Após ameaças, Google fecha acordo na Austrália para pagar por notícias
Proposta de código de conduta na Austrália quer que plataformas como Google e Facebook paguem para ter acesso à notícias
Proposta de código de conduta na Austrália quer que plataformas como Google e Facebook paguem para ter acesso à notícias
Um projeto de lei na Austrália está em discussão para que plataformas como Google e Facebook paguem por notícias de terceiros. Mas, apesar das ameaças de sair do país, a gigante de buscas fechou acordos milionários com empresas de mídia para ter acesso aos conteúdos produzidos por veículos locais.
As informações foram reveladas pelo Sydney Morning Herald. Com base em pessoas a par do assunto, o jornal afirmou nesta terça-feira (16) que o Google assinou um acordo com a Nine Entertainment, uma empresa de mídia da região. A proposta corresponderia a pagamentos anuais de 30 milhões de dólares australianos.
O combinado de cinco anos apaziguaria possíveis conflitos caso o código de conduta seja aprovado. Com a iniciativa, o Google teria acesso aos conteúdos dos principais veículos da empresa, incluindo o próprio Sydney Morning Herald, para serviços como o Subscribe with Google (Assine com o Google) e o Google News Showcase.
A gigante de buscas também fechou uma proposta similar com outra companhia de mídia da Austrália, a Seven West, possivelmente com o mesmo valor. Como na parceria com a Nine Entertainment, o acordo também não prevê o uso dos conteúdos no buscador. As empresas, no entanto, tendem a aceitar o acesso independente disso devido à grande quantia de dinheiro nas transações.
Outras empresas devem chegar a um acordo com o Google em breve, como é o caso do Guardian Australia e da ABC. Além disso, o Daily Mail Australia e a News Corp Australia também estão negociando um combinado com a companhia americana.
Os acordos ocorrem devido à proposta de um código de conduta que obrigaria as plataformas a pagar para exibir notícias no país. Em reação à iniciativa, a gigante de buscas chegou até a ameaçar a sair da Austrália, caso o projeto de lei fosse aprovado.
Mas nem todas as companhias apresentaram oposição à iniciativa. Nas últimas semanas, a Microsoft não só demonstrou apoio ao código de conduta como, também, prometeu substituir o Google com o Microsoft Bing no país.
Segundo Brad Smith, presidente-executivo da Microsoft, “o código tenta razoavelmente resolver o desequilíbrio do poder de barganha entre as plataformas digitais e os negócios de notícias australianos”.
“Ele também reconhece o papel importante da pesquisa, não apenas para os consumidores, mas para os milhares de pequenas empresas australianas que dependem da tecnologia de pesquisa e publicidade para financiar e apoiar suas organizações”, concluiu o executivo.
Com informações: CNET e The Sydney Morning Herald