Macintosh completa 40 anos com influência mais forte do que nunca

Lendário desktop da Apple foi lançado em 1984 com propaganda icônica. Macintosh mudou a história da Apple e da computação

Felipe Freitas
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Macintosh entrou em cena 40 anos atrás e mudou mercado com interface amigável (Imagem: Pablo Martinez/Unsplash)

Há 40 anos, em 24 de janeiro de 1984, a Apple lançava o Macintosh, seu segundo computador all-in-one e primeiro sucesso comercial do tipo. O PC – no sentido literal de computador pessoal – foi um dos responsáveis por elevar a companhia e tirar espaço dos desktops da IBM, principal fabricante de computadores da época. Um ponto fundamental para o seu sucesso está no uso de uma interface gráfica mais amigável, que facilitou o aprendizado de usar um computador e ditou o rumo dos sistemas operacionais.

O Macintosh foi o sucessor direto do Apple Lisa. Na época, além dessas máquina, a big tech (até então só tech) vendia o Apple 2 e Apple 3, tataravôs do Mac Mini e do Mac Studio.

Ele custava US$ 2.495, o que daria US$ 7.510,61 em valores atuais (ou R$ 36.940 em conversão direta). Era até barato, afinal, a tecnologia para computadores pessoais ainda estava no seu início e os concorrentes produziam modelos mais caros e pesados.

A diferença de tamanho foi destacada por Steve Jobs em um evento de apresentação do Macintosh, na qual o próprio computador fazia piada com seu rival da IBM.

Macintosh e a interface amigável mudou mercado

Como vemos no vídeo acima, o Macintosh e o sistema operacional System Software 1.0 deixaram a interface bem mais fácil de usar. Os menus no canto superior, que até hoje estão presentes nos programas de computadores, permitiram que mais pessoas aprendessem a utilizar o equipamento.

Eu nasci nos anos 1990 e nunca tive o prazer de usar um computador dessa época. Porém, já trabalhei com quem teve que fazer planilha no Lotus 1-2-3. Antes de existirem os SO com interfaces amigáveis e fáceis de usar, os programas eram abertos digitando linhas de comando. No Macintosh bastava clicar no botão da maçã e buscar o aplicativo.

O vídeo comprova que a essência dos sistemas operacionais de hoje não mudou nesses 40 anos. Seja no Windows ou nos Macs, você tem uma tela inicial, um menu e tudo pode ser feito com cliques. O que não pode ser clicado, pode ser buscado digitando o nome do programa ou arquivo (por exemplo, eu posso digitar “GTA V” ao abrir o Iniciar do Windows).

A interface foi tão marcante que a Apple gastou uma fortuna para comprar todas as 39 páginas de anúncio da Newsweek pós-eleições presidenciais americanas de 1984. E o que você via nesses anúncios? Praticamente um manual sobre como era prático usar o Macintosh — uma baita leitura.

Chega a ser contraditório: 39 páginas para falar que algo é fácil. Mas lembre-se, computadores não eram comuns nos anos 1980. Enquanto isso, os PCs da IBM tinham dependiam de três grossos manuais.

A Apple vendeu 72 mil unidades do Macintosh nos cem primeiros dias de venda. Hoje, ela vende muito mais iPhones longo que abre a pré-venda de uma nova geração.

Macintosh tinha 16 pentes de RAM

Para chegar na capacidade total de 128 kB (kilobytes) de memória RAM, a Apple instalou 16 chips de 64 kb (kilobits) — cada 64 kb equivale a 8 kB. Essa capacidade de RAM estava se tornando o “mínimo” dos computadores nos anos 1980. Com 128 kB de RAM, o dispositivo rodaria a interface e os programas.

Outra diferença gritante é que, lá em 1984, você usava um programa por vez (e eu aqui com mais de 20 abas abertas e 16 GB de RAM). O processador era um Motorola 68000, com 8 MHz. A memória ROM era de 64 kB, mas você podia inserir um disquete de 3,5 polegadas para ampliar o armazenamento e usar algum programa a partir dele.

A famosa propaganda “1984”

Para pessoas mais distantes da tecnologia, pode ser que a propaganda sobre Macintosh seja mais conhecida do que o computador em si.O anúncio televisivo do Macintosh teve a direção de Riddley Scott (diretor de O Gladiador).

No filme publicitário, inspirado no livro 1984 de George Orwell, uma mulher corre da polícia para arremessar uma marreta no grande televisor que exibe uma transmissão do Grande Irmão.

Com informações: Wired, MeioBit e BBC

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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