Cai o interesse pelo Apple Vision Pro (e isso já era esperado)

Depois de um grande hype inicial e vídeos de usuários do Vision Pro usando o headset na rua, vendas e interesse pelo produto está caindo. Mas isso pode ser algo natural do segmento VR

Felipe Freitas
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• Atualizado há 1 semana
Apple Vision Pro
Apple Vision Pro: headset VR e bateria (Imagem: Thássius Veloso/Tecnoblog)
Resumo
  • A demanda pelo Apple Vision Pro, o headset VR da Apple, vem diminuindo desde seu lançamento em fevereiro, com muitos clientes agendando e não comparecendo para ajustes nas lojas, conforme relatado pelo jornalista Mark Gurman.
  • O número de vendas do Vision Pro também caiu, com algumas Apple Stores relatando apenas cinco vendas por semana, uma redução significativa em comparação com as duas vendas diárias anteriores.
  • Diversos fatores contribuem para a perda de interesse: a necessidade de esforço para utilizar headsets VR, desconforto durante o uso prolongado, e problemas iniciais com bugs no sistema operacional visionOS. Além disso, a presença de uma bateria externa foi criticada por prejudicar a experiência do usuário.

O interesse dos consumidores pelo Apple Vision Pro, o headset VR da Apple, começou a cair, de acordo com o jornalista Mark Gurman. Ele escreveu na Bloomberg que os clientes até agendam degustações em lojas da Apple, mas depois não aparecem para conhecer o produto. É necessário passar por uma Apple Store para checar as medidas corporais.

Além disso, há relatos de que as lojas da Apple estão fechando menos vendas. Antigamente eram dois por dia e agora são cerca de cinco por semana. As fontes de Gurman não chegam a apontar o motivo dessa queda de interesse, mas a situação não foge ao histórico do segmento de headsets VR.

O que causou a perda de interesse no Apple Vision Pro?

A queda no interesse do Apple Vision Pro não chega a ser nada surpreendente por, passado o hype inicial (feito por um belo marketing da big tech), o fato é que o Vision Pro é um headset de realidade virtual como outro qualquer. Assim como seus rivais, ele é um item voltado para um nicho — e muito mais caro que os concorrentes.

Headsets VR são legais e entregam uma experiência divertida para alguns jogos e vídeos 360º, mas há um certo empenho para utilizá-los: delimitar o espaço, ativar/desativar as câmeras para ver o ambiente, desconforto ao ficar com eles por muito tempo (seja na visão ou no pescoço) e possíveis tonturas.

Apple Vision Pro - WWDC 23 (Imagem: Divulgação/Apple)
Bateria externa do Apple Vision Pro foi considerado um dos pontos negativos do headset em algumas reviews (Imagem: Divulgação/Apple)

No caso do Vision Pro, ele tem uma bateria externa que atrapalha a experiência. Além disso, existem computadores e smartphones que fazem praticamente tudo que óculos VR oferecem, só não têm a imersão. A versão inicial do sistema visionOS também tinha bugs e boa parte dos apps eram na realidade versões para iOS.

Na sua coluna, Gurman dá como exemplo o próprio hábito de uso: ele utilizava o headset VR da Apple várias vezes ao dia, mas hoje o faz uma ou duas vezes na semana. O mesmo aconteceu com um amigo dono de Meta Quest 2: ele também foi parando de usar regularmente com o passar do tempo.

A Apple até agora não divulgou nenhuma informação sobre o tempo gasto pelos usuários no Vision Pro.

Com informações: Bloomberg e MacRumors

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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