TIM Live vai usar rede neutra da Oi Fibra para crescer em banda larga

Graças a acordo firmado com a V.tal, internet TIM Live poderá ser oferecida para mais de 18 milhões de domicílios e torres 5G serão conectadas com fibra óptica

Lucas Braga
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Logo da TIM Live com notebook ao fundo
TIM Live (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O mercado brasileiro de banda larga ganhou uma nova sacudida: a TIM firmou uma parceria de longo prazo com a V.tal, proprietária da rede neutra que surgiu a partir da Oi Fibra. Com o acordo, a operadora italiana poderá expandir sua atuação com internet fixa e poderá competir com mais afinco contra Claro, Vivo Fibra e a própria Oi.

Com o acordo, a TIM terá à sua disposição os mais de 18 milhões de domicílios cobertos pela V.tal, e a cobertura FTTH deve chegar aos 20 milhões de casas passadas até o final de 2022. A rede neutra será utilizada tanto para comercialização de banda larga fixa como para conexão de antenas 5G; inicialmente, 2.500 sites de quinta geração serão conectados à infraestrutura da parceira.

Em comunicado enviado pela companhia, a TIM afirma que terá foco em ofertas com velocidades de 1 Gb/s. Atualmente, a operadora cobra cerca de R$ 180 mensais pela banda larga gigabit TIM Live com assinatura do HBO Max inclusa.

A TIM ainda não divulgou quando será o início das vendas dos planos de banda larga a partir da rede da V.tal, nem deu detalhes sobre as primeiras cidades a serem atendidas.

Vale lembrar que a TIM não é a única operadora grande que a se apoiar em uma rede neutra para vender serviços de banda larga. Recentemente, a Sky passou a vender internet de até 400 Mb/s utilizando a infraestrutura da Fibrasil, derivada da Vivo Fibra.

V.tal é a oportunidade da TIM para crescer na banda larga

A rede da V.tal é grande e está em franca expansão. O plano estratégico da companhia neutra prevê 32 milhões de domicílios brasileiros com cobertura FTTH até 2025. A infraestrutura é feita a partir da extensa rede de transporte herdada da Oi, que possui mais de 400 mil km e presença em cerca de 3 mil cidades.

Técnicos da Oi expandindo rede de fibra óptica em Belo Horizonte/MG
Técnicos da Oi expandindo rede de fibra óptica da V.tal (Imagem: Lucas Braga / Tecnoblog)

Ao optar por utilizar redes neutras, a TIM consegue expandir sua atuação sem investir na construção de infraestrutura própria. Como a rede da V.tal é extensa, isso traz a oportunidade da operadora italiana crescer no concorrido mercado brasileiro de banda larga e ficar mais próxima da Claro, Oi e Vivo.

Atualmente, a TIM responde possui apenas 1,7% de participação de mercado no serviço de internet fixa, se posicionando atrás de operadoras regionais como Brisanet, Algar e Desktop. A líder no segmento é a Claro, com 22,7%, seguida por Vivo (15%) e Oi (11,9%).

No entanto, concorrer no mercado de banda larga não será uma tarefa fácil para a TIM. Trata-se de um segmento com ampla concorrência, especialmente fora dos grandes centros, onde há maior presença de provedores regionais.

TIM tem sua própria rede neutra (mas é pequena)

Assim como fez a Oi, a TIM também segregou seus ativos de rede fixa e formou uma nova empresa de rede neutra chamada I-Systems. O grupo IHS possui 51% do capital social e o controle da companhia, enquanto a TIM permaneceu com os 49% restantes.

O problema é que a I-Systems tem uma rede enxuta. Ela está disponível para menos de 6 milhões de domicílios em 40 cidades, e em muitos locais a única tecnologia presente é a FTTC, que utiliza cabos metálicos e entrega experiência inferior à fibra óptica.

Considerando que a cobertura da I-Systems é pequena, serão poucas as áreas onde haverá sobreposição com a rede da V.tal. Além disso, grande parte da antiga rede da TIM está concentrada na região metropolitana de São Paulo, onde a Oi Fibra possui presença limitada a alguns bairros.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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