Com apoio da Meta e TikTok, site para combater sextorsion chega ao Brasil

Plataforma Take It Down é voltada para a remoção de imagens íntimas de jovens. Pais, adolescentes e jovens podem utilizar a plataforma

Felipe Freitas
Por
Take It Down é lançado em português de Portugal, mas uso no Brasil será mais acessível (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

A plataforma Take It Down, que tem entre seus parceiros a Meta e o TikTok, foi disponibilizada em português nesta terça-feira (6). A plataforma permite que pais, responsáveis, adolescentes e adultos peçam a remoção ou tentem prevenir a publicação de imagens íntimas de pessoas com menos de 18 anos.

O foco da Take It Down é combater casos de divulgação (que nesses casos é sempre indevida), pornô de vingança ou sextorsion, chamado em português de sextorsão — ato de extorquir uma pessoa ameaçando a divulgação de conteúdo íntimo, como nudes ou vídeos de sexo, que podem ser enquadrados nos artigos 216-B e 218-C do Código Penal brasileiro.

No entanto, adultos que tiveram imagens sexuais registradas quando tinham menos de 18 anos também pode usar a plataforma. Para quem é ou foi vítima de sextorsão, pornô de vingança ou similares com imagens registradas após os 18 anos, o recomendado é usar a plataforma StopNCII — que inspirou a criação da Take It Down. Obviamente, a existência desses serviços não dispensa a denúncia para a polícia.

Take It Down gera hash para identificar cópias dos conteúdos

Processo de identificação da imagem conta com apenas três passos (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)
Processo de identificação da imagem conta com apenas três passos (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

Em seu site, a Take It Down explica que quando o usuário seleciona uma foto ou vídeo que deve ser removida, o sistema cria um identificador, uma espécie de impressão digital, capaz de reconhecer as cópias exatas da imagem ou vídeo. Com essa identificação, as empresas participantes do projeto saberão quando esse conteúdo for upado em suas plataformas.

A Take It Down afirma que as fotos e vídeos selecionados não são salvas nem subidas, fica tudo no dispositivo de quem está usando o recurso. O que a sua ferramenta faz é registrar uma “impressão digital” do conteúdo. Essa identificação é compartilhada com as empresas parceiras (além da Meta e TikTok estão PornHub, Snapchat, OnlyFans, Clips4Sale, RedGifs e Yubo), que podem realizar uma varredura para encontrar as imagens e removê-las de suas plataformas.

A proposta da plataforma é muito boa. Todavia, as empresas parcerias devem começar a apoiar serviços que combatam a divulgação de pornografia feita usando deepfake — que deve se tornar o principal fornecedor de conteúdos íntimos para sextorsão e pornô de vingança.

Receba mais sobre Brasil na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

Relacionados