Acusada de “contrabando”, Shopee deve investir US$ 1,5 bilhão no Brasil este ano
Parte do conglomerado Sea, de Singapura, Shopee dá prejuízo de US$ 2 por pedido feito no Brasil, mas vê País como essencial em sua estratégia
Parte do conglomerado Sea, de Singapura, Shopee dá prejuízo de US$ 2 por pedido feito no Brasil, mas vê País como essencial em sua estratégia
Se você nunca comprou na Shopee, deve conhecer alguém que comprou. A loja online virou sinônimo de coisa barata e faz sucesso no Brasil. E o plano é crescer ainda mais: um relatório aponta que a companhia deve investir mais US$ 1,5 bilhão em sua operação latino-americana, incluindo o Brasil.
A análise é do banco americano Goldman Sachs. Eles estimam que a Shopee responda hoje por 5% do e-commerce brasileiro. O número é expressivo, já que a companhia chegou por aqui em 2019. Segundo os analistas, a empresa parece querer tornar o Brasil um mercado central para seus negócios e tem um compromisso “inabalável” com este objetivo.
A Shopee pertence à Sea, um grupo de Singapura avaliado em US$ 70 bilhões. Na divulgação dos resultados financeiros de 2021, o CEO do conglomerado, Forrest Li, revelou mais algumas informações sobre o operação brasileira.
O crescimento da Shopee no Brasil é expressivo, e os preços baixos, realmente atraentes. Mas isso tem um custo: a empresa perde dinheiro vendendo por aqui.
Os dados financeiros da empresa apontam um prejuízo antes de juros, impostos, amortização e depreciação de aproximadamente US$ 2 por pedido no Brasil. Mesmo assim, este resultado é 40% melhor que o do quarto trimestre de 2020.
Ficar no vermelho não é novidade para a Sea, muito menos uma situação particular da operação brasileira. O Goldman Sachs projeta que a empresa terá um prejuízo antes de juros, impostos, amortização e depreciação de US$ 3,5 bilhões em 2022. Não à toa as ações da companhia caíram 66%.
A presença da Shopee no Brasil pode enfrentar dificuldades em breve, no que depender de algumas concorrentes nacionais.
Empresas brasileiras como Havan e Multilaser, além de associações industriais, fazem lobby para que o governo federal aperte o cerco contra produtos ilegais ou importados sem pagar impostos. Eles inclusive acusam a Shopee, o Mercado Livre e o AliExpress de “contrabando digital”.
Em uma das propostas, o pagamento de impostos de importação seria feito ao fechar o pedido, sem depender da taxação na alfândega. Por enquanto, não há nada oficial nesse sentido.
Com informações: NeoFeed.
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