Amazon Drive é mais um serviço de nuvem “ilimitado” que agora tem limite

Antes com armazenamento ilimitado, Amazon Drive passa a oferecer 1 TB de espaço por US$ 59,99 ao ano

Paulo Higa
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• Atualizado há 11 meses

Nem a Amazon conseguiu manter sua oferta de armazenamento ilimitado na nuvem. Sem dar explicações, a empresa anunciou nesta quinta-feira (8) que o antigo plano de US$ 59,99 por ano do Amazon Drive, que permitia guardar um número infinito de arquivos, foi eliminado. Agora, pelo mesmo valor, os usuários terão direito a 1 terabyte de espaço.

Novos usuários não podem mais assinar um plano ilimitado. Quem já era assinante será migrado na próxima renovação. Quando isso acontecer, você terá 180 dias para excluir o conteúdo que estiver ultrapassando o limite de espaço; caso não faça isso dentro do prazo, a própria Amazon vai deletar seus arquivos (começando pelos uploads mais recentes) até que você esteja dentro da cota.

Com o fim do plano ilimitado, o Amazon Drive passa a oferecer três opções: 100 GB (US$ 11,99 por ano), 1 TB (US$ 59,99 por ano) e até 30 TB (US$ 59,99 por terabyte por ano). Não há mais espaço ilimitado para fotos, exceto para quem for assinante do Amazon Prime; para todo o resto, qualquer tipo de arquivo descontará do limite principal do Drive.

Em contrapartida, a Amazon lançou um plano gratuito com 5 GB nos Estados Unidos — que o Brasil já tinha acesso há pelo menos três anos. Na minha conta, o Amazon Drive agora informa que há 10 GB de armazenamento total; entramos em contato com a Amazon para confirmar se os brasileiros realmente terão mais espaço que o resto do mundo e atualizaremos este post quando recebermos uma resposta.

Os antigos planos do Amazon Drive

Não é a primeira vez que oferecer espaço ilimitado dá errado. O caso mais famoso é o da Microsoft, que chegou a remover os limites de armazenamento no OneDrive para assinantes do Office 365. Em menos de um ano, a empresa voltou atrás, acusando alguns usuários de estarem “abusando” do serviço ao enviarem dezenas de terabytes para os servidores da empresa.

O Evernote já ofereceu uploads ilimitados no Premium, mas também desistiu e começou a restringir os envios a 10 GB por mês; o serviço de anotações afirmou que alguns usuários passaram a utilizá-lo indevidamente para fazer backup de arquivos. E o Bitcasa, um dos primeiros serviços de nuvem com espaço ilimitado, fechou para sempre depois de perceber que seu negócio não era sustentável.

Ainda que essas empresas tenham discos suficientes para guardar petabytes de arquivos, fica claro que vender armazenamento ilimitado antes de inventarem um HD ilimitado não é muito vantajoso. Especialmente quando, bem, alguns usuários consomem um pouquinho mais do que a média.

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Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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