Lenovo ajudou DreamWorks a “turbinar” produção de Os Caras Malvados

Com datacenter no limite, DreamWorks tem usado resfriamento líquido, cluster e workstations da Lenovo para produzir suas animações

Emerson Alecrim
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Cluster Lenovo no datacenter da DreamWorks (imagem: divulgação/DreamWorks Animation)
Cluster Lenovo no datacenter da DreamWorks (imagem: divulgação/DreamWorks Animation)

Quando assistimos a um filme de animação, normalmente, não imaginamos que aquela produção exigiu um enorme poder computacional para ser concluída. É o caso de Os Caras Malvados, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (17). Para fazer o filme, a DreamWorks revela ter contado com uma mãozinha da Lenovo — ou uma “mãozona”.

Em 2020, a DreamWorks lidava com um grande problema: com mais de 20 anos de existência, o seu datacenter estava no limite do espaço físico (não havia mais para onde crescer) e enfrentava restrições no consumo de energia.

Uma expansão exigiria uma grande reformulação estrutural, trabalho que por si só já representaria um desafio, mas que ganhava uma escala maior naquela época por conta das restrições impostas pela COVID-19.

Se não havia mais espaço físico disponível, muito menos formas de se conseguir mais energia, a solução estava em otimizar a estrutura existente. No início de 2021, DreamWorks e Lenovo anunciaram uma parceria focada nesse objetivo.

Se deu certo? Nesta segunda-feira (14), a Lenovo promoveu uma videoconferência com a DreamWorks e a imprensa brasileira para, com um certo orgulho, anunciar que sim.

A parceria consistiu, basicamente, na atualização do datacenter com um cluster de alto desempenho da Lenovo junto com a Neptune Liquid Cooling, tecnologia que, como o nome deixa claro, usa resfriamento líquido para dissipar o calor gerado pelos equipamentos.

Neptune Liquid Cooling (imagem: divulgação/DreamWorks Animation)
Neptune Liquid Cooling em ação (imagem: divulgação/DreamWorks Animation)

No caso da DreamWorks, o novo sistema conseguiu, com água reaproveitada, reduzir o consumo de energia em até um terço. Após a primeira semana de implementação, a companhia também notou que o novo cluster tinha 20% mais desempenho em relação ao servidores refrigerados a ar usados até então.

Mas esse é um trabalho em constante aprimoramento. Não surpreende que Kate Swanborg, vice-presidente de comunicação corporativa da DreamWorks, tenha revelado que o datacenter da companhia agora conta tanto com profissionais próprios quanto com equipes da Lenovo, o tempo todo.

Pode até parecer exagero, mas, de acordo com a DreamWorks, um filme de animação leva cerca de quatro anos para ficar pronto e pode gerar meio bilhão de arquivos digitais, entre camadas de imagens, efeitos sonoros, vozes, modelos 3D e assim por diante. É preciso mesmo muito “poder de fogo” para lidar com tanto trabalho.

Estações de trabalho ThinkStation P620 e P920

Não termina aí. A parceria com a Lenovo também inclui o fornecimento de dois modelos de estações de trabalho (workstations) à DreamWorks: o ThinkStation P620 e o ThinkStation P920.

Workstation na produção de Os Caras Malvados (imagem: divulgação/DreamWorks Animation)
Workstation na produção de Os Caras Malvados (imagem: divulgação/DreamWorks Animation)

O ThinkStation P620 é baseado em um processador AMD Ryzen Threadripper com até 64 núcleos e 128 threads. A máquina pode contar ainda com até duas placas gráficas Nvidia Quadro RTX 8000 ou quatro GPUs Quadro RTX 4000 (entre outras configurações gráficas), além de até 512 GB de memória DDR4.

Já o ThinkStation P920 pode contar com até dois processadores Xeon Platinum 8280 com 28 núcleos cada, até 128 GB de DDR4 e, novamente, várias configurações gráficas, incluindo uma placa Quadro RTX 8000 com 48 GB de memória.

Sim, as duas workstations foram empregadas na produção de Os Caras Malvados.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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