EUA encontram mais um problema de segurança no Boeing 737 Max

Falha identificada pela FAA pode fazer aviões Boeing 737 Max “mergulharem”

Emerson Alecrim
• Atualizado há 2 anos e 11 meses
Boeing 737 Max

Quando os aviões Boeing 737 Max vão voltar a voar? Provavelmente, mais tarde do que se esperava: de acordo com reguladores dos Estados Unidos, mais um problema de segurança foi descoberto nos sistemas dessas aeronaves.

A falha foi identificada pela Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês), que optou por não entrar em detalhes. O órgão disse apenas que descobriu um risco em potencial que a Boeing deve mitigar.

No entanto, duas fontes próximas à FAA disseram à Bloomberg que a entidade identificou um erro de processamento de dados que pode fazer o avião executar um movimento de mergulho difícil de ser revertido pelos pilotos em tempo hábil. O problema foi comprovado em testes com simuladores.

O que mais chama atenção nessa falha é que ela tem efeitos semelhantes ao problema do MCAS, software que, muito provavelmente, teve relação com os acidentes dos 737 Max da Lion Air e Ethiopian Airlines.

A Boeing desenvolveu o MCAS para corrigir a inclinação do avião sob determinadas circunstâncias e, assim, evitar um estol (perda sustentação). Mas, as investigações, que ainda estão em andamento, apontam preliminarmente que o MCAS entrou em ação no momento errado nos dois aviões que caíram.

Desde então, a Boeing vem trabalhando em uma atualização dos sistemas da linha 737 Max, com foco sobre o MCAS. A nova versão está praticamente pronta, mas precisa passar por testes da FAA e outros órgãos reguladores para ser validada. Em um desses testes é que a nova falha foi identificada.

Boeing 737 Max 8 da Lion Air (foto: Bathara Sakti/Flickr)

Boeing 737 Max 8 da Lion Air (foto: Bathara Sakti/Flickr)

Em nota, a Boeing reconheceu o problema e informou que, em atendimento à solicitação da FAA, implementará as correções necessárias juntamente com as atualizações de software que estão sendo preparadas há oito meses.

Ainda de acordo com a companhia, a linha 737 Max só será submetida à certificação pela FAA quando todos os requisitos necessários para isso forem cumpridos.

Originalmente, o voo de certificação estava marcado para 8 de julho, mas, por conta da recente descoberta, deverá ser adiado. Enquanto isso, companhias áreas de todas as partes do mundo mantêm seus aviões 737 Max em terra. Entre elas está a brasileira Gol.

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Emerson Alecrim

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Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.