Mercado de celulares tem a pior queda desde 2014, mas a Apple vendeu mais

Apple teve uma alta de 2% nas vendas com o lançamento do iPhone 14 e iPhone 14 Pro; indústria de celulares teve uma retração de 12%

Bruno Gall De Blasi
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indústria de celulares sofreu uma queda de 12% no terceiro trimestre de 2022. De acordo com a Counterpoint Research nesta sexta-feira (28), as fabricantes venderam 301 milhões de unidade, mas lidaram com a pior redução do período desde 2014. Apenas a Apple seguiu em outra direção, com um crescimento de 2% na variação anual, graças ao lançamento do iPhone 14.

Os dados da consultoria analisam o cenário global do terceiro trimestre. Neste período, as fabricantes comercializaram 301 milhões de telefones móveis. Todavia, a cifra não representa lá grandes feitos: em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a queda foi de 12%, quando 342 milhões de unidades foram vendidas. 

Este é o pior terceiro trimestre da indústria desde 2014. Segundo o analista sênior Harmeet Singh Walia, “a maioria dos principais fornecedores continuou experimentando declínios anuais de remessas no terceiro trimestre de 2022”. Os motivos partem de diversos fatores, incluindo as tensões entre a China e Estados Unidos e o enfraquecimento das moedas nacionais – ou seja, inflação.

“Isso também está contribuindo para um alongamento lento, mas sustentado, dos ciclos de substituição de smartphones, com os smartphones se tornando mais duráveis e à medida que o avanço da tecnologia diminui”, explicou. 

iPhone 14 ajuda Apple a crescer no terceiro trimestre de 2022 (Imagem: Reprodução / Apple)
iPhone 14 ajuda Apple a crescer no terceiro trimestre de 2022 (Imagem: Reprodução / Apple)

Apple segue na contramão e cresce com o iPhone 14

A queda afetou boa parte das fabricantes de celulares. A exceção fica pela Apple, que cresceu 2% na comparação anual, após vender 48,8 milhões de smartphones no terceiro trimestre de 2022. O resultado também é superior ao segundo trimestre, quando a marca comercializou 46,5 milhões de unidades do seu celular.

“Graças a um lançamento anterior do mais recente iPhone neste ano, a Apple emergiu como o único fornecedor de smartphones entre os cinco principais a gerenciar o crescimento anual de remessas no trimestre”, disse o analista sênior. Com o aumento, a companhia também abocanhou uma fatia de 16% do mercado e se posicionou em segundo lugar.

A realidade, no entanto, não é a mesma para as demais companhias. É o caso da Samsung, líder do mercado, que vendeu 64 milhões de celulares, mas caiu 8% em relação ao mesmo período do ano passado. A Xiaomi, em terceira, conseguiu retirar 40,5 milhões de unidades do seu estoque. Porém, isto não impediu a redução de 9%.

A sequência é dada às demais marcas chinesas. A Oppo, incluindo a OnePlus, e a Vivo tiveram uma retração de 23% na comparação anual. As outras marcas, incluindo a Motorola, entram em um grupo que encarou uma redução acumulada de 15%. 

Indústria de computadores também sofreu uma redução no terceiro trimestre de 2022 (Imagem: Mirza Mustofa / Unsplash)
Indústria de computadores também sofreu uma redução no terceiro trimestre de 2022 (Imagem: Mirza Mustofa / Unsplash)

Indústria de PCs também não reagiu muito bem

A realidade das fabricantes de celulares é parecida com a indústria de computadores. De acordo com a mesma consultoria, o setor teve uma retração de 15,5% no terceiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, as empresas comercializaram 71,1 milhões de unidades nos últimos três meses.

A queda impactou grandes marcas do setor, incluindo a Lenovo, líder do segmento. Mas a Apple entrou na exceção mais uma vez, graças ao lançamento dos novos MacBooks Pro e MacBook Air com Apple M2, apresentados em junho durante a WWDC 2022. Assim, a empresa conseguiu crescer 7% na comparação anual.

“O declínio no terceiro trimestre de 2022 deveu-se em grande parte à fraqueza da demanda nos mercados de consumo e comercial, que foi impulsionada principalmente pela inflação global”, explicou a consultoria. “A queda na demanda de PCs continuou no trimestre, apesar das amplas atividades promocionais dos principais OEMs, especialmente para linhas de produtos de consumo.”

Com informações: Counterpoint Research

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Bruno Gall De Blasi

Bruno Gall De Blasi

Ex-autor

Bruno Gall De Blasi é jornalista e cobre tecnologia desde 2016. Sua paixão pelo assunto começou ainda na infância, quando descobriu "acidentalmente" que "FORMAT C:" apagava tudo. Antes de seguir carreira em comunicação, fez Ensino Médio Técnico em Mecatrônica com o sonho de virar engenheiro. Escreveu para o TechTudo e iHelpBR. No Tecnoblog, atuou como autor entre 2020 e 2023.

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