Kaspersky descobre malware que infecta iPhone sem precisar de ação do usuário

Ataque recebeu o nome de "Operation Triangulation"; software malicioso vinha pelo iMessage e se instalava sozinho para coletar dados

Giovanni Santa Rosa
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iPhone 13 Mini (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Uma das mais importantes empresas de cibersegurança do mundo foi vítima de um ataque hacker. A Kaspersky revelou que os iPhones de vários de seus funcionários foram infectados com um malware. Por enquanto, a investigação não está finalizada, mas a companhia já descobriu alguns pontos importantes.

Segundo um relatório técnico publicado pela Kaspersky, o malware vinha como anexo pelo iMessage e não precisava ser aberto. Este tipo de ação é chamado “ataque de zero clique”, já que funciona mesmo sem interação do usuário.

Após a infecção, o malware baixava vários pacotes de servidores. Terminado este trabalho, ele deletava a mensagem e o anexo, eliminando rastros do ataque. Tudo isso acontecia em um intervalo de um a três minutos.

A partir daí, um código é executado com privilégios de superusuário (root), coletando informações do sistema e do usuário. Ele também pode rodar outros códigos, que são baixados como módulos de plugin.

Ataque acontece desde 2019; Apple pode ter corrigido falha

A Kaspersky achou evidências de infecção que remontam a 2019. Segundo a empresa, o iOS 15.7 foi a versão mais recente a ser atacada com sucesso. De acordo com a análise, o malware também impedia atualizações.

No Twitter, o CEO Eugene Kaspersky diz acreditar que as falhas foram corrigidas em fevereiro. As informações foram compartilhadas com a Apple, mas a empresa não deu resposta.

Apesar de a Kaspersky ter sido atingida, o CEO acredita que a empresa não era o principal alvo dos ataques. Ele também diz que não há relação com o Pegasus e outras ações do tipo.

Kaspersky analisou iPhones após perceber atividade estranha

O ataque recebeu o nome “Operation Triangulation”, dado pela própria Kaspersky. A companhia percebeu que havia alguma coisa errada ao notar uso incomum de rede por aparelhos iOS.

A análise só foi possível graças a uma ferramenta chamada Mobile Verification Toolkit, ou MVT, desenvolvida pela Anistia Internacional.

Como os aparelhos da Apple são muito fechados, é preciso fazer um backup do dispositivo e só então vasculhar para entender o que aconteceu.

O executivo também adverte que desabilitar o iMessage seria suficiente para prevenir futuros ataques.

Com informações: Kaspersky, TechCrunch

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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