Após atrasos, Brasil enfim lança satélite de banda larga
Há muitos anos, o Brasil prometeu lançar um satélite que levaria banda larga a áreas remotas. Na noite desta quinta-feira (4), após uma sucessão de atrasos, ele enfim chegou ao espaço.
O SGDC (Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas) custou R$ 2,784 bilhões e terá uso civil e militar. Ele vai operar em banda Ka, fornecendo banda larga a provedores em cidades remotas; e também em banda X, para comunicações militares.
O lançamento foi realizado pela Arianespace na base de Kourou, na Guiana Francesa. O satélite foi montado pela franco-italiana Thales Alenia Space sob a supervisão da Visiona (parceria entre Telebras e Embraer).
O acordo com a Thales Alenia também envolve transferência de tecnologia: 50 profissionais brasileiros foram enviados à França para acompanhar a fabricação do satélite, e para aprender a operá-lo. Eles vão trabalhar nas duas estações de controle, uma em Brasília e outra no Rio de Janeiro.
O SGDC ficará em órbita geoestacionária a 36 mil km da Terra, cobrindo todo o território brasileiro e transmitindo dados a até 54 gigabits por segundo. O uso militar começará em junho; a oferta de banda larga só deve começar em setembro. A vida útil prevista para o satélite é de 18 anos.
Atrasos
O projeto do SGDC foi inicialmente anunciado em 2012. O processo de licitação foi realizado em 2013, com previsão de lançamento do satélite para o ano seguinte — o que não aconteceu. Ele faria parte do Programa Nacional de Banda Larga.
No ano passado, a então presidente Dilma Rousseff prometeu que o satélite será lançado ainda em 2016, mas esse prazo também não foi cumprido. O lançamento ficou para março deste ano, e acabou atrasando de novo porque a Guiana Francesa estava em greve geral.
Agora, o governo planeja deixar de alugar satélites privados para suas comunicações, e pretende aumentar a frota nacional. Segundo o ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, o presidente Michel Temer quer que o Brasil mantenha os estudos para enviar mais satélites ao espaço.
E com a transferência de tecnologia, a intenção é que “um segundo satélite, a ser construído no futuro, tenha grande parte das peças e equipamentos produzidos no Brasil”, disse Jorge Bittar, presidente da Telebras, em comunicado no ano passado.
Com informações: G1.