Claro e Vivo têm melhor sinal 4G em estradas, mas cobertura é precária
Rodovias e vilarejos ainda sofrem com falta de sinal de celular; Claro lidera cobertura 4G em estradas federais
Rodovias e vilarejos ainda sofrem com falta de sinal de celular; Claro lidera cobertura 4G em estradas federais
A Anatel divulgou um relatório de acompanhamento do setor de telefonia móvel, e a cobertura de celular da Claro, Oi, TIM e Vivo ainda é deficiente em estradas e localidades: apenas 46,1% de toda a malha rodoviária federal tem sinal em 2G, 3G ou 4G. A situação se agrava em localidades que não são consideradas zonas urbanas, como vilarejos e povoados.
Os dados foram obtidos pela Anatel nas rodovias federais. Veja o ranking, que considera a porcentagem de quilômetros de estradas com cobertura:
Cobertura em estradas | 2G | 3G | 4G |
Claro | 27,20% | 30,70% | 28,80% |
Oi | 19,90% | 12,70% | 10,80% |
TIM | 17,60% | 20,90% | 26,70% |
Vivo | 26,10% | 33,00% | 28,20% |
Na tecnologia 4G, a diferença entre Claro, TIM e Vivo é baixa, com apenas 2,1 pontos percentuais entre o primeiro e último lugar. Não dá para dizer o mesmo sobre o sinal em 3G: enquanto Claro e Vivo se mantêm acima dos 30%, a TIM alcança 20,9%.
Das quatro maiores empresas, a Oi tem o pior sinal em estradas federais: a operadora não alcança 20% de toda a extensão de rodovias em nenhuma das tecnologias móveis. A tele foi vendida para as concorrentes Claro, TIM e Vivo; se o negócio for aprovado pela Anatel e Cade, os clientes da empresa poderão desfrutar de uma cobertura maior.
A Anatel também destaca os dados de cobertura da Nextel, e a empresa também tinha presença tímida em estradas: são apenas 10,2% em 3G, 5,2% em 2G e 5,1% com 4G. A tele foi comprada pela Claro em 2019 e interrompeu a venda de planos.
Os dados de cobertura por rodovia, município ou localidade estão disponíveis no painel de infraestrutura da Anatel.
Para melhorar a cobertura de 4G em estradas, a Anatel aposta em compromissos de cobertura atrelados ao próximo leilão de frequências. Quem arrematar o lote nacional de 700 MHz terá que cobrir trechos desassistidos de rodovias federais.
O problema é que o lote de 700 MHz só pode ser arrematado por empresas que não possuam a frequência, o que exclui a possibilidade de compra por parte da Claro, TIM e Vivo. Apenas uma nova competidora poderia adquirir a licença; caso isso não ocorra, a cobertura 4G nas estradas pode ficar comprometida.
Dos 5.565 municípios brasileiros contabilizados pela Anatel, 5.346 locais contam com sinal de celular 4G. Parece muito, mas a verdade é que ainda há grande deficiência tecnológica em boa parte do país.
Para considerar um município como atendido, a Anatel exige que pelo menos 80% da área urbana do distrito sede tenha cobertura. No entanto, há outros tipos de localidade não costumam receber sinal de celular, como aldeias indígenas, áreas urbanas isoladas, lugarejos, núcleos, povoados, projetos de assentamento e vilas.
O Brasil possui 21,8 mil localidades, e apenas 57,3% desse total podem contar com serviço em tecnologia 4G. Ao desconsiderar cidades e áreas urbanas isoladas, o número cai para 39,1% de locais com cobertura.
A região Norte é a mais prejudicada, e mais de 66,9% das localidades não possuem cobertura 4G. O Centro-Oeste aparece em seguida, com 52,9% dos locais sem atendimento, seguido por Nordeste (50,1%), Sul (28,9%) e Sudeste (23,58%).
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