principais concorrentes da Toyota — e a segunda maior montadora no mundo — comentou nesta terça-feira (7) a hipótese de gastar mais recursos para promover a transformação de toda sua frota para torná-la autônoma ou movida a energia elétrica.

A alemã previa gastar US$ 178 bilhões em seu plano de transição até 2025; ela reafirmou diversas vezes que poderia se mover para a próxima fase apenas queimando o próprio fluxo de caixa.

Com informações: Reuters

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Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.

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