Correios querem acabar com manobra de lojas chinesas que oferecem frete grátis
Comprador seria obrigado a pagar os custos do frete no momento da entrega da encomenda
Lojas chinesas que enviam produtos ao Brasil com frete grátis ou praticando valores muito baixos poderão ter que mudar suas estratégias ainda em 2018. É que os Correios trabalham para acabar com uma gambiarra que permite essa prática. Segundo a estatal, a manobra utilizada pelos fornecedores da China gera perdas de R$ 1 bilhão por ano aos cofres públicos.
Em entrevista ao Valor, os Correios afirmam que as lojas chinesas enviam produtos por meio de serviços postais mais baratos, que não possuem código de rastreamento, em vez de contratarem o serviço de encomenda registrada. Além disso, elas não utilizam etiquetas no padrão internacional, com o CEP do destinatário em código de barras, forçando os Correios a adotarem um processo de triagem manual.
O resultado é que as encomendas chinesas demoram mais para chegar ao comprador, já que não é possível processar a carga por meio das máquinas de triagem automatizadas dos Correios; e a estatal deixa de faturar R$ 15 por pacote que não foi registrado. Segundo a empresa, aproximadamente 300 mil objetos desembarcam no Brasil por dia útil.
O Brasil não é o único país que enfrenta problemas com os pacotes chineses: congressistas dos Estados Unidos também fazem pressão contra os subsídios, e o tema já foi levantado na União Postal Universal (UPU), organização das Nações Unidas que coordena os serviços postais de 192 países. Ainda não há uma reclamação formal contra a China, no entanto.
Por enquanto, os Correios conversam com a China para permitir a automatização do processo de triagem das encomendas. Mas as ofertas de frete grátis estão mesmo com os dias contados: a estatal planeja implementar este ano um sistema que obriga o comprador a pagar os custos do frete no momento da entrega do pacote.